Com o título de “Sem liberdade não há ordem e sem ordem não há progresso”, a ministra da Segurança Pública da Argentina, Patricia Bullrich, anunciou nesta quinta-feira (14) uma série de medidas do novo governo argentino para reprimir protestos no país. Grandes manifestações contra as medidas econômicas anunciadas pelo governo do presidente Javier Milei estão sendo planejadas para a próxima quarta-feira (20).
Com 12 tópicos, as medidas se concentram na proibição de bloqueios de ruas, avenidas e estradas, parciais ou totais, com o anúncio de responsabilização dos manifestantes e incentivadores. Segundo o governo argentino, as quatro forças de segurança federais — Polícia Federal, Gendarmeria (de natureza militar), a Prefeitura Naval e a Polícia de Segurança Aeroportuária atuarão para desfazer os bloqueios. “A lei não se cumpre pela metade, cumpre-se ou não se cumpre”, diz o comunicado.
Prática comum na Argentina em dias de protesto, o uso de vias secundárias para desviar o trânsito caso uma rua ou avenida principal seja bloqueada, é um recurso que o governo Milei diz que não aceitará mais. “Se se interrompe a via principal, se libera a via principal”, afirma o governo.
O “comunicado de imprensa” do Ministério da Segurança Pública afirma que os manifestantes envolvidos em bloqueios serão identificados e processados. O governo argentino ainda anunciou que os organizadores dos atos, sejam partidos políticos ou organizações sindicais, terão que pagar os custos relativos a estragos e ao uso das forças de segurança, além de serem incluídas num cadastro permanente.
“Para levar a cabo essas medidas, as Forças utilizarão a mínima força necessária e suficiente, graduada em proporção à resistência”, diz o documento.
A presença de menores de idade nos atos também pretende ser coibida pelo governo de Milei, que promete adotar sanções contra adultos que levarem crianças aos protestos.
Com longa tradição de atos de rua, o conjunto de medidas anunciadas pelo governo argentino recém empossado parece não intimidar partidos de oposição e sindicatos que mantém o chamamento para um grande protesto dia 20, em Buenos Aires.
