O ministro da Educação, Victor Godoy, anunciou nesta sexta-feira (7) que o governo federal irá reverter o bloqueio de R$ 328 milhões nos orçamentos de custeio das universidades federais brasileiras, bem como contingenciamentos nos recursos dos institutos federais e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A decisão ocorre um dia após ele negar que se tratava de um corte orçamentário e sofrer fortes críticas de entidades de reitores e ver o movimento estudantil convocar manifestações contra o bloqueio.
“O limite de empenho será liberado para as universidades federais, para os institutos federais e para a Capes”, disse Godoy, em vídeo publicado nesta tarde.
Godoy afirmou que conversou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e que recebeu a sinalização positiva para a liberação dos recursos. “Eu conversei com o ministro Guedes, ele foi sensível e nós vamos facilitar a vida de todo mundo”
Segundo Godoy, o movimento mostraria a “sensibilidade” do governo para “facilitar a vida do reitor”.
O Ministério da Educação não para e, em conjunto com o Ministério da Economia, vai liberar o limite de empenho para universidades, institutos e para a Capes. Confira! pic.twitter.com/QSCKoAxiOR
— Victor Godoy (@victorv_godoy) October 7, 2022
No entanto, na quinta-feira (6), ele próprio havia divulgado um vídeo em que negava que as universidades seriam inviabilizadas pelo bloqueio, o que ele chamou apenas de um “ajuste operacional”. Godoy também havia afirmado que as críticas eram uma tentativa de usar a questão de forma política para atacar o presidente Jair Bolsonaro durante o período eleitoral.
Nesta sexta, a reportagem do Sul21 publicou uma matéria apontando que cinco das seis universidades federais gaúchas manifestaram preocupação com o bloqueio, com algumas delas informando que não teriam recursos disponíveis para honrar despesas básicas, como o pagamento de luz. A única instituição que optou por minimizar o bloqueio foi a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), cujo reitor Carlos André Bulhões, aliado de políticos bolsonaristas, disse que o impacto seria reduzido.