Meio Ambiente
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6 de junho de 2022
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12:25

Indigenista e jornalista inglês estão desaparecidos há mais de 24 horas no Amazonas

Por
Sul 21
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Colegas dizem que Bruno Pereira apenas queria cumprir sua função e voltar para casa, sem pretensão de heroísmo. Foto: Divulgação/Funai
Colegas dizem que Bruno Pereira apenas queria cumprir sua função e voltar para casa, sem pretensão de heroísmo. Foto: Divulgação/Funai

A União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja) e o Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (OPI) informaram nesta segunda-feira (6) que o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, correspondente do jornal The Guardian e de outros veículos internacionais no Brasil, estão desaparecidos há mais de 24 horas no estado do Amazonas. Eles faziam o trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte.

Segundo a nota das entidades, a dupla chegou à localidade do Lago do Jaburu, onde o jornalista britânico teria marcado com indígenas, às 19h25 da última sexta-feira (3). Eles iniciaram o retorno para Atalaia do Norte, ponto de partida original da viagem, no domingo (5), mas fizeram uma parada na comunidade de São Rafael, onde encontrariam uma liderança comunitária.

As entidades dizem que o último registro da dupla foi feito na comunidade São Rafael, por volta das 6h de domingo. A previsão de chegada em Atalaia do Norte, distante cerca de duas horas, era por volta de 8h ou 9h da manhã, o que não ocorreu.

A Univaja enviou uma equipe de busca que partiu de Atalaia do Norte às 14h, com o objetivo de cobrir o mesmo trajeto que Pereira e Phillips iriam percorrer, mas não encontraram vestígios da dupla. Ali receberam a informação de que a última vez que os dois foram vistos foi em um barco na comunidade de São Gabriel, próxima a São Rafael.

Uma nova equipe de busca percorreu o trajeto previsto em uma embarcação maior, mas também não encontrou vestígios da dupla.

As entidades destacam na nota que Bruno Pereira é experiente e profundo conhecedor da região, uma vez que foi Coordenador Regional da Funai de Atalaia do Norte, e que colaboradores da Univaja informaram que a dupla recebeu ameaças na semana do trabalho de campo.

“A ameaça não foi a primeira, outras já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da Univaja, além de outros relatos já oficializados para a Polícia Federal, ao Ministério Público Federal em Tabatinga, ao Conselho Nacional de Direitos Humanos e ao Indigenous Peoples Rights International”, diz a nota.


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