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13 de maio de 2016
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14:14

Sul21 recomenda ‘Um Pombo Pousou num Galho Refletindo sobre a Existência’ e Julio Herrlein

Por
Sul 21
[email protected]

Milton Ribeiro

O destaque da semana é o multinacional de enorme título Um Pombo Pousou num Galho Refletindo sobre a Existência. A obra ganhou o Leão de Ouro em Veneza. Merecido. Roy Andersson é muito bom diretor, uma curiosa mistura de Bergman com Tati. Mais polêmico é Demon, espécie de filme de terror sem gran finale, o que tem feito a alegria dos críticos e a decepção dos adoradores do gênero.

Destacamos também o show de Julio Herrlein, dia 18 no impronunciável Teatro da UFCSPA e o espetáculo Concentração, no simpático Teatro de Arena. Mas há muito mais, como vocês podem conferir abaixo.

Todas as semanas, o Sul21 traz indicações de filmes, peças de teatro, exposições e música para seus leitores. Não se trata de uma programação completa, mas de recomendações dos melhores espetáculos que assistimos. O critério é a qualidade. Se você tiver sugestões sobre o formato e conteúdo de nosso guia, por favor, comente. Boa semana!

Cinema – Estreias

Um Pombo Pousou num Galho Refletindo sobre a Existência (*****)
(En duva satt på en gren och funderade på tillvaron), de Roy Andersson, Suécia / Noruega / França / Alemanha, 2014, 100 min
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Este título longo resume bem o universo de Roy Andersson. Quanto ao argumento do filme, é muito difícil, quase impossível, resumi-lo, mas podemos começar por um importante fato externo: o filme venceu o Leão de Ouro da 71ª edição do Festival de Veneza, em 2014. A partir de uma série de planos gerais filmados com uma câmara fixa, o realizador sueco desenvolve, calmamente, uma reflexão introspetiva e absurda sobre a morte e a vida. O trabalho dos atores é particularmente interessante. De forma teatral e por vezes burlesca, as personagens encarnam uma série de cenas que nos fazem lembrar os universos de Bergman, Tati, Monty Python e Beckett. Isso mesmo. O registo é, ao mesmo tempo, divertido, sinistro, macabro, anacrônico e excêntrico. Esta forma de ‘desespero escandinavo’ acaba por seduzir-nos, tal como seduziu o júri da Mostra de Veneza. O filme faz parte de uma trilogia iniciada pelo autor há 15 anos.

Na Sala Eduardo Hirtz, às 17h30 e 19h30

Demon (****)
(Demon), de Marcin Wrona, Polônia / Israel, 2015, 94 min

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Demon é um filme de expectativas. Toda a sua narrativa, seu ritmo é um crescente em suspense que nos prende minuto a minuto, com fotografia, enquadramentos, trilha e atores que juntos garantem nossa ansiedade, nossa vontade de entender o que está acontecendo com aquelas pessoas em uma festa de casamento. Até que algo dá errado. A proposta de um filme de terror é, obviamente, nos causar medo. Qualquer história deste gênero deve ter coerência, verossimilhança, um estudo da trama que precisa garantir sua plausibilidade até o fim. E que aqui falha de uma forma estranha, nos deixando sofrendo, imaginando que estava tudo indo muito bem, até esquecerem que havia um roteiro a terminar. Vale a pena ainda assim, desde que não se espere tanto. (Resumido do Blah Cultural).
https://youtu.be/gjHhiGMzLQg
No Guion Center 3, às 16h05 e 21h10

Cinema – Em cartaz

De Amor e Trevas (***)
(A Tale of Love and Darkness), de Natalie Portman, Israel / EUA, 2015, 98 min

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Filme inspirado no excelente livro homônimo de Amos Oz, marca a estreia de Natalie Portman na realização de longas-metragens, com a atriz a assumindo ainda o cargo de argumentista e protagonista desta ambiciosa obra. A palavra ambição não significa competência e Natalie Portman não parece ter unhas para, ao menos nesta sua fase da carreira, conseguir tocar esta guitarra. O maior elogio que podemos fazer a “A Tale of Love and Darkness” surge com algum veneno: é semelhante à carreira de Natalie Portman como atriz, ou seja, alterna entre o bom, o razoável e o medíocre. “A Tale of Love and Darkness” perde-se em alguns tropeços de iniciante, aliados a uma devoção excessiva de Natalie Portman em relação ao material que tem entre mãos. Só a história e a lembrança do livro fazem com que gostemos do filme. (Com Rick’s Cinema)

No Espaço Itaú 1, às 15h20
No Guion Center 3, às 14h15 e 19h20

O Décimo Homem (***)
(El Rey del Once), de Daniel Burman, Argentina, 2015, 81 min

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Esta comédia dramática produzida na Argentina centra sua trama em Ariel (Alan Sabbagh), que se tornou um bem-sucedido economista de Nova York (EUA), depois de se afastar de seu pai, famoso em seu antigo bairro na Argentina, onde gerencia uma instituição de caridade judaica. Ao receber um pedido do pai, chamado Usher – com quem não esperava se encontrar tão cedo – ele retorna à Once, o antigo e unido bairro judeu de sua infância em Buenos Aires, num reencontro com as tradições que deram origem ao estranhamento. O que se segue é uma comédia de erros, de conexões e pessoas perdidas e achadas e a contemplação sobre a real extensão de poder realmente esquecer o passado. (Do cinemaimeri).
No Cinemark Barra 1, às 14h
No Espaço Itaú 6, às 16h e 20h
No GNC Moinhos 4, às 14h30, 16h30 e 21h40
No Guion Center 1, às 14h
No Guion Center 3, às 17h50

Nise — O Coração da Loucura (****)
de Roberto Berliner. Brasil, 2015, 108 min

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Aconteceu um milagre, na década de 1950, no Brasil. Os mais importantes museus de arte moderna abriam seus salões para artistas de que nunca se ouvira falar. Muitos críticos assinalaram que essas exposições revelavam pintores que, apesar de desconhecidos, deveriam desde já ser considerados entre os maiores artistas brasileiros. Falou-se que essa explosão inédita de arte e beleza indicava que algo, comparável com a Renascença, poderia estar acontecendo no Rio de Janeiro. Por trás deste milagre não havia nenhuma academia de artes, nenhum mecenas ou marchand. Apenas uma psiquiatra, ridicularizada por seus colegas, e um ateliê de pintura, criado por ela em um hospital psiquiátrico nos subúrbios da cidade. Os artistas eram esquizofrênicos e pobres, internados, alguns há várias décadas, abandonados por suas famílias e desenganados pelos médicos. Este filme conta a história deste “milagre” e da vida dessa psiquiatra rebelde, franzina e cativante: a Dra. Nise da Silveira.

No Espaço Itaú 8, às 17h20

Truman (****)
de Cesc Gay, Espanha / Argentina, 2015, 106 min

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Em Truman, Ricardo Darín interpreta Julián, um doente terminal de câncer que decide interromper o tratamento diante do agravamento de seu estado de saúde. E, acompanhado pelo melhor amigo, tenta encontrar um novo lar para Truman, seu cachorro. Quando Julián (Ricardo Darín) recebe uma visita inesperada do seu amigo de infância Tomás (Javier Cámara) que vive no Canadá, o encontro é ao mesmo tempo doce e amargo. Este reencontro, depois de vários anos, será também o último. Depois de lhe ser diagnosticado um câncer terminal, Julián decide pôr fim ao tratamento continuado que recebe, para poder concentrar-se em deixar todos os seus assuntos em ordem: a distribuição dos seus bens, as coisas para seu funeral, e acima de tudo, encontrar um lar para o seu mais fiel amigo -– o cão Truman. Entre diálogos repletos de humor e passeios pelas ruas de Madrid visitando livrarias, restaurantes, médicos e veterinários, a relação dos dois amigos vê-se fortalecida, sendo cada vez mais difícil a separação.

No Espaço Itaú 1, às 20h e 22h
No GNC Moinhos 2, às 13h20, 15h30, 17h40, 19h50 e 22h
No Guion Center 2, às 16h45 e 20h45
Na Sala Paulo Amorim, às 15h e 19h15

A Juventude (*****)
(La Giovinezza), de Paolo Sorrentino, Itália/França/Suíça/Grã-Bretanha, 2015, 124 min

A Juventude
Fred (Michael Caine) e Mick (Harvey Keitel) são dois velhos amigos com quase oitenta anos que se encontram a desfrutar de um período de férias num hotel encantador, no sopé dos Alpes. Fred é um maestro e compositor aposentado, sem intenção de voltar à sua carreira musical que abandonou há muito tempo, enquanto Mick é um realizador, que ainda trabalha, empenhado em terminar o roteiro do seu mais recente filme. Ambos sabem que os seus dias estão contados e decidem enfrentar o seu futuro juntos. No entanto, ninguém além deles parece preocupado com o passar do tempo. O filme foi considerado pela crítica o melhor filme europeu de 2015. E Michael Caine, pelo mesmo filme, o melhor ator.

Na Sala Paulo Amorim, às 17h

Exposições e Artes Plásticas

Exposição Aguapé
No Espaço de Artes da UFCSPA, R. Sarmento Leite, 245
Até 16 de junho

O Espaço de Artes da UFCSPA inaugura a exposição Aguapé com entrada franca e aberta ao público externo. O trabalho do artista visual Emanuel Monteiro poderá ser visitado até o dia 16 de junho. Monteiro desenvolve trabalhos em desenho, pintura e livros de artista. Explora a partir dessas linguagens os desdobramentos do conceito de paisagem. “A imagem da ruína perpassa os desenhos que compõem a exposição Aguapé, tanto pela observação da imagem da casa em estado contínuo de deterioração, quanto pela ação da matéria efêmera que constitui os próprios trabalhos. A casa em ruínas é um espaço que se apresenta confuso e híbrido, já não pode demarcar claramente os limites entre o espaço da cultura e da natureza. A ruína reintegra a cultura à natureza”. Impregnações, manchas, marcas, sobreposições, suspensão da matéria (água, aquarela, macerado de flores de Espatódea e seus resíduos, terra, folhas) são modos de investir sobre o desenho. A matéria orgânica transborda as estruturas lineares, como o espaço interno escoa para fora da casa, ou como a noite invadindo o seu interior. Quantas imagens e memórias podem ser evocadas e salvas no trabalho contínuo de descascar as paredes de um lugar?”, descreve o artista sobre seu trabalho.
exposição aguapé

Xadalu ”Elementos Urbanos”
De 06/05/2016 a 11/06/2016
Centro Cultural Erico Veríssimo CEEE

Conhecido pelas colagens e intervenções urbanas que estampam a figura do indiozinho Xadalu pelo mundo, Dione Martins apresenta uma série de novos trabalhos, realizados especialmente para esta exposição. “Elementos Urbanos” parte de sua imersão pelo espaço das grandes cidades. Como artista visual vinculado à arte urbana (a chamada street art), Dione não só se expressa nas ruas, como também retira delas os elementos que compõem sua produção. No ambiente de Porto Alegre, onde costuma fazer andanças noturnas para realizar seus trabalhos, o artista topa com toda sorte de pessoas e situações. Vêm do contato com a dinâmica desse meio social mais à margem e de seus códigos específicos os motivos do que se apresenta nesta mostra. São obras em linguagem de arte urbana que se valem de técnicas e procedimentos diversos, partindo sempre da observação e das experiências de Dione em seus percursos pela cidade. Nessas rotas de passagem, o artista depara com o cotidiano de marginalização social, ao mesmo tempo em que o olhar se sensibiliza pela dura desigualdade que pauta a vida nos grandes centros. Assim, em “Elementos Urbanos”, Dione dá sequência a uma produção visual que reflete o lado comprometido de seu trabalho, agora ampliando as questões indígenas para outros grupos marginalizados pela sociedade.

Foto: Carol Essan
Foto: Carol Essan

Avalanche, na Galeria Ecarta (Av. João Pessoa, 943)
De terça a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 20h; e domingo, das 10h às 18h
Até 19 de junho

Formada pelos artistas Matheus Walter e Virginia Simone, a Avalanche inaugura a exposição Compacto Simples em 5 de maio, às 19h, na Galeria Ecarta (Av. João Pessoa, 943), em Porto Alegre. O título, extraído do universo da música pop, faz referência à maneira que a exposição será montada. Trabalhos realizados em técnicas e suportes distintos serão exibidos em cada uma das salas (ou lados) da galeria. As obras, no entanto, têm na questão da memória um assunto comum. No Lado A, Vídeo da Casa reúne imagens captadas em formato digital, entre 2010 e 2014, que mostram a destruição de um velho sobrado da Rua Santo Antônio, em Porto Alegre. Entre os anos de 2005 e 2012, a casa, também chamada de Avalanche, foi lugar de morada, criação e convívio, além de abrigo para um acervo de roupas e objetos reunidos em anos de pesquisas. “Os anos de ocupação da casa, tingidos de alegria e entusiasmo, contrastam com o aspecto cru da demolição de um imóvel urbano. Vídeo da Casa possui, inevitavelmente, um apelo político passível de discussão em tempos de crise: o debate sobre a especulação imobiliária e suas conseqüências”, considera Matheus. No Lado B, a série Álbuns traz uma coleção de impressos, fotos, desenhos, etiquetas, adesivos, panfletos e recortes, todos materiais de diferentes tempos e espaços reunidos em antigos álbuns de fotografias. O trabalho propõe uma forma de organização e apresentação do que a dupla chama de achados arqueológicos. Os temas são variados e organizados por conteúdo, forma, período histórico ou livre associação: o Álbum da Indústria Fonográfica evoca a produção gráfica de capas de discos e publicações do gênero; o Álbum da Mulher reúne desenhos e imagens femininas de revistas e livros de diversas épocas; o Álbum de Botticelli insere folhas de uma planta medicinal em um livro sobre o pintor renascentista. “Em um típico caso ‘A influencia B’, todo o conceito dos álbuns vem da necessidade de criar obras menores. O motivo é o simples fato de a casa, estrutura gigantesca e misteriosa – pode-se dizer um grande álbum que guardava toda a sorte de objetos -, ter sido destruída e o tamanho do ‘atelier’ drasticamente reduzido”, explica Virginia. Compacto Simples tem visitação até 19 de junho. No dia anterior ao encerramento, sábado, 18, haverá um evento com diversas atividades. Às 17h, os artistas Matheus Walter e Virginia Simone conversarão com o público e com o curador da exposição, Leo Felipe, sobre o processo “arqueológico” de pesquisa. Logo depois, a dupla promove uma performance envolvendo moda e música. Uma publicação referente à exposição será lançada na ocasião. Todas as atividades têm entrada franca.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

3 Exposições no Instituto Estadual de Artes Visuais (IEAVi)
Galeria Augusto Meyer, 3º andar da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ)
Até 22 de maio

Trata-se de “Universo Abstrato”, de Cristina Dall’Igna, na Galeria Augusto Meyer (3º andar); “Novos Olhares – Território Ampliado”, dos alunos do curso de Bacharelado e Licenciatura em Artes Visuais da Feevale, com curadoria de Tom Ferrero, no Espaço Maurício Rosenblatt (3º andar) e “Bambu Aguadas” de Silvio Schuh, na Fotogaleria Virgílio Calegari (7º andar). A visitação segue até 22 de maio de 2016, sempre de terças a sextas, das 9h às 19h e sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h, com entrada franca.

Exposição “Universo Abstrato”

Cristina Dall’Igna, com um vocabulário plástico contemporâneo e uma linguagem abstrata própria, faz valer-se de um universo de formas e cores que imprimem sua identidade. Trabalhando o abstrato, a cor é a primeira busca, onde as intervenções cromáticas surgem de sentimentos internos, num jogo de luz e sombra, com várias camadas de tintas em todos os planos de sua pintura.

Em seu processo criativo, utiliza várias técnicas dentro da pintura acrílica: monotipia, textura, colagens, etç. A pintura tem a possibilidade de ser um campo de cor e expressão, ancorada pelo prazer, com a função de transmitir o sutil sentimento do belo interiorizado pela artista. Devido a sua trajetória profissional como educadora física, onde trabalha a consciência corporal, a artista visa ativar, instigar e movimentar o interno de cada um.

A fim de tornar a jornada da vida mais divertida, lúdica e cheia de sentido, ela expressa sua criatividade com liberdade e dinamismo. Revelando a sua maneira de entender o mundo, descobrem-se portais e espaços de transformações dentro de sua obra que transcendem para a verdadeira dimensão da arte.

Exposição ‘Novos Olhares – Território Ampliado’

Com a participação de vinte artistas e do curador, Tom Ferrero, a mostra coletiva aborda temas pertinentes à identidade, corpo e memória em um contexto contemporâneo das artes visuais. O objetivo é ampliar o cenário de artistas emergentes e possibilitar outras perspectivas e fomentos sobre a arte na atualidade, sem perder seu contexto histórico ao longo dos tempos.

Em toda a mostra podemos notar o quanto cada trabalho abriga suas próprias características, porém, todos se relacionam, estabelecendo um grande conjunto de ideias que dialogam e transcendem suas margens territoriais para novas áreas reflexivas, onde o público passa a questionar sobre aquilo que vê e sente. Assim, possibilita a mutação da identidade expositiva, moldando e (des) formando o corpo da galeria e suas obras, instigando o público a partir da composição imagética da mostra.

O projeto é um grande organismo de objetos de fruição, onde todos estão convidados a entrar. Um novo território ampliado no campo das artes que aborda e provoca o pensamento humano fortalecendo novos olhares, isso se reafirma ao formar uma exposição de novos artistas, com outros meios inquietantes de se trabalhar com a arte.

Exposição ‘Bambu Aguadas’

Nascido em Santa Cruz do Sul, em 24 de julho de 1950, Silvio Schuh percebeu o dom pelo desenho e suas alternativas ainda na infância. Sua mãe incentivou a paixão pelas artes. O artista elegeu o óleo sobre tela como técnica preferida e durante anos produziu obras que foram generosamente distribuídas em família.

Jovem, veio estudar em Porto Alegre e percebeu as dificuldades da carreira como artista plástico. Conheceu o desenho técnico, acabou seguindo carreira na profissão, postergando o sonho das artes. Transferido para São Paulo, onde morou por mais de 30 anos, viajou pelo Brasil, conheceu lugares e culturas que lhe marcam profundamente. Construiu suas memórias. Cultivou com carinho o dia que voltaria aos pincéis.

No seu retorno ao Rio Grande do Sul, foi levado ao Atelier Livre da Prefeitura, onde encontrou espaço e ambiente ideal para desenvolver seus sonhos e habilidades. Amigos novos, sensíveis e generosos. As primeiras pinceladas, na sua infância, foram em anil. Voltando aos pincéis, retornou também ao anil da sua infância. Afloraram então os primeiros bambus em aguadas delicadas. Lentamente foi desenvolvendo essa técnica, com materiais e tintas diversas.  Apaixonado pela aquarela e suas mágicas transparências.  Atreve-se nas aguadas sutis, apresentando hoje em nanquim.

Serviço:

Abertura: 19 de abril de 2016 (terça), das 19h às 21h.
Local: Instituto Estadual de Artes Visuais – 3° e 7º andares da Casa de Cultura Mario Quintana/CCMQ (Galeria Augusto Meyer, Espaço Maurício Rosenblatt e Fotogaleria Virgílio Calegari)
Visitação: 20 de abril a 22 de maio de 2016. Terças a sextas, das 9h às 19h e sábados, domingos e feriados, das 12h às 19h.
Contato: Telefone 3216-9913 e e-mail [email protected]
Entrada franca.

Obra de Alana Steiglede Foto: Divulgação
Obra de Alana Steiglede Foto: Divulgação

— Exposição Marcel Odenbach – Stille Bewegungen. Movimentos Silenciosos
No MARGS, até 28 de maio, de terças a domingos, das 10h às 19h
— Mostra de vídeos de Marcel Odenbach
Galeria do Goethe-Institut Porto Alegre, até 28 de maio, de segunda a sexta, das 9h às 21h, sábados, das 9h às 13h

Marcel Odenbach. Stille Bewegungen. Movimentos Silenciosos, exposição do Instituto de Relações Exteriores (ifa, Alemanha), apresenta a obra de um dos mais importantes videoartistas alemães através de instalações, vídeos e obras em papel das últimas três décadas. Nascido em 1953, em Colônia, Marcel Odenbach é um pioneiro da videoarte. Seus trabalhos são narrativas complexas criadas por meio de uma técnica de colagem de trechos de produções para cinema e televisão, material de arquivo e imagens feitas por ele mesmo. A edição de imagens públicas e privadas gera enredos que conectam sutilmente a história, num nível superior, com o sentimento do ser humano individual e a biografia do artista.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Sergio Camargo: Luz e Matéria
Fundação Iberê Camargo
De terça a domingo (inclusive feriados), das 12h às 19h (último acesso às 18h30)
Até 12 de junho

A Fundação Iberê Camargo e o Itaú Cultural firmaram uma parceria para trazer ao público mais uma exposição de grande relevância no cenário artístico nacional. Dia 3 de março, a instituição em Porto Alegre inaugura a mostra Sergio Camargo: Luz e Matéria com trabalhos de um dos mais importantes nomes das artes visuais do século XX no Brasil. Com curadoria de Paulo Sergio Duarte e Cauê Alves, a mostra reúne, até 12 de junho, mais de 60 obras de colecionadores privados e do espólio do artista. A exposição é um novo recorte da versão exibida no Itaú Cultural em São Paulo, entre novembro de 2015 e fevereiro de 2016, e Porto Alegre é a primeira cidade a recebê-la, após seu encerramento na Capital paulista. Na Fundação, a exposição ocupa dois andares com trabalhos de grande formato e em menor dimensão Sergio Camargo; torres e relevos em formas que jogam com a luz e a sombra, esculpidos em mármore carrara branco ou negro belga, datadas entre as décadas de 1960 e 1980. O conjunto faz uma síntese das sucessivas experiências de Sergio Camargo (1930-1990).
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Música

Solo Jazz – guitarra solo e improvisação
Projeto Música na UFCSPA recebe no dia 18 de maio, às 19h
No Teatro da UFCSPA, Rua Sarmento Leite, 245

O músico Julio Herrlein, o “Chumbinho”, que apresentará o show Solo Jazz. Com mais de 20 anos de estudo e dedicação à música, é considerado um dos melhores guitarristas do Brasil. A entrada é gratuita e não é necessário retirar a senha. O teatro está localizado no 3º andar do prédio 2 da universidade. As composições e interpretações são dotadas de identidade própria, no estilo de guitarra solo de improvisação. O repertório inclui composições do artista, além de músicas de Toninho Horta, Caetano Veloso, João Bosco, Tom Jobim, Nirvana, Charlie Parker, John Coltrane, entre outros. Julio Herrlein é natural de Porto Alegre, atua profissionalmente como guitarrista, compositor e arranjador desde 1990, é doutorando em Composição Musical (UFRGS) e mestre em Composição Musical (UFRGS). O músico já tocou com vários artistas nacionais e internacionais. Como guitarrista gravou seu primeiro CD Julio Herrlein Quarteto, em 1996, aos 22 anos, junto com músicos como Kiko Freitas, Michel Dorfman e Ricardo Baumgarten. A composição “Novembro”, do mesmo CD foi vencedora do I Festival de Música Instrumental do RS. Em 2009 foi selecionado para a apresentação na Sala Funarte Sidney Miller com seu trabalho de guitarra solo. Conquistou em 2006, no Rio de Janeiro, o primeiro lugar no VIII Concurso Nacional de Composição – IBEU (Instituto Brasil-Estados Unidos), com a composição “Suíte Maestros Brasileiros”.

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Teatro

Espetáculo “Concentração”
De 06 a 22 de maio, de sextas a domingos, sempre às 20 horas
Teatro de Arena (Borges de Medeiros, 835)

Após a primeira temporada com bastidores conturbados pela falta de pagamento de edital pelo governo do Estado, o projeto que marcou o retorno da diretora teatral Ana Paula Zanandréa a Porto Alegre volta ao Teatro de Arena, na capital gaúcha. Ana assina a direção do espetáculo e a dramaturgia, criada em processo juntamente atores Frederico Vittola, Miriã Possani, Pedro Nambuco, Priscilla Colombi e Fabiana Santos. Neste espetáculo corrosivo, os limites entre ficção e realidade se confundem num labiríntico jogo de manipulações onde o poder sobre a vida alheia está ao alcance dos seus dedos, na palma de sua mão. “Concentração” é um intrigante reality show produzido pelo canal de TV com maior audiência no país. Aqui, ao invés de “brothers” ou “sisters”, encontramos condenados, participantes aprisionados sem jamais terem cometido algum crime. Diariamente constrangidos, sobre golpes de chicotes a trabalhos forçados numa fábrica têxtil, o seu padecimento é transmitido ao vivo em cadeia nacional. Não considerando suficiente a barbárie das agressões físicas e psicológicas, os prisioneiros que não cumprem com a meta de produção são “eliminados”, tendo o público o poder de escolha sobre o método de execução utilizado.
Num ritmo vertiginoso, mesclando outras referências textuais e situando a ação para o Brasil, o espetáculo questiona, sem dar um veredito final, a espetacularização da violência, o poder de manipulação das mídias e a nossa conivência com o sistema violento em que vivemos enquanto “espectadores” passivos de atos bárbaros.

Espetáculo “Concentração”
De 06 a 22 de maio, de sextas a domingos, sempre às 20 horas
Teatro de Arena (Borges de Medeiros, 835)

Ingressos:
R$ 30,00 inteira
R$ 15,00 meia-entrada (desconto para estudantes, idosos, classe artística e professores)
R$ 10,00 Comerciários e dependentes com cartão SESC/SENAC

*PONTOS DE VENDA DE INGRESSOS ANTECIPADOS*
Loja Sirius
Rua da República, 304 – Cidade Baixa, Porto Alegre
Horário: Segunda a sábado, das 11h às 22h
Café do Duque
Rua Duque de Caxias, 1354 – Centro Histórico, Porto Alegre
Horário: Segunda a sábado das 10h às 19h30min
confinamento

Espetáculo “A CLASSE” no Palco Giratório
Casa Cultural Tony Petzhold, Av. Cristóvão Colombo, 400
Dias 06, 07, 08, 13, 14, 15 de maio, sempre às 20h, haverá sessões extras nos sábados (07 e 14), às 22h

A Macarenando Dance Concept integra a programação do 11º Palco Giratório Sesc/POA com a 2ª temporada do espetáculo de terror A CLASSE. As apresentações ocorrem nos dias 06, 07, 08, 13, 14, 15 de maio, sempre às 20h, na Casa Cultural Tony Petzhold (Av. Cristóvão Colombo, 400). Haverá sessões extras nos sábados (07 e 14), às 22h. Criado a partir da pesquisa entre dança, máscara e terror, o espetáculo apresenta o universo da morte por meio de um imaginário coreográfico horroroso, como metáfora de terrores sociais contemporâneos. Conforme Avery Gordon: “a assombração é uma via pela qual somos notificados de que aquilo que pensávamos estar suprimido ou ocultado está muito vivo e presente; o passado que reverbera e atua como contemporâneo no presente; os fins que não terminaram; os corpos impropriamente enterrados da história. A morte para falar da vida.”

Foto: Gui Malgarizi
Foto: Gui Malgarizi

William Despedaçado
Nas quartas-feiras de maio (dias 04, 11, 18 e 25), às 12h30 e 19h30 (duas apresentações por quarta-feira)
Estacionamento da FACED/UFRGS (Av. Paulo Gama, sem número, Campus Central da UFRGS)

Nas quartas-feiras do mês de maio, às 12h30 e às 19h30, acontecem no estacionamento da FACED/UFRGS as apresentações gratuitas de “William Despedaçado”, espetáculo cuja dramaturgia é baseada nos seguintes textos de William Shakespeare: “Hamlet”, “Romeu e Julieta”, “Macbeth”, “A Megera Domada” e “Como Gostais”. O espetáculo é uma celebração na qual o público entra em o contato com a obra do dramaturgo inglês através de uma estética pop e urbana – uma festa na rua. O som eletrônico, a dança e as luzes próprias de uma festa de rua se mesclam a um tempo cênico criado pela interação dos atores com os espectadores, constituindo um evento lúdico a partir de recortes das peças de Shakespeare. Os textos de Shakespeare são despedaçados e costurados à pele dos atores. “William Despedaçado” propõe um mashup teatral entre as personagens do bardo e as ânsias sociais dos atores/performers, abordando diversos assuntos pertinentes a serem discutidos na atualidade – questões de gênero, sexualidade, feminismo, disputa de poder, corrupção, aparência e realidade. Os personagens de Ofélia, da peça Hamlet, e de Lady Macbeth, da peça Macbeth, trazem à tona a luta da mulher por sua voz e poder. A personagem de Catarina, de A Megera Domada, coloca em questão a sexualidade e os padrões conjugais. Hamlet vem para falar de corrupção. Romeu e Julieta torna-se uma narrativa sobre um casal de homens que trata da questão de identidade de gênero, do preconceito e da aceitação de todas as formas de amor. A encenação de “William Despedaçado” se desenvolve de forma episódica e permite que o público seja coautor e faça parte da obra, testemunhando e interagindo na festa.

Foto: Thais Andrade
Foto: Thais Andrade

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