Educação
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7 de outubro de 2023
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13:27

Moradores de casas de estudantes da UFRGS pedem melhores condições de infraestrutura

Por
Duda Romagna
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Casa do Estudante da UFRGS, localizada na Rua São Manoel. Foto: Joana Berwanger/Sul21
Casa do Estudante da UFRGS, localizada na Rua São Manoel. Foto: Joana Berwanger/Sul21

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) tem, hoje, aproximadamente 450 alunos vivendo em moradias estudantis vinculadas diretamente ao Departamento de Apoio ao Estudante (DAE) da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE). Apesar de efetivas, duas das quatro residências localizadas em Porto Alegre apresentam problemas estruturais que preocupam seus moradores.

Na Casa de Estudante das Faculdades de Agronomia e Veterinária (CEFAV), localizada na zona leste da Capital, estudantes relatam, por exemplo, goteiras dentro dos quartos pelo acúmulo de água nas telhas, animais ouvidos no sótão entre o teto e o telhado, como ratos e gambás, escorpiões, além de cupins. A porta principal está danificada, sem o acesso por tag.

O fogão industrial que deveria ser usado pelos 61 moradores não está instalado, para cozinhar, precisam juntar dinheiro para comprar gás para um fogão de quatro bocas que conseguiram emergencialmente. Quando não conseguem, os estudantes usam fogo de chão, com lenha.

Já na Casa de Estudante do Campus Saúde (CEUFRGS), que fica ao lado da UBS Santa Cecília e aos fundos do Hospital de Clínicas, obras do hospital rentes a uma das paredes do prédio causam mofo em áreas comuns, como corredores e até mesmo na cozinha. A principal preocupação é com uma árvore que cobre o telhado que já necessita de reparos. Os últimos eventos climáticos agravaram o medo nos moradores.

Foto: Joana Berwanger/Sul21

“É um risco constante, em outra casa uma árvore caiu e eles viveram com a árvore caída dentro do prédio. Nessas últimas chuvas mais fortes, a gente se revezou para acompanhar o que ia acontecendo. Nós já pedimos essa reforma do teto, que é bem importante, mas eles não dão retorno”, relata um estudante e morador da CEUFRGS.

Foto: Joana Berwanger/Sul21

Ainda, os 31 moradores precisam dividir uma só geladeira e um forno elétrico, duas das quatro máquinas de lavar roupa estão estragadas e o fogão também está com problemas. Os estudantes relatam também que frequentemente os chuveiros elétricos dos cinco banheiros da casa queimam e quando são trocados não têm boa qualidade.

“Eles estão mandando um material de muito baixa qualidade para manutenção da casa, os terceirizados que fazem os serviços já dizem pra nós que uma descarga, por exemplo, vai estragar de novo em dois meses, porque é um material horrível. Avisam pra gente ‘você vão ter que chamar a gente de novo”, lembra o estudante.

Foto: Joana Berwanger/Sul21

Um estudante morador da CEFAV, relata que os estudantes temem que a falta de manutenção leve à interdição das casas. “Nosso receio é de que, como já aconteceu com outra casa, ela acabe sendo interditada, nos dêem auxílio por certo tempo, e depois fechem a casa, de modo que não exista mais essa possibilidade no futuro”, afirma.

Por isso, moradores das duas casas estão se mobilizando para a elaboração de um manifesto, que deve ser publicado nas próximas semanas, junto à volta às aulas. O documento tem o objetivo de elencar necessidades e alertar, além da Universidade, a população quanto aos problemas presentes nas casas.

Atualmente, a CEUFRGS tem 11 vagas disponíveis, sendo a capacidade máxima de 42, enquanto a CEFAV tem 43 lugares, considerando a capacidade máxima de 104. “Nossa ação tem como objetivo principalmente essa prevenção, bem como a possibilidade de abrir novamente esses quartos para moradia, fazendo novas seleções, pois em alguns não há pessoas morando pelas infiltrações, perigos elétricos, etc”, explica o estudante.

“Seja pela falta de resposta, promessas não cumpridas ou pedidos negados, nós moradores estamos frustrados e cansados de lutar por boas condições de infraestrutura na casa. Nós como estudantes deveríamos estar apenas preocupados em estudar, mas essa não é nossa realidade”, diz trecho do documento ainda em construção.

Em nota, a UFRGS informou que a execução das manutenções dos prédios é realizada pela Superintendência de Infraestrutura (SUINFRA) e compreende reparos em instalações civis, elétricas, hidráulicas, de segurança e de infraestrutura em geral. “A DME conta com um setor de Manutenção que é composto por dois servidores e três zeladores, que atendem as quatro moradias estudantis da UFRGS. A DME, ao identificar as necessidades de manutenções prediais, registra a demanda à Superintendência, acompanha a execução das ordens de serviço encaminhadas, se foram executadas, se estão em andamento, se foram canceladas, tomando as devidas providências para que as solicitações sejam atendidas, conforme as necessidades levantadas”, explica.

Além disso, a Universidade afirma que, a cada duas semanas, uma equipe do Departamento de Moradia Estudantil (DME) visita as casas e os moradores têm um canal de comunicação direta com o setor. “As moradias contam com o serviço de zeladoria que, periodicamente, identifica as necessidades de manutenção e reporta para a equipe de servidores da DME dar os devidos encaminhamentos. Em cada moradia há pelo menos um estudante bolsista, escolhido pelos próprios moradores, que tem como principal atividade identificar e encaminhar as necessidades de manutenção, especialmente, do ponto de vista das necessidades de quem é morador, trazendo assim um olhar complementar ao serviço de zeladoria.”

Foto: Joana Berwanger/Sul21

 

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