Geral
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24 de maio de 2024
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16:11

DMLU mantém orientação para descarte de resíduos da enchente na rua

Por
Luís Gomes
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Resíduos de casas e comércios alagados serão levados para Gravataí | Foto: Isabelle Rieger/Sul21
Resíduos de casas e comércios alagados serão levados para Gravataí | Foto: Isabelle Rieger/Sul21

O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) de Porto Alegre informa nesta sexta-feira (24) que mantém a orientação para que as pessoas descartem resíduos retirados de águas e comércios que ficaram alagados pela enchente, chamados materiais inertes, no passeio público. No entanto, em conversa com o Sul21, o diretor-geral do DMLU, Carlos Alberto Hundertmarker, alertou que esta orientação é válida apenas para resíduos de grande porte, e que a população não deve misturá-los com materiais orgânicos, por exemplo.

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“A orientação, continua a mesma, mas acho que é importante destacar e peço a cooperação da população que continue descartando seus objetos de maior volume no passeio público. Objetos menores, tem muitas coisas pequenas que estão sujas de lama, de lodo, que coloquem em sacos plásticos e fechem, amarrem a boca do saco para não fechar e não ficar se espalhando na água”, diz Hundertmarker.

O DMLU informa que já recolheu 7.370 toneladas de materiais inertes, sendo que 1,3 mil toneladas nesta quinta-feira (23). “Nossa equipe operacional está na rua, com chuva, de noite, de madrugada, trabalhando para a gente reconstruir a cidade quanto mais rápido possível”, afirma o diretor-geral do departamento.

Na quarta-feira (22), o DMLU oficializou a contratação do aterro da Unidade de Valorização de Resíduos da Construção Civil São Judas Tadeu Ltda, de Gravataí, para receber estes materiais, que estão sendo recolhidos por caminhões voltados para fazer a coleta específica destes resíduos e levá-los para espaços chamados de bota-espera. Um deles é o aterro da Serraria e outros dois estão localizados na avenida Loureiro da Silva. Dos bota-espera, eles serão levados para Gravataí. “As pessoas podem colocar na rua e também podem se quiserem levar em três bota-espera, que são locais já autorizados pela Fepam e a Secretaria do Meio Ambiente”, reforça Hundertmarker.

Apesar de a orientação para o descarte no passeio público ter partido do DMLU, que inclusive empregou carros de som para esta divulgação, a questão gerou controvérsia nesta quinta em razão dos novos alagamentos que se espalharam por Porto Alegre. Em diversos locais, foi possível ver o lixo acumulado junto a bocas de lobo e boiando pelas ruas.

Hundertmarker reconhece que o lixo acumulado no passeio contribuiu para os alagamentos. “Muitas pessoas, na ansiedade de colocar os resíduos nas calçadas, já estão colocando ao redor dos containers e dentro dos containers qualquer outro resíduo que não é aquele adequado. Os orgânicos, volto a dizer. Então, não tenho dúvida alguma que contribuiu para esse espalhamento de resíduos e o agrave da enchente”, diz.

O diretor ressalta que a orientação de colocar resíduos no passeio não vale para materiais orgânicos. “Nós temos na região central, principalmente nessa área alagada, Centro Histórico, Cidade Baixa, Menino Deus, áreas mais impactadas da enchente, os nossos containers. Esse serviço de coleta é destinado para coletas de resíduos orgânicos, não é resíduos recicláveis e muito menos da enchente. Nós temos toda uma logística distinta de fazer o recolhimento e também a destinação final. Os resíduos inertes desse pós-enchente estão, indo a partir da contratação de um aterro sanitário, para Gravataí. Esses outros resíduos continuam indo para Minas do Leão”, diz o diretor.


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