Meio Ambiente
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21 de outubro de 2023
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11:35

Ativistas entregam machado de prata a Smamus em protesto contra arboricídio na Capital

Por
Sul 21
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Troféu foi entregue ao chefe de gabinete da Smamu | Foto: Divulgação
Troféu foi entregue ao chefe de gabinete da Smamu | Foto: Divulgação

Um grupo de ativistas do meio ambiente de Porto Alegre realizou nesta sexta-feira (20), em frente à Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade de Porto Alegre (SMAMUS), um protesto contra o corte de árvores da cidade. Mobilizado pelo Movimento Salve os Parques e pela Rede Preserva PoA, que reúnem cerca de 70 organizações cidade, o ato foi marcado pela entrega de um troféu, um machado de prata, ao secretário Germano Bremm, titular da pasta. O troféu de “arboricida do ano” foi recebido pelo chefe de gabinete do secretário, Joaquim Cardinal.

Segundo levantamento dos movimentos, até outubro de 2022, foram executadas 28.606 podas e 1.695 cortes de árvores (supressão total) na Capital gaúcha. Em 2021, foram 32.316 e 981, respectivamente, o que demonstra que o número de corte de árvores quase dobrou de um ano para o outro. O levantamento consta em um documento (confira a íntegra ao final) elaborado pelo Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (InGá), que também foi entregue ao chefe do gabinete da Smamus.

Segundo Paulo Brack, coordenador-geral do InGá, a mobilização tem o objetivo de denunciar o “arboricídio que a cidade está testemunhando”, levado a cabo por empresas terceirizadas. “Estamos verificando uma quantidade muito grande de árvores sendo cortadas, parques também submetidos a esta lógica de concessões, o que implica num corte de árvores, podas mal feitas. Então, existe por parte da população de Porto Alegre uma indignação muito grande. A gente recebe, quase todos os dias, fotografias, denúncias das pessoas. A gente entrega documentos a Smamus, não tem retorno, então a política aqui é deixar que se faça cortes indiscriminados”, afirma.

 

| Foto: Divulgação

Para as entidades, uma das causas do problema é o enfraquecimento da política ambiental e o repasse de serviços para empresas terceirizadas. “Vivencia-se um processo de enfraquecimento da política ambiental municipal, testemunhando-se o esvaziamento paulatino da então Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAM), que assumiu de forma questionável (sem discussão com a sociedade) o tema da urbanização e uma suposta sustentabilidade, a não ser de negócios inconfessáveis, agora com nome de SMAMUS, baseada no favorecimento de licenças para a expansão de projetos imobiliários de grandes empresas da construção civil, além da divisão de serviços de manejo da arborização com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSURB), agregando ambas significativa terceirização de serviços”, diz o documento.

O documento também destaca que as medidas da Smamus vão na contramão das necessidades de proteção ambiental da cidade, verificadas na recente inundação do Guaíba. “Percebe-se também, com esse absurdo corte de árvores e essa quase obsessão por cimentar as áreas verdes, um negacionismo climático. Recentemente, chuvas intensas provocaram alagamentos, com transtornos e até mesmo tragédias à população de todo o Estado, incluindo Porto Alegre. No final de setembro, o nível da água do Guaíba subiu e transbordou na zona do Cais Mauá, inundando a icônica orla da capital. Moradores das ilhas ficaram desabrigados ou em situação de vulnerabilidade. As ruas de diversas regiões da cidade sofreram com a situação. Arrancar o verde da cidade vai contra todas as propostas de mitigação do aquecimento global, está na contramão de tudo que vem sendo dito mundialmente”, diz o texto do InGá.

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