Meio Ambiente
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5 de março de 2024
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16:33

Sob críticas, Prefeitura estipula prazo para concluir pavimentação no Marinha e na Redenção

Por
Luciano Velleda
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Após mais de dois meses sobre a grama, pedras começaram a ser espalhadas na Redenção. Foto:  Jarbas de Araujo
Após mais de dois meses sobre a grama, pedras começaram a ser espalhadas na Redenção. Foto: Jarbas de Araujo

A Prefeitura de Porto Alegre prevê concluir o serviço de pavimentação nos parques Marinha do Brasil e Redenção até o final de março. O anúncio foi feito pela Secretaria de Serviços Urbanos (SMSUrb) após a colocação de pedras (o governo municipal chama de “saibro de granulação mais grossa”) em trechos de passeio de ambos os parques ter desagrado os frequentadores.

No Marinho do Brasil, as pedras foram espalhadas no final de 2023 e logo chamaram a atenção dos usuários. As reclamações se referiam à dificuldade para caminhar, passear com carrinhos de bebê, cadeiras de rodas e mesmo bicicletas, além de animais de estimação.

A cena começou a se repetir na semana passada na Redenção. Após montes de pedras ficarem depositados pelo parque por várias semanas, a Prefeitura começou a espalhar o material em trechos do passeio público. Tal como no Marinha, a novidade logo causou queixas dos frequentadores. Contrariados, integrantes do coletivo Preserva Redenção chegaram a criar placas críticas e bem humoradas questionando o que seria feito com os montes de pedras, considerando o material inapropriado.

Historiadora e integrante do coletivo Preserva Redenção, Alice Trusz destaca que os montes ficaram mais de dois meses sobre a grama prejudicando a área verde. “O que foi espalhado, foi mal recebido. Não é saibro ou brita, é pedregulho mesmo. As pessoas se machucam, as reclamações são unânimes”, afirma a historiadora. Todavia, ela destaca a importância dos buracos serem tapados e os caminhos do parque melhorados, porém, com outro tipo de material.

 

Pedras grossas foram colocadas pela Prefeitura no final do ano passado no parque Marinha do Brasil. Foto: Luciano Velleda/Sul21

Segundo a Secretaria de Serviços Urbanos (SMSUrb), a primeira etapa do serviço é a  colocação do “saibro de granulação mais grossa” nos locais onde há acúmulo de água causando desníveis no piso. Na segunda etapa, os locais receberão então uma camada de saibro mais fina. “Após a aplicação do material, é realizada a compactação com um rolo para o melhor nivelamento do solo”, explica o órgão da Prefeitura.             

A secretaria enfatiza que o Parque Marinha do Brasil já havia recebido a camada de “saibro de granulação mais fina” dias antes do violento temporal que atingiu a Capital em 16 de janeiro. A previsão agora é retomar o serviço na segunda quinzena de março, após a conclusão do recolhimento dos resíduos das árvores que caíram durante o a tempestade de janeiro.

A limpeza das árvores caídas é a justificativa da Prefeitura para ter espalhado agora o material num local da Redenção que alaga nos dias de chuva e que estaria dificultando a circulação dos caminhões que recolhem os resíduos pós-temporal.

A previsão de concluir o trabalho nos dois parques até o final do mês de março, salienta a Secretaria de Serviços Urbanos, dependerá das condições climáticas.

Os montes de pedras que começaram a ser espalhados na Redenção, no entanto, é só mais um elemento de desagrado entre integrantes do coletivo que acompanha os cuidados com o parque. Alice diz que a razão de existir do parque é o lazer, a contemplação e o esporte. Na sua opinião, a área verde, apesar de ser um cartão-postal da cidade, “está abandonada”.

“É toda uma questão administrativa, com uma série de problemas”, avalia, pontuando que as tarefas de zeladoria do parque, atualmente divididas em diferentes secretarias da Prefeitura, pecam pela falta de coordenação.

Para marcar a insatisfação e cobrar providências do poder público, o coletivo Preserva Redenção realizou um ato, no último sábado (2), expondo outros problemas do parque. Entre as queixas estão as fontes d’água dos lagos desligadas, bebedouros que não funcionam, ausência de cestas para coleta seletiva do lixo, ausência de plantio de flores nos canteiros do espelho d’água e a falta de cuidado com o manejo das árvores, incluindo podas mal feitas e fora da época mais indicada. O grupo ainda critica a falta de ação para suprir a perda de árvores mortas ou derrubadas em temporais.

“Não vimos nem uma árvore ser plantada na Redenção no último um ano e meio”, afirma a historiadora. “Recursos existem, falta organização administrativa, competência técnica e interesse em cuidar do bem público.”

Em ofício de dezembro de 2023, ao responder questionamento feito pelo vereador Adeli Sell (PT), o prefeito Sebastião Melo disse que a Secretaria de Serviços Urbanos fez a manutenção e reparo de dois bebedouros da Redenção no ano passado. “No entanto, esses equipamentos são altamente vandalizados, sendo extremamente difícil manter os mesmos operando”, afirmou Melo, reconhecendo a dificuldade do seu governo em simplesmente cuidar dos bebedouros de um dos mais importantes parques da cidade.

À GZH, o secretário de Serviços Urbanos, Marcos Felipi Garcia, disse que quatro bebedouros serão trocados ainda neste mês de março e que um edital foi lançado para contratar a empresa que fará o replantio das flores.

 

Foto: Julia Galarza
Foto: Camila Casarotto
Foto: Camila Casarotto
Foto: Camila Casarotto

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