A tradicional Feira Ecológica do Bom Fim (FEBF) completa 30 anos neste sábado (28). Para marcar a data, uma programação “singela”, devido às circunstâncias da pandemia, ocorrerá a partir das 7h30 com distribuição de flores para os primeiros 300 clientes que chegarem na Avenida José Bonifácio, em Porto Alegre. Na sequência, estão previstos relatos dos feirantes sobre a história do espaço e a apresentação da peça “Brasil pequeno itinerante”, exibida pela poeta e bonequeira Genifer Gerhardt.
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Criada em agosto de 1991, dois anos após a instalação da Feira dos Agricultores Ecologistas (FAE), é considerada uma das maiores feiras ecológicas a céu aberto do Brasil em número de bancas e expositores. Naquele começo dos anos de 1990, o aumento da demanda de novos agricultores e agroindústrias em busca de espaço para comercializar alimentos produzidos sem o uso de agrotóxicos foi o impulso para a criação da Feira Ecológica do Bom Fim, instalada numa segunda quadra independente.
Para o cliente que chega, as duas feiras parecem uma única, grande e diversificada, com quase 140 bancas. A Feira Ecológica do Bom Fim, entretanto, é a que fica delimitada, na Avenida José Bonifácio, entre as ruas Vieira de Castro e Santa Teresinha. Atualmente, 53 famílias ocupam em torno de 90 bancas.
Shiva Ruiz, feirante e membro da Comissão de Cultura e Divulgação da feira, lembra com satisfação do trabalho realizado nestes 30 anos, desde o começo de tudo, na zona rural de Porto Alegre. O cenário favorável da Capital para expor produtos orgânicos não acontecia da mesma forma no interior do Estado, e com isso a feira foi com o tempo atraindo novos agricultores desejosos em escoar a sua produção.
O processo de crescimento da feira, explica Ruiz, está ligado ao movimento agroecológico e ao desenvolvimento de cooperativas, fundamentais para a organização e a comercialização dos produtos orgânicos. Assim, se consolidou como a união de diversas associações e cooperativas, reunindo famílias de agricultores de Porto Alegre, região Metropolitana, Serra e Litoral Norte, entre outras localidades do RS.
“Estamos muito felizes, orgulho do trabalho ao longo de tempo”, diz o feirante. Ruiz destaca a relação de parceria desenvolvida com os clientes e o apoio que a feira sempre teve da comunidade. “É uma relação muito forte e consolidada com o consumidor.”
O feirante pondera que todos os agricultores da feira têm o selo de produto orgânico, hoje exigido pela legislação, mas que a relação de confiança com os clientes é muito anterior à criação do selo. “Tem consumidor que cresceu com a gente, é como da família.”
Em 2019, a Feira Ecológica do Bom Fim e a Feira dos Agricultores Ecologistas, ambas compondo as Feiras Ecológicas da Redenção, foram reconhecidas por lei como de relevante interesse cultural do Rio Grande do Sul.
7h30 – Distribuição de flores para os primeiros 300 clientes.
8h30 – A história e passagens importantes da feira contadas pelos próprios produtores
9h30 – Entrega de cestos de orgânicos para os autores das três fotografias mais votadas em concurso realizado pelo Instagram.
10h – Apresentação do espetáculo “Brasil pequeno itinerante”, pela artista Genifer Gerhardt.
11h – Homenagem à Ivani Alves de Oliveira, esposa de Djalma Alves de Oliveira (in memorian), responsável pela organização e criação da Feira Ecológica do Bom Fim