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15 de junho de 2020
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19:33

‘Ele cai’: Em ações nas redes sociais e em manifesto, mulheres se unem contra Bolsonaro

Por
Sul 21
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Milhares se reuniram na Redenção, em Porto Alegre, em ato organizado por mulheres contra Bolsonaro em 2018. Foto: Guilherme Santos/Sul21

Da Redação

Até a manhã desta segunda-feira (15), quase 30 mil mulheres haviam assinado o Manifesto do Levante das Mulheres Brasileiras contra as políticas do governo de Jair Bolsonaro (Sem Partido) e pedindo o impeachment do presidente. O movimento se diz motivado pela “política do (des)governo Bolsonaro – que mata diariamente cerca de mil brasileiros por covid-19, amplifica a necropolítica e o genocídio de jovens negros, aumenta a desigualdade e o empobrecimento da população, retira direitos e faz apologia à ditadura e ao fascismo”.

“Convocamos as instituições da República a cumprirem seus papéis. Já existem na Câmara dos Deputados inúmeros pedidos de Impeachment; no TSE, diversas ações pela cassação da chapa Bolsonaro/Mourão por fraude eleitoral. O [Supremo Tribunal Federal] STF, enfim, precisa responsabilizar o presidente, que segue descumprindo a Constituição, atentando contra a liberdade e produzindo a morte de brasileiros e brasileiras”, diz ainda o manifesto.

Segundo a jornalista Patrícia Zaidan, uma das impulsionadoras do Levante das Mulheres, “as mulheres só têm voz quando se juntam e fazem barulho e pressão”. “Foi assim contra a violência doméstica, no ‘Quem Ama não Mata’, pela volta da democracia, no ‘Diretas Já’, pelo fim do feminicídio, com o grito ‘Nenhuma a menos’, nas Marchas das Margaridas, na Marcha das Mulheres Negras, no ‘Fora Cunha’, ‘Fora Temer’, e, nas últimas eleições, com o “Ele não!”. Agora, as brasileiras se juntam para dizer: ‘Ele cai’”, afirma.

Ludimilla Teixeira, idealizadora do Mulheres Unidas Contra Bolsonaro (MUCB), que nas eleições de 2018 criou o movimento #EleNão, reforça a importância da continuidade da articulação de mulheres diante da crise política e sanitária vivenciada pelo país no governo Bolsonaro: “Depois de acender o fósforo com a criação do MUCB, a chama da indignação coletiva feminina cresceu, ganhou força criando o #EleNão e agora somou-se a muitos outros coletivos de mulheres para explodir todas as formas de opressão derrubando Bolsonaro!”.

O manifesto aponta ainda que a crise sanitária provocada pela covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, potencializou as crises econômicas, ambientais, políticas, culturais e sociais e escancarou as desigualdades de classe, de raça e de gênero nos países ao redor do mundo. “Bolsonaro, com suas ações negacionistas, misóginas e racistas, amplia o sofrimento da população. O faz quando dificulta o pagamento do auxílio emergencial e nos empurra para a morte, ao dizer que a economia vale mais que a vida, e autoriza os patrões a exigir que continuemos trabalhando sob o risco de contágio”, afirma o documento.

O Levante das Mulheres também ressalta que os impactos gerados pela pandemia não são iguais para todas as pessoas e afetam, principalmente, mulheres negras e pobres, trabalhadoras informais, domésticas e outras mulheres que estão na ponta dos serviços essenciais de saúde. “Muitas vivem em moradias precárias em favelas e comunidades, sem água e esgoto, e sem acesso à saúde pública. Estão nas ruas batalhando pelo sustento da família e enfrentam a lida da casa”.

Além do manifesto, no último domingo (14), foi lançado um levante pedindo a saída de Bolsonaro da presidência. A primeira ação ocorreu no Twitter, por meio da hashtag #MulheresDerrubamBolsonaro. Logo depois, ocorreu uma live no canal do Levante das Mulheres Brasileiras no Youtube e na página no Facebook. Durante a tarde de domingo e a manhã desta segunda-feira (15), a hashtag foi um dos assuntos mais comentados do Twitter no Brasil.

Clique aqui para ler o Manifesto na íntegra


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