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10 de maio de 2017
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23:43

Lula: ‘Eu não quero ser julgado por interpretações. Eu quero ser julgado por provas’

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Sul 21
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Ex-presidente se dirige a apoiadores após interrogatório em Curitiba | Foto: Facebook Lula

Da Redação

Após ser interrogado pelo juiz Sérgio Moro na Justiça Federal de Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi até a Praça Santos Andrade, no início da noite desta quarta-feira (10), onde discursou para a multidão que o aguardava desde cedo. “Se não fossem vocês, eu  não suportaria o que eles estão fazendo comigo”, disse, depois de ser interrompido por gritos de “Lula, guerreiro do povo brasileiro”. Ele ainda garantiu que está se preparando para a disputa presidencial em 2018. “Eu estou me preparando pra voltar a ser candidato a presidente deste país. Eu nunca tive tanta vontade de fazer mais, de fazer melhor e provar, mais uma vez, que se a elite brasileira não tem competência pra consertar esse pais, o metalúrgico de 4° ano primário tem”, sendo mais uma vez ovacionado pela multidão.

Lula agradeceu inúmeras vezes a presença das milhares de pessoas que viajaram até a capital paranaense para apoiá-lo e reiterou que está sendo massacrado, em especial pela grande mídia. “Eu vim aqui depois de 4 horas de interrogatório agradecer do fundo da alma a cada mulher, a cada homem, criança, pessoa de idade. Eu não tenho outra palavra que não seja agradecer”. Também fez críticas diretas ao Jornal Nacional, da Rede Globo, que acusou de transmitir horas de reportagens negativas sobre ele “na tentativa de que eu seja massacrado antes do dia em que serei julgado”.

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Sobre o interrogatório, que iniciou por volta das 14h, o ex-presidente não entrou em detalhes. Disse apenas que esperava que lhe mostrassem “um documento, um pagamento, alguma coisa que eu fiz pra ter o tal apartamento”, o que não teria acontecido, segundo Lula.  Ele garantiu que irá a quantas audiências forem necessárias e prestará quantos depoimentos forem necessários, mas destacou: “Eu não quero ser julgado por interpretações. Eu quero ser julgado por provas”.

Ao repetir sua inocência – “Se um dia, eu tiver que mentir pra vocês, eu prefiro que um ônibus me atropele em qualquer rua desse país” -, Lula explicou porque gostaria que o depoimento tivesse sido transmitido ao vivo, o que foi negado pela Justiça: “Minha mãe dizia, a gente conhece quando uma pessoa está falando a verdade, não é pela boca, é pelos olhos. Para que as pessoas que vão assistir vissem os olhos de quem tá perguntando e de quem tá respondendo”.

“Golpe atrás de golpe”

Antes de Lula, a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) fez uma breve fala à multidão, criticando o que chamou de “golpe atrás de golpe”, em referência ao impeachment, que a tirou da presidência, seguido pelo teto dos gastos em saúde e educação e pela reforma trabalhista, propostas do governo Temer. “Nem na ditadura militar ousaram tirar os direitos do trabalhador”, salientou.

Sobre a reforma da Previdência, Dilma declarou: “Agora eles estão produzindo um retrocesso na previdência que vai nos condenar a uma das mais perversas legislações para aqueles que trabalham a vida inteira e não vão ter condições de aposentadoria”. E encerrou sua fala parabenizando os que lá estavam em uma “cerimônia em defesa da democracia” e ressaltando a importância da liderança de Lula para derrotar os retrocessos no país.

Milhares de pessoas tomam a Praça Santos Andrade | Foto: Mídia Ninja

 

 


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