Polícia prende ex-diretor da Delta, vereador de Anápolis e servidor do DF

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Da Redação

O ex-diretor da Delta Construções, Claudio Abreu, suspeito de ter ligações com o grupo do empresário de jogos ilegais Carlinhos Cachoeira, foi preso nesta quarta-feira (25) em Goiânia. A prisão foi feita em uma operação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, em conjunto com a Polícia Civil do Distrito Federal, batizada de Saint Michel. A operação cumpriu mandados de prisão preventiva e mandados de busca e apreensão em Brasília, São Paulo, Anápolis e Goiânia.

A Delta está no centro das investigações que apuram denúncias de uma rede de corrupção encabeçada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira. As suspeitas da Polícia Federal são que de a construtora teria alimentado doações eleitorais repassadas por Cachoeira. Segundo a Polícia Federal, o ex-diretor da Delta, Claudio Abreu, mantinha um patrimônio incompatível com seus rendimentos.

Conforme a assessoria de imprensa da Delta, Abreu foi afastado da empresa no dia 8 de março pelo Conselho Deliberativo. Após o afastamento, a empresa informou que instalou uma auditoria no escritório regional Centro Oeste da empresa, sediado em Goiânia. “A Delta Construção deseja apurar a extensão e a intensidade do relacionamento do ex-diretor da empresa com o empresário Carlos Augusto Ramos e fatos, atos e ações narrados em inquérito pelo Ministério Público e pela Polícia Federal”.

A operação também prendeu o vereador Wesley Silva de Anápolis e o servidor Valdir Reis do governo do Distrito Federal. As três prisões são um desdobramento da Operação Monte Carlo, realizada pela Polícia Federal em 29 de fevereiro que prendeu Carlinhos Cachoeira e revelou as ligações entre ele e agentes públicos.

Em meio a denúncias, dono da Delta se afasta do comando da empresa

Fernando Cavendish, proprietário da Delta, vai se afastar do comando da empresa, juntamente com o diretor Carlos Pacheco nesta quarta-feira (25) em Brasília. A decisão será anunciada por meio de uma carta que será encaminhada pela Delta à Controladoria Geral da União (CGU), na qual a empresa anunciará o início de uma auditoria na empresa, por meio de uma empresa independente. A direção da Delta, durante a investigação, ficará a cargo de Carlos Alberto Verdini.

Diante das denúncias com Carlinhos Cachoeira, a Delta já começou um movimento de abandono de grandes obras, como a participação no consórcio da reforma do Maracanã, a construção da TransCarioca e do pólo petroquímico de Comperj. Com 25 mil empregados diretos e 5 mil indiretos, a empresa tenta agora evitar o efeito dominó que atingirá outros projetos.

Nesta terça-feira (24) a CGU abriu processo para investigar irregularidades da construtora em obras em nove estados. Ao fim do processo, se condenada, a empresa poderá ser suspensa do serviço público de um mês a até dois anos, ou declarada inidônea, o que significa que será banida por, no mínimo, dois anos.

Maior construtora do PAC, com atividades principalmente no setor rodoviário, a empresa assinou contratos de R$ 4,3 bilhões nos últimos anos, dos quais R$ 3 bilhões já foram pagos pela União.

Com informações da Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Brasil247


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