Luís Eduardo Gomes
Sob a palavra de ordem “Não Passará”, milhares de pessoas participaram no final da tarde, início da noite desta sexta-feira (22), do ato convocado pelas centrais sindicais contra a reforma da Previdência na Esquina Democrática, no Centro de Porto Alegre. Um ato marcado pela defesa da união de todas as categorias de trabalhadores mobilizadas contra a reforma e pela construção de uma greve geral para pressionar o Congresso Nacional a não aprovar o projeto do governo Jair Bolsonaro.
Presidente do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers), Helenir Aguiar Schürer defendeu, em sua fala, que é preciso ampliar a base de mobilização contra a reforma e ir além dos movimentos sociais. “Passou o tempo que a gente só vinha, participava do ato e voltava pra casa. A partir de agora, temos que conversar com nossa família, com nossos amigos e vizinhos. A luta é por nós, pelos nossos filhos”, disse.
Representante da Intersindical, Neiva Lazzarotto criticou a fala feita na quinta-feira (21) pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), de que “o Chile lá atrás teve que dar banho de sangue para mudar princípios macroeconômicos”. “Onyx, que morda a sua língua”, disse Neiva, destacando ainda que a maioria dos aposentados chilenos recebe hoje um valor abaixo de um salário mínimo.
A deputada federal Fernanda Melchionna fez uma das diversas falas em defesa da construção de uma greve geral. “A unidade precisa ser potencializada para que a gente construa uma grande greve geral para derrotar o primeiro grande projeto do governo Bolsonaro”, afirmou.
Outra fala que se repetiu foi a de que, ao contrário da propaganda oficial do governo federal, a reforma não irá combater privilégios. “Quando eles dizem que vão poupar R$ 1 trilhão em 10 anos, não dizem que esse dinheiro sai do trabalhador, do agricultor”, disse o ex-ministro Miguel Rossetto (PT). Na mesma linha, o ex-deputado estadual Juliano Roso argumentou que não existe reforma em curso e que o seu partido, o PCdoB, poderia sim ser favorável a uma reforma que de privilégios de políticos, militares e da elite do judiciário. “O que está em curso é o fim da Previdência”, disse.
Citando o avô Leonel Brizola para dizer que a reforma é de interesse dos bancos, a deputada estadual Juliana Brizola (PDT) também defendeu a necessidade de mostrar à população de que é preciso mostrar à população os efeitos prejudiciais que as mudanças na Previdência trarão aos trabalhadores. Ela foi saudada ao destacar que o PDT fechou questão no Congresso Nacional contra a proposta do governo.
O ato contou ainda com diversas intervenções do músico Fabiano Leitão, conhecido como TromPetista, que tocou o tema da luta antifascista Bella Ciao, a internacional socialista, o samba-enredo da Mangueira de 2019, que homenageou Marielle Franco, e o canto “Olê, Olê, Olê, Lula, Lula”, um dos momentos mais aplaudidos do ato.
O @Trom_Petista, Fabiano Leitão, participa do ato contra a reforma da Previdência em Porto Alegre @jornalSul21 #LutePelaSuaAposentadoria pic.twitter.com/AwSdDwAygl
— Luís Eduardo Gomes (@LouisGomes) 22 de março de 2019
Ao final das falas, que se estenderam por cerca de 1h30, os manifestantes partiram em caminhada da Esquina Democrática pela Av. Borges de Medeiros até o Largo Zumbi dos Palmares, onde o ato foi encerrado.
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