Os líderes das bancadas da Câmara de Vereadores de Porto Alegre chegaram nesta segunda-feira (28) a um acordo sobre a revogação do Dia do Patriota, que foi incluído no calendário oficial da cidade em 8 de janeiro, data marcada pelos atos golpistas em Brasília. Também nesta segunda, vereadores da base aliada do prefeito Sebastião Melo (MDB) propuseram outro projeto revogando o Dia da Democracia, iniciativa do vereador Aldacir Oliboni (PT) também para o dia 8 de janeiro.
A proposta de revogação, de autoria da vereadora Comandante Nádia (PP), argumenta que a data é “marcada por eventos tão polêmicos e ainda sem deslinde em nosso país” e “não deve servir como símbolo de comemoração de qualquer natureza”. O projeto é coassinado pelos vereadores Fernanda Barth (PL), Conselheiro Marcelo (PSDB), Pablo Melo (MDB), Idenir Cecchim (MDB), Lourdes Sprenger (MDB) e Mônica Leal (PP).
Para Oliboni, a proposta é uma “represália” dos vereadores diante da repercussão negativa do Dia do Patriota, proposto pelo agora cassado Alexandre Bobadra (PL).
“É preciso lembrar que, além de Porto Alegre, outros estados e municípios, como o caso do Distrito Federal, já instituíram leis nominando a data como fizemos em Porto Alegre. Tal feito, independente de posição ideológica, une quem defende a democracia e não deseja que uma intentona golpista e extremista seja esquecida. Fatos como este, não podem e não devem ser esquecidos, e sim lembrados para que nunca mais ocorram. Assim como é com relação à Campanha da Legalidade, onde o povo gaúcho resistiu e saiu vitorioso, e o golpe de 1964 que jogou o Brasil na ditadura militar”, diz o vereador em nota.
O petista argumenta ainda que a revogação do Dia da Democracia faria Porto Alegre virar “chacota nacional” mais uma vez. “Quem assina ou vota a favor da revogação do Dia em Defesa da Democracia, realmente defende a democracia e o estado democrático de direito? Uma pergunta que não quer calar. Ao instituirmos tal data, que não é comemorativa e sim de conscientização, nós defendemos”, afirma.
