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13 de agosto de 2010
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17:36

Suicídios entre veteranos americanos é maior do que entre civis

Por
Sul 21
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Nubia Silveira

Em artigo publicado no jornal Pagina 12 da Argentina e reproduzido pelo site www.cartamaior.com.br, o poeta, jornalista e escritor argentino Juan Gelman denunciou o o alto índice de suicídios entre os soldados norte-americanos, “que combatem ou cabateram nas guerras que W. Bush lançou e Barack Obama continua”. Junho, diz o maior poeta vivo da Argentina, foi o “o mês mais cruel”, com o registro de 32 suicídios de soldados, “um número superior ao de qualquer mês da guerra do Vietnã”. Gelman afirma que estas são cifras oficiais.

As informações estão no site da Defesa dos Estados. No primeiro semestre de 2010, 145 soldados se suicidaram e 173 tentaram o suicídio. A estatística deste ano pode superar a de 2009, quando foram registradas 245 mortes de soldados por suicídios. A taxa de pessoas que se matam é maior entre os soldados do que entre a população civil norte-americana.

Gelman lembra que, em testemunho na Comissão de Assuntos relativos aos Veteranos da Câmara de Representantes, em 25 de fevereiro deste ano, o militar Tim Embree, que combateu no Iraque e no Afeganistão, declarou: “No ano passado mais efetivos tiraram suas próprias vidas do que morreram em combate no Afeganistão. A maioria de nós conhece um companheiro que o fez ao regressar para casa e os números não incluem sequer quem se suicida quando termina seu serviço: estes estão fora do sistema e suas mortes podem ser ignoradas”.  Embree representa a Associação de Veteranos Estadunidenses do Iraque do Afeganistão, que reúne 180 mil militares.

Embree também cirou as cifras publicadas pelo semanário Army Times, “que divulga notícias do exército e possibilidades de carreira na instituição”.  Segundo a publicação “18 veteranos se suicidam a cada dia e se registra uma média mensal de 950 tentativas de suicídio entre veteranos que recebem do departamento federal algum tipo de tratamento”.

O poeta argentino lembra também dos que sofrem de stress pós-traumático e de depressão profunda. Gelman recorre às informações divulgadas pela Archives of General Psychiatry: de 20% a 30% dos 18.300 soldados examinados três mesers ou um ano após terem voltado do Iraque sofriam de stress pós-traumático e 16%, de depressão profunda. “A dificuldade dos veteranos em se reintegraram à vida civil, a violência doméstica que protagonizam, os casamentos desfeitos, a drogadicção e os suicídios se explicam”, diz Gelman. “Em fins de 2009, segundo dados do Departamento de Veteranos do governo, mais de 537 mil dos 2,04 milhões que serviram no Iraque e no Afeganistão solicitaram atendimento médico.”

Com informações da Carta Capital


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