Geral
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6 de setembro de 2023
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11:15

Sobe para 36 número de mortes por chuvas no RS

Por
Luís Gomes
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 Foto: Maurício Tonetto/Secom
Foto: Maurício Tonetto/Secom

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou na tarde desta quarta-feira (6) que subiu para 36 o número de mortes provocadas pelas fortes chuvas que atingiram o Estado no início da semana. Mais dois corpos foram encontrados em Roca Sales. Ainda durante a manhã, foram localizados outros setes corpos na cidade. Um corpo foi encontrado em Santa Tereza.

Na terça-feira (5), órgão informou que foram encontradas 15 pessoas mortas em Muçum. Agora, a atualização mostra que, na verdade, foram 14. As demais vítimas fatais eram moradoras dos municípios de Lajeado (3), Cruzeiro do Sul (2), Estrela (2), Ibiraiaras (2), Mato Castelhano, Encantado e Passo Fundo.

A Defesa Civil informa que as chuvas afetaram diretamente pelo menos 52 mil pessoas em 70 municípios do Estado, deixando 3.084 desalojados e 2.299 desabrigados. Ao menos 309 casas foram destelhadas e 3 foram totalmente destruídas.

Durante a manhã, o governador Eduardo Leite e uma comitiva do governo federal visitaram e sobrevoaram áreas atingidas pelas chuvas. A previsão era de sobrevoo às cidades de Muçum, Roca Sales e Encantado, com visita a desabrigados neste último município.

Fizeram parte da comitiva o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e o Secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Aparecido Wolff.

“Todo o nosso esforço é na direção de salvar as pessoas. Os alertas foram emitidos, o esforço todo para remover famílias, milhares de pessoas foram resgatadas, retiradas de casa pelo Corpo de Bombeiros, pela Brigada Militar. Todo o esforço está sendo feito pela Defesa Civil com a parceria das prefeituras”, disse o governador.

 

Foto: Luis Gustavo Bettinelli/Prefeitura de Muçum

Pela manhã, Leite já havia indicado que o número de 27 vítimas fatais poderia aumentar. “Infelizmente, esse número pode aumentar. A gente está com todo o esforço, com apoio aéreo, o Estado colocou todas as aeronaves à disposição para fazer os resgates, buscamos nas Forças Armadas mais aeronaves, tem a resgate sendo feito por barco, estamos com as equipes distribuídas nessas cidades. O problema é comunicação também. A gente acaba não conseguindo. O sinal do celular não está pegando, as baterias dos celulares já acabaram por falta de energia nas cidades mais atingidas, então a comunicação é muito precária”, afirmou.

O governador ainda alertou que a situação pode ser complicada com a previsão de retorno das chuvas, especialmente a partir de quinta-feira na região norte do Estado. “O solo já tá encharcado, os rios já estão cheios, então qualquer volume de chuva que venha pela frente pode gerar novo comprometimento. Por isso que as nossas equipes estão mobilizadas para poder fazer o atendimento e os alertas, especialmente para essas comunidade. Muitas pessoas podem achar que voltar as suas casas eventualmente seja seguro agora porque já passou o pior, mas tem que ficar atento. Porque os rios podem voltar a subir rapidamente, a se confirmarem essas previsões de chuvas. E, além disso, um alerta também para Região Metropolitana, a bacia do Rio Gravataí também deve acabar gerando dificuldades ao longo das próximas horas”, disse.

O ministro Waldez Góes lembrou que, neste ano, na ocorrência de dois outros ciclones, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por uma medida provisória, destinou R$ 280 milhões para que assistência às vítimas e reconstrução nos municípios afetados.

“Já tem uma medida adotada pelo presidente Lula anteriormente. Temos recursos ainda desta medida provisória e, se for necessário ser emitida uma nova medida, assim o fará. O que ele [Lula] autorizou, tanto eu quanto o Pimenta, foi nos reportarmos ao governo do estado, à população, às prefeituras, que não faltarão recursos”, disse Waldez.

O ministro da Integração ressaltou que, além de continuar com os resgates, é preciso haver sinergia e diálogo entre os governos federal, estadual e municipais, com apoio dos parlamentares e da sociedade, para aprimorar a rede que fará o planejamento e a utilização dos recursos públicos.

“Me preocupo mais com a forma de nossa organização, juntar toda a força para melhor utilizar essa força humana, material, equipamentos, orçamentário para atender as pessoas, resgatar, se solidarizar, dar assistência, garantir ajuda humanitária, depois restabelecer e, em seguida, reconstruir”, disse.

O ministro da Secom, Paulo Pimenta, em sua rede social, mostrou imagens do sobrevoo de helicóptero por áreas inundadas e destruídas nos municípios gaúchos de Muçum, Encantado, Arroio do Meio e Roca Sales. Ele disse ter encontrado “um cenário triste e desolador”.

 

Ministros Waldez Góes e Paulo Pimenta visitam áreas atingidas por ciclone no Rio Grande do Sul | Foto: Paulo Pimenta/Divulgação

Os ministros viajaram ao estado por determinação do presidente Lula, que publicou mensagem em uma rede social confirmando que não faltarão recursos para o resgate das vítimas. Lula afirmou que está em contato com o governador gaúcho, Eduardo Leite.

“Conversei há pouco com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e reforcei que o governo federal está à disposição dos gaúchos para enfrentar essa crise. Além do chefe da Defesa Civil, Wolnei Barreiros, os ministros Paulo Pimenta [Comunicação Social] e Waldez Goes [da Integração e Desenvolvimento Regional], estão no Rio Grande do Sul, e também estarão de prontidão o ministro da Defesa, José Múcio, e o vice-presidente Geraldo Alckmin”, disse o presidente.


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