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3 de setembro de 2012
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09:00

Alta aprovação do governo diminui ataques em Caxias do Sul

Por
Sul 21
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Ricardo Frantz
Em levantamento do final de julho, governo de Ivo Sartori (PMDB) aparece com aprovação de 66,9% dos caxienses | Foto: Ricardo Frantz

Júlia Lang

Embora haja certamente disputa, o clima da eleição em Caxias do Sul (RS) longe está de ser de guerra. Com candidatos ligados em maior ou menor grau ao governo de Ivo Sartori (PMDB) e com pesquisas eleitorais apontando alta aprovação à atual administração, a maioria dos candidatos – mesmo os de oposição – optou por um tom amistoso, sem críticas duras à atual prefeitura. Em levantamento feito pelo Instituto Methodus no final de julho, 66,9% dos entrevistados disseram que desejam uma continuidade na maioria das políticas pelo próximo prefeito, contra apenas 30,2% que querem mudança.

Ivo Sartori não concorre à reeleição, uma vez que já cumpriu os dois mandatos. O candidato da atual administração é Alceu Barbosa Velho (PDT), que já foi vice de Sartori e assume o papel de continuidade sem nenhuma hesitação. O DEM, que também compôs a prefeitura de Sartori, decidiu lançar uma candidatura própria, com chapa pura e Milton Corlatti à frente. “Não somos oposição nem situação, somos uma equipe de pessoas que nunca concorreram a cargos públicos e queremos fazer a nossa parte na administração de Caxias”, explica Corlatti.

“Nossa candidatura reconhece que existem muitas áreas que estão indo bem”, afirmou o oponente Marcos Daneluz (PT). “Vamos dar continuidade ao que está bem na nossa cidade. Porém, a nossa candidatura também aponta para problemas, principalmente na área social, que iremos combater com luta solidária e com propostas”.

Daneluz apareceu em 3º colocado na pesquisa Methodus de julho, com 16,5% das intenções de voto. Em primeiro lugar na mesma pesquisa estimulada apareceu Alceu Barbosa, com 38,7% — uma candidatura que tem nada menos que 17 partidos coligados e 16 dos 30 minutos de propaganda eleitoral.

Em segundo lugar, com 23,5% das intenções de voto, ficou Assis Melo (PCdoB). Questionado sobre o ar de continuidade que permeia a campanha, ele pondera: “Temos que pensar a cidade andando pra frente, e ela não começa por nós. Mas é importante dizer que esse governo deixou muito a desejar, principalmente na área da segurança e da saúde”, acentua.

As críticas mais fortes vieram por parte de Luís Fernando Possamai (PSOL), que não concorda com a aprovação demonstrada na pesquisa. “O Sartori merece uma nota 3 ou 4 e acredito que para as pessoas que mais precisam do poder público a administração deixou a desejar muito”, reiterou, aproveitando para criticar também seus outros oponentes “Para se ter uma ideia, os outros quatro adversários já estiveram na prefeitura ou ainda estão, como no caso do DEM. Nós não estivemos. Eles estiveram 16 anos no poder e não implementaram as propostas que estão trazendo agora”.

Saúde é o centro dos candidatos

Os planos de governo têm como prioridade máxima a saúde, apontada pelos concorrentes como ponto débil da atual gestão. Não por acaso, a saúde e a segurança são também as duas urgências assinaladas pelos caxienses na pesquisa do Instituto Methodus. Corlatti chama atenção para a greve de médicos que se estendeu por muitos meses no município. “A saúde em Caxias está na UTI. Há mais de um ano nós estamos com esse problema e não há solução. Não existe conversa entre o poder público e a classe médica”, critica.

“A prioridade é a saúde. A descentralização é algo urgente em Caxias”, acentuou Assis Melo (PCdoB), citando ideia que se repete também no plano petista. “Temos propostas de descentralização, com a construção de UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) em quatro macrorregiões na cidade. Isso leva o atendimento para perto das pessoas”, explicou Daneluz.

Por sua vez, Alceu Barbosa Velho (PDT) preferiu apontar a educação como sua grande prioridade. A ideia do candidato governista é aumentar o tempo em que as crianças ficam nas escolas de Caxias do Sul. “Nós vamos implantar escolas integrais gradativamente, para as crianças de 4 e 5 anos que obrigatoriamente terão que estar na escola até 2016”.


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