Política
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31 de maio de 2023
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08:55

Porto Alegre: Oposição se aproxima de consenso por união para eleições de 2024

Por
Luís Gomes
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Oposição planeja união de esquerda e centro-esquerda para derrotar Melo em 2024. Foto: Alex Rocha/PMPA
Oposição planeja união de esquerda e centro-esquerda para derrotar Melo em 2024. Foto: Alex Rocha/PMPA

A pouco menos de um ano e meio das eleições municipais de 2024 em Porto Alegre, os partidos de esquerda e centro-esquerda parecem já ter chegado a um consenso não visto há pelo menos duas décadas na Capital: a necessidade uma candidatura unificada de oposição ao prefeito Sebastião Melo (MDB). Nos últimos dias, a reportagem do Sul21 conversou com lideranças e possíveis pré-candidatos do PT, PSOL, PDT e PCdoB — a direção do PSB foi procurada, mas não retornou — e todos expressaram o desejo de construir uma candidatura unificada. Contudo, as conversas ainda não avançaram para além de diálogos iniciais e podem esbarrar em um problema que já impossibilitou a construção de uma frente ampla em Porto Alegre em eleições anteriores, a forma como será definida a chapa.

Em janeiro, um encontro em um café na Rua da República, bairro Cidade Baixa, deu a largada às conversas visando a composição de uma aliança de esquerda para a disputa. Proposta pelos vereadores Pedro Ruas e Roberto Robaina, ambos do PSOL, e com participação do agora presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto (PT), a conversa teve o objetivo de colocar na rua o bloco de uma possível chapa encabeçada pelos partidos para a sucessão de Melo.

Presidente municipal do PSOL, Robaina tem buscado desde então realizar uma série de conversas para tratar do pleito do ano que vem e avalia que, para além dos partidos, também há um consenso entre os movimentos sociais com os quais tem conversado da necessidade de uma candidatura unificada e forte para enfrentar Sebastião Melo e derrotar o bolsonarismo na cidade.

“Nós estamos conversando com muitos setores, inclusive com o ex-prefeito José Fortunati, que declarou a sua intenção de retornar o seu campo de origem. Ele foi prefeito com o Melo de vice, mas teve uma experiência muito traumática aí com esses setores da burguesia e da elite. Então, nós temos conversado com muita gente que está disposta a enfrentar esse governo e essa linha bolsonarista na Prefeitura. Nós estamos decididos a fazer essa unidade porque nunca tinha sido organizado a extrema-direita no Brasil como está organizada hoje”, diz.

Candidata em 2008 e 2016, Luciana Genro (PSOL) diz que, até o momento, foi realizada uma única reunião entre as federações PT-PCdoB-PV e PSOL-Rede para tratar do cenário para 2024, uma conversa realizada na Câmara de Vereadores. Na ocasião, diz, os presentes reafirmaram a disposição de construir com a unidade no campo. Contudo, ela salienta que as conversas ainda não tiveram prosseguimento. “Nós tiramos ali que iríamos fazer um conjunto de conversas e tentar mobilizar a cidade para fazer um movimento de construção de uma candidatura única da esquerda, mas o PT ainda parece estar focado na distribuição de cargos do governo federal. Então, a gente tem esbarrado um pouco nessa inércia do PT em relação a se fazer um calendário mais ativo de mobilização”, diz, acrescentando ainda que considera que as conversas já estão atrasadas.

 

Melchionna apoiou Manuela no segundo turno de 2020 | Foto: Divulgação

Em 2020, a esquerda e a centro-esquerda apresentaram três candidaturas, Manuela D’Ávila (PCdoB), Fernanda Melchionna (PSOL) e Juliana Brizola (PDT). O campo se uniu no segundo turno em torno da candidatura de Manuela, mas ela acabou derrotada por Melo por 54,63% a 45,37% dos votos válidos. Presidente municipal do PCdoB, Bruna Rodrigues avalia que as eleições municipais sempre foram pautadas pelas eleições gerais, que as antecedem ou sucedem, e por isso não seria possível avaliar o cenário de 2024 desconectado de outros pleitos.

“Viemos de uma eleição municipal, ocorrida em 2020, onde o bolsonarismo se consolidou na cidade, expresso abertamente pela candidatura de Sebastião Melo. Apesar da derrota eleitoral, a candidatura de Manuela d’Ávila, que expressou no segundo turno um sentimento de mudança — inclusive quase venceu as eleições –, e a eleição da primeira Bancada Negra da Câmara Municipal são símbolos importantes de uma tomada dos rumos da cidade pelo seu povo, em especial das mulheres e do povo preto”, diz, complementando que, em 2022, Lula venceu em Porto Alegre, especialmente nos bairros periféricos. “O que houve de diferente em 2020 e 2022, no que diz respeito à movimentação dos sujeitos políticos? A unidade”.

Segundo Bruna, a necessidade de unidade é o principal aprendizado dos últimos pleitos e ela deve ir além das duas federações e do próprio campo. “Um terço dos partidos políticos existentes no Brasil caminharam ao lado da candidatura de Lula”, lembra.

Para ela, essa unidade deve ser construída em torno de dois eixos centrais. “O primeiro fala sobre a necessidade de discutirmos um projeto concreto de retomada dos sonhos, dos direitos e da garantia da dignidade ao nosso povo. É preciso denunciar a entrega da cidade à especulação imobiliária, o desmonte da Carris e do DMAE, a constante falta de vaga na creche e tantas outras políticas que são sensíveis ao nosso povo. E um segundo aspecto fala sobre acumular forças e construir com nossa gente os caminhos para uma vitória do campo progressista nas eleições de 2026. Temos três anos para construir os caminhos para que não nos deparemos na cena eleitoral com a escolha do ‘ruim’ e do ‘menos pior’ para o governo do Estado. Nosso povo merece poder escolher um projeto para o Rio Grande do Sul que defenda políticas públicas, que ampliem o acesso a direitos e que esteja de fato a serviço do seu povo, e essa construção precisa começar agora”, afirma.

Presidente municipal do PT, Maria Celeste destaca que uma das novidades das eleições de 2024 é que os partidos que compõem federações já estão automaticamente coligados. Isto é, PT, PCdoB e PV deverão estar juntos, o mesmo valendo para PSOL e Rede. Um efeito prático desta aliança já formalizada é a composição das chapas para a vereança. “A nossa grande preocupação, por óbvio, é a eleição majoritária, mas também precisamos preparar a proporcional e não podemos ter retrocesso no número de eleitos para as nossas bancadas”, diz. PT e PCdoB somam hoje 6 vereadores, enquanto o PV não tem representação.

Celeste vê como um caminho natural o diálogo com a federação PSOL-Rede e avalia que as conversas já iniciaram, mas reconhece que, no momento, o PT tem feito um esforço inicial de organização interna. Tiramos um calendário de plenárias de debates internos, criamos um fórum com as nossas principais lideranças para ir construindo um ambiente de diálogo e de opiniões sobre o que nós queremos para o futuro do PT de Porto Alegre. Criamos o debate e um espaço de conversa de diálogo na nossa federação e também estamos num grande esforço e muito diálogo com o presidente do PSOL, o vereador Robaina, e também o vereador Pedro Ruas, para a gente construir essa possibilidade no primeiro turno. Para nós, é fundamental também, para além das federações, a gente ampliar o leque da esquerda em Porto Alegre. O PDT, para nós, é um partido fundamental, com quem queremos também ter um diálogo, assim como o PSB e os demais partidos que estão na base do governo Lula”, afirma.

A presidenta do PT destaca que tanto o presidente Lula como o candidato a governador Edegar Pretto tiveram bons desempenhos na Capital em 2022, com Lula ganhando em oito das dez zonas eleitorais da cidade no segundo turno e Pretto vencendo em sete delas no primeiro.

O deputado estadual Matheus Gomes (PSOL), outro integrante da chamada Bancada Negra eleita em 2020 — ao lado de Karen Santos (PSOL), Laura Sito (PT), Daiana Santos (PCdoB) e Bruna Rodrigues (PCdoB) –, avalia que a possibilidade de uma aliança de esquerda é maior neste pleito do que foi em 2020. Ele diz perceber que há um espírito de mudança no cenário político municipal, motivado pela vitória de Lula na Capital e pelos bons resultados que candidatos de esquerda obtiveram nas eleições parlamentares, sentimento que, pontua, é compartilhado pela população nas conversas que mantêm sobre o tema. “A partir daí, a gente precisa discutir o programa, os pontos mais urgentes que nós temos que levantar na discussão sobre o direito à cidade, a forma que nós vamos impulsionar esse movimento e quem vão ser as lideranças do processo. São esses pontos que nós precisamos avançar”, diz.

Matheus considera que os integrantes da Bancada Negra têm legitimidade para reivindicar espaço na disputa pelo Paço Municipal e de que estão conectados com o sentimento de mudança na representação e de renovação política. “A esquerda não pode ser menos ousada do que os nossos adversários. A gente vê a nível de Estado e em nível nacional esse processo de renovação geracional se expressar muitas vezes na direita e a esquerda, que não é conhecida pelo seu conservadorismo, pelo contrário, precisa nesse momento aprofundar o seu espírito de inovação e conexão com sentimentos que estão movimentando de maneira mais progressiva a política em Porto Alegre. A Bancada Negra representa isso e, na minha opinião, tem que ser parte do processo, nós temos uma forma de construção que é bem coletiva entre as representações da bancada, é um processo pluripartidário, diferente inclusive de como se movimentam o restante dos parlamentares. Isso nos dá força, nos dá condição de pensar uma lógica de unidade e creio que a gente deve construir um posicionamento que parta daí na discussão com os partidos”, diz.

 

Karen Santos (PSOL), Laura Sito (PT), Matheus Gomes (PSOL), Bruna Rodrigues e Daiana Santos, do PCdoB, integrantes da Bancada Negra eleita em 2020 | Foto: Divulgação

Presidente municipal do PDT, José Vecchio avalia que o cenário eleitoral irá começar a “esquentar” apenas a partir da virada do ano e avalia que o quadro nacional terá influência nas disputas municipais. Hoje, o PDT está no governo federal e no governo estadual. Por outro lado, ele salienta que o partido já tem ao menos dois pré-candidatos, o ex-deputados Vieira da Cunha e Juliana Brizola, e que o vereador Márcio Bins Ely também colocou o nome à disposição do partido para uma eventual candidatura majoritária.

Contudo, ele salienta que o foco do partido no momento é a organização de uma nominata competitiva para a Câmara de Vereadores em 2024. Além de Bins Ely, o PDT elegeu Mauro Zacher em 2020, mas o vereador faleceu em junho do ano passado, sendo substituído por João Bosco Vaz, que já tinha sido vereador por três mandatos.

Vecchio diz que, oficialmente, o PDT não foi procurado por nenhuma direção de partido para tratar de 2024, mas salienta que as lideranças pedetistas, como Vieira e Juliana, já foram procuradas para conversas. “Entre direções, eu até agora não tive nenhuma conversa tratando de candidatura em Porto Alegre”, diz. “Mas eu quero deixar claro que, da nossa parte, não somos refratários a nenhuma conversa, conversar é importante, mas o partido tem nomes para empunhar a nossa bandeira”, complementa.

Candidata em 2020, Juliana Brizola (PDT) também acredita que é necessária uma união do campo de centro-esquerda e esquerda para 2024, em razão da cidade estar, atualmente, sendo comandada por forças aliadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao ex-ministro Onyx Lorenzoni, fazendo com que a gestão atual esteja à direita de posições que o próprio prefeito Melo manteve no passado.

“Isso a gente vê em várias atitudes. Agora, por exemplo, essa questão que ele proibiu essas ONGs de distribuírem marmitas, tem muita queixa de moradores de rua sobre a forma como estão sendo tratados em Porto Alegre, enfim, essa forma desumana de governar pensando única exclusivamente no capital, sem se preocupar que Porto Alegre seja uma cidade mais humana. Não adianta ela estar só mais bonita aparentemente, ela também tem que ter uma qualidade de vida melhor. A gente também tem crise em vários setores, como o transporte público. Então, eu entendo que o nosso campo tem que apresentar uma candidatura para a cidade para que a gente possa romper esse ciclo”, afirma.

Uma experiência de composição ampla de partidos ocorre neste momento na Câmara de Vereadores com o mandato do vereador Marcelo Sgarbossa. Eleito suplente pelo PT em 2020, mas atualmente sem partido em razão de ter migrado para o PV em 2022 e não ter tido retorno ainda aceito pela sua antiga legenda, Sgarbossa assumiu a cadeira em 2022 e, a partir de um convite público para filiados ao campo na cidade, montou uma equipe com figuras como ex-prefeito José Fortunati, o ex-presidente municipal do PSB, Antônio Elisandro, Atena Roveda (PSOL), João Delatorre (PDT) e Paulo Nascimento (Rede). Segundo Sgarbossa esse movimento, que chama de Mandato Pró Frente Ampla, é uma iniciativa que “visa exercitar a necessária união dos partidos”.

Paralelamente, junto com lideranças do PDT, PSB, Rede e Avante, esse grupo iniciou um processo de escuta da cidade, como uma série de rodas de conversa que buscam entender as principais necessidades da população. Segundo Sgarbossa, esse movimento tem duas sugestões para a definição de uma eventual chapa. A primeira é a elaboração de um conselho político formado por um integrante de cada partido e que, em caso de eleição, permaneceria formado para contribuir com a próxima gestão e garantir a representatividade de todas as legendas. A segunda sugestão é a realização de prévias. “A gente não pode ficar limitado a um pensamento de duas vagas se a gente quer no mínimo sete ou oito partidos”, pondera o vereador.

 

Robaina (esq.), Ruas (centro) e Edegar conversaram em janeiro em um café na Cidade Baixa | Foto: Cristiano Ponte/Divulgação

Presidente do PT, Maria Celeste avalia que todos os partidos têm nomes fortes, mas entende que ainda é muito cedo para se tratar de possíveis candidatos. Por outro lado, diz que o PT possui possíveis candidatos com uma longa trajetória política — como as deputadas Maria do Rosário e Sofia Cavedon –, ao mesmo tempo em que reúne perfis que podem contribuir para a transição geracional, como a deputada Laura Sito, que integra a Bancada Negra. Um nome que, no momento, ela descarta disputar a vaga é Edegar Pretto, que teria comunicado ao partido que não tem a intenção de participar da disputa.

“Mas é muito cedo. Nós queremos construir um processo que nos leve à pactuação de um nome comum para essa possibilidade de representar toda a esquerda em Porto Alegre, então todos os nomes que estão colocados têm legitimidade para isso. Agora, nós precisamos resolver isso na construção e resolver qual é o programa e o projeto político para a cidade de Porto Alegre que vai dar a unidade neste campo de esquerda”, afirma.

Um dos nomes cotados para disputar a Prefeitura pelo PT, o deputado estadual Miguel Rossetto avalia que a eleição de 2024 terá um caráter “plebiscitário”, pois deverá ser uma disputa focada entre o atual prefeito, Sebastião Melo, e uma única força de oposição.

“Todos os setores reacionários e conservadores da cidade estarão alinhados ao Melo e a oposição deverá constituir um bloco unificado no primeiro turno. “Vai exigir uma grande unidade da oposição para apresentar um outro projeto cidade, para recuperar Porto Alegre como um lugar bom para as pessoas morarem, não ser só um lugar de negócio para poucos”, diz.

Rossetto prefere não afirmar quem seria o melhor candidato para liderar essa frente, pontuando que há vários bons nomes na oposição e que o mais importante é o entendimento de que ela deve estar unida para buscar a vitória eleitoral.

Matheus Gomes concorda que ainda não é o momento de falar em nomes que irão compor uma eventual chapa unificada, mas avalia que os membros da Bancada Negra têm o potencial de agregar votos nas periferias da cidade, o que considera como vital para a possibilidade de vitória. “Ou a esquerda ganha na periferia no ano que vem, ou não tem vitória. Nós estamos conseguindo construir esse processo de reflexão entre a esquerda e as periferias da cidade de Porto Alegre, os bairros populares em geral, pelas votações e pelo trabalho que se desenvolve no cotidiano. Então, não adianta a gente querer montar uma chapa no ano que vem que seja essencialmente masculina, branca, vinculada a uma tradição da esquerda que nos últimos 20 anos não conseguiu se sobrepor na disputa de Porto Alegre”, afirma.

Roberto Robaina salienta que, antes de se tratar de nomes, é imprescindível que os partidos construam um método para a definição da chapa que irá representar o campo. “Nós não condicionamos a unidade ao nome, mas condicionamos a unidade a um método. Ou seja, se não tem acordo no nome, então tem que ter um método de escolha que seja um método democrático. Eu acho que isso é o básico. Em 2020, nós já tínhamos proposto prévias para escolher o nome de uma candidatura, mas em 2020 a necessidade de uma unidade era menor do que agora”, complementa.

Sem descartar outros possíveis candidatos, Robaina confirma que, no momento, o PSOL trabalha com a possibilidade de Pedro Ruas como pré-candidato, o que passa pelo fato dele ter aberto mão de concorrer ao governo do Estado em 2022. “O nome do Ruas tem maior aceitação também entre os próprios petistas, porque ele abriu mão da candidatura a governador para ser vice do Edegar, militou pela campanha do Edegar, então nós temos um exemplo da eleição passada que nós achamos que deve ser valorizado”, diz.

Para Luciana Genro, uma eventual chapa majoritária deve contemplar as duas federações, mas, principalmente, estar conectada com os problemas da cidade. “Para isso, é preciso ir para as periferias e para os bairros fazer o debate, começar a construir um programa para que a gente tenha um movimento real na cidade para derrotar o bolsonarismo representado pelo Melo”, afirma.

Em 2020, Luciana foi uma das proponentes da ideia de que os partidos do campo progressistas deveriam organizar uma prévia para definir uma eventual candidatura de uma frente unificada. Na ocasião, o processo não foi adiante e os partidos que hoje compõem as federações foram representados por duas candidaturas, de Manuela D’Ávila (PCdoB) e Fernanda Melchionna (PSOL). Agora, a deputada avalia que o ideal é que a chapa para 2024 seja construída a partir de um consenso político, contudo ela não descarta a ideia de que prévias possam ser realizadas. “O ideal é que se consiga chegar a um consenso. Mas, se não for possível, que se faça uma prévia onde os partidos possam apresentar os seus nomes e a militância possa participar”.

Juliana Brizola ressalta que a costura da unidade não é fácil e também sofre influência do cenário político nacional. Neste sentido, avalia que ainda “há muita água para rolar” e confirma que, no momento, colocou seu nome à disposição para ser pré-candidata.

“O nosso campo tem que aprender um pouco também com as últimas eleições municipais aqui de Porto Alegre, porque não deram certo as estratégias. A esquerda vem perdendo há um tempo, eu acho que independente de nomes, isso é importante, claro, a gente tem que ter uma unidade de tentar resgatar a cidade que a gente entende. Se para isso é necessário uma união e que alguém ceda a vez, seja lá através de prévias, seja através de pesquisa, ou mesmo com uma conversa, isso eu vejo com bons olhos e acredito que o PDT não estaria indisposto a isso. Claro, a gente tem que sentar e conversar, no mínimo, porque temos divergências, mas a gente deveria apostar agora nas convergências, porque acho que o nosso campo também aprendeu, ou pelo menos deveria ter aprendido, com aquilo que possibilitou a chegada de um Bolsonaro ao poder e o que tudo isso significa. Então, a responsabilidade eu acho que também vem nessa hora”, afirma.


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