Opinião
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19 de dezembro de 2021
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22:29

Decisão do TJ libera projeto que destruirá meio ambiente e afronta direitos indígenas em Porto Alegre (por Roberto Liebgott)

Orla do Guaíba, em Belém Novo, uma das áreas cobiçadas, hoje, pelo setor imobiliário. (Foto: Luiza Castro/Sul21)
Orla do Guaíba, em Belém Novo, uma das áreas cobiçadas, hoje, pelo setor imobiliário. (Foto: Luiza Castro/Sul21)

Roberto Liebgott (*)

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em decisão monocrática do Desembargador Marcelo Bandeira Pereira , liberou a tramitação do Projeto de Lei Complementar 024/2021 que vai beneficiar empresários da Fazenda do Arado Velho. O projeto teve a sua tramitação suspensa por ordem judicial em Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público do RS.

O referido projeto visa alterar o plano diretor de Porto Alegre e, com isso, liberalizar a especulação imobiliária no bairro Belém Novo. Se pretende na região a construção de um condomínio de luxo que aniquilará com o meio ambiente e afetará diretamente a comunidade Mbya Guarani da Ponta do Arado. O PL do prefeito Sebastião Melo ataca o meio ambiente e afronta a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) porque desrespeita os direitos indígenas.

O Projeto de Lei Complementar 024/2021 será o primeiro item de pauta da Câmara de Vereadores de Porto Alegre na semana do Natal.

A decisão judicial de efeito suspensivo – em Agravo de Instrumento – foi concedida de forma monocrática e, portanto, deve ainda ser julgada na 22ª Câmara Cível do TJ e, essa decisão, pode ser revertida. Mas, de todo modo – neste momento – libera a tramitação do danoso projeto.

(*) Coordenador do Conselho Indigenista Missionário – Cimi Sul.

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