Educação
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29 de abril de 2024
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16:13

ADUFRGS acredita em margem para negociação de reajuste e adia discussão de greve na UFRGS e UFSCPA 

Por
Luís Gomes
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ADUFRGS realizou assembleia na última quinta-feira (25) | Foto: Divulgação
ADUFRGS realizou assembleia na última quinta-feira (25) | Foto: Divulgação

As negociações entre governo Lula e os professores de instituições federais de ensino — universidades e institutos federais — avançaram nas últimas semanas, mas ainda há diferenças significativas entre a última proposta e o que a categoria espera. De acordo com o Sindicato Intermunicipal dos Professores de Instituições Federais de Ensino Superior do RS (ADUFRGS-Sindical), a principal divergência, no momento, é a falta de reajuste em 2025. Contudo, por enquanto, a categoria ainda não iniciou um processo de construção de greve na UFSCPA, UFRGS e IFRS.

No dia 19, o governo federal propôs um reajuste de 9%, a partir de janeiro de 2025, e de 3,5%, em maio de 2026. Para 2024, o governo já havia formalizado, para todos os servidores federais, proposta de reajuste no auxílio-alimentação, que passaria de R$ 658 para R$ 1 mil (51,9% a mais), de aumento de 51% nos recursos destinados à assistência à saúde suplementar (auxílio-saúde) e de acréscimo na assistência pré-escolar (auxílio-creche), de R$ 321 para R$ 484,90.

Presidente do Sindicato Intermunicipal dos Professores de Instituições Federais de Ensino Superior do RS (ADUFRGS-Sindical), Jairo Alfredo Genz Bolter diz que, em assembleia realizada na quinta passada (25), o sindicato deliberou sobre a continuação das negociações a partir da proposta apresentada pelo governo federal e rejeitou, neste momento, fazer uma consulta à categoria sobre a possibilidade de greve nas instituições federais de ensino no Rio Grande do Sul.

Por outro lado, pontua que também não foi sequer apreciada a possibilidade de aceite da proposta atual do governo, uma vez que a PROIFES-Federação — representa a nível nacional as entidades estaduais do setor — já havia apresentado uma contraproposta, tendo como eixo a exigência de reajuste em 2024, o que não é previsto pelo governo para além dos benefícios. A ADUFRGS aprovou seguir a posição da federação.

A contraproposta da PROIFES também exige uma reestruturação na carreira de docente federal. Na proposta atual, o governo propôs elevar de 4% para 4,5% o ganho salarial por avanço de etapa da carreira. A entidade mantém a reivindicação de que o avanço na carreira seja de 5%. A federação também reivindica um percentual maior de reajuste em 2026, com ele sendo concedido em janeiro. Por fim, reivindica mais investimentos em ciência tecnologia e para os orçamentos de custeio das instituições federais de ensino.

“Na Assembleia, ficou bem claro isso que a proposta [do governo] ainda é insuficiente para nós analisarmos na sua íntegra, porque, por enquanto, nós temos margem de conversar, margem de negociação. Nós estamos na mesa da negociação participando ativamente. Então, nós vamos reapresentar uma contraproposta em cima da proposta que o governo nos apresentou e nós esperamos que, nos próximos dias, tenhamos surpresas em relação ao que está acontecendo”, diz Jairo.

Segundo o presidente, com a decisão de não consultar a categoria sobre a possibilidade de greve no momento, não há possibilidade imediata de paralisação. “Em 15 dias, nós vamos chamar uma nova assembleia e, aí sim, analisar entre o que tem do governo, seja a proposta que tem ou uma nova, e o que a gente faz diante desse quadro. Nós esperamos que o governo avance. Em avançando, certamente nós teremos um avanço de um possível acordo”, diz, pontuando que a proposta atual já tem aderência de parte da categoria.

Por outro lado, em caso de não ter nenhum avanço, ele diz acreditar que há, sim, a possibilidade de iniciar o processo de construção de greve na próxima assembleia. “Se tu perguntar, hoje eu estou apostando que o governo vai se sensibilizar, está sensível e vai conseguir responder a demanda da categoria sem a necessidade de nós adentrarmos a um processo de greve. Nós estamos nos reforçando muito nos últimos dias e vamos continuar nos movimentando para que a greve não ocorra, para que a gente não precise chegar ao processo final, que é a grave. Tem coisas que vão ficar para trás, nós não vamos conseguir recuperar todas as perdas, mas para nós é um processo de negociação que levará um tempo para conseguirmos recuperar”, diz Jairo.


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