De Poa
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4 de abril de 2024
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13:52

Tamyres Filgueira: ‘A tarifa zero tem que ser uma pauta prioritária da Prefeitura’

Por
Luís Gomes
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Tamyres Filgueira é a convidada desta semana do podcast De Poa | Foto: Reprodução
Tamyres Filgueira é a convidada desta semana do podcast De Poa | Foto: Reprodução

O episódio desta semana do podcast De Poa, uma parceria do Sul21 com a Cubo Play, recebe Tamyres Filgueira, pré-candidata do PSOL a vice-prefeita de Porto Alegre. Em conversa com Luís Eduardo Gomes, ela fala sobre como foi tomar consciência das desigualdades raciais ao crescer em Porto Alegre e projeta os principais temas que irão pautar a disputa pela Prefeitura de Porto Alegre em 2024.

No início da conversa, Tamyres conta como foi crescer em Porto Alegre e, a partir dessa vivência, tomar conhecimento das desigualdades raciais e de como o racismo se manifesta na cidade. “Uma das situações que eu lembro muito, questões que talvez sejam naturais para muitas famílias, passear no seu bairro. O Jardim Botânico ali tem algumas praças e os meus irmãos adolescentes frequentavam. Muitas vezes, eles falavam que eram abordados pela polícia e questionados o porquê de eles estarem ali. Para a polícia, não era aceita aquela resposta vinda deles de dizer: ‘Eu estou passeando, eu estou só sentado na praça, curtindo ali meu horário de lazer’. A polícia duvidava que eles moravam no bairro. Então, eles, por diversas vezes, foram acompanhados da polícia até em casa porque eles queriam de fato ver se moravam naquele bairro. Isso é muito constrangedor, porque a gente não se sente fazendo parte daquele território, porque a todo momento eles falam ‘não são bem-vindos aqui, não pertencem a esse território’”, diz.

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Ao falar sobre o cenário eleitoral de Porto Alegre e da construção de um programa de unidade da esquerda para a disputa — ela foi indicada pelo PSOL para compor chapa com Maria do Rosário (PT) -, Tamyres avalia que uma das principais questões que precisam pautar o debate é a tarifa zero para o transporte público. “Tem que estar implementada na Prefeitura independente do governo que tiver, porque, hoje, reforçando, o transporte público não pode ser mais uma ferramenta de segregação do nosso povo. Quem utiliza o transporte público são os trabalhadores e trabalhadoras e a juventude. Eu tenho muito orgulho do PSOL, porque ele está defendendo isso a nível nacional. A gente tem um projeto de mobilidade que está tramitando na Câmara dos Deputados que foi escrito pela Erundina, deputada federal. Aqui em Porto Alegre, o Robaina escreveu um projeto de lei sobre a implementação da tarifa zero. Já tem mais de 100 cidades no Brasil que estão aplicando a tarifa zero. Os relatos que a gente tem é de que isso só ajudou as cidades, em várias aspectos. Na questão da distribuição de renda, na questão da economia como um todo, as pessoas deixaram de gastar com a passagem e começaram a gastar dinheiro em outros setores”, afirma.

O De Poa, parceria do Sul21 com a Cubo Play, é um programa de entrevistas sobre temas que envolvem ou se relacionam com a cidade de Porto Alegre. Todas as quintas-feiras, conversamos com personagens ilustres ou que desenvolvem trabalhos importantes para a cidade. Semanalmente disponível nas plataformas da Cubo Play e do Sul21.

Confira a seguir, alguns trechos da conversa com Tamyres Filgueira.

Sul21 — Como é a tua história com a cidade de Porto Alegre?

Tamyres Filgueira: Sou filha de uma gaúcha com um paraibano, nascida e criado em Porto Alegre. A mais nova de quatro filhos. A minha relação com Porto Alegre, eu sempre tive uma perspectiva muito do meu bairro da minha relação com a cidade. Eu me criei no Jardim Botânico e, devido as minhas condições financeiras, da minha família, a gente não saía muito para outros espaços de Porto Alegre, a gente convivia muito no nosso bairro. Estudava no bairro, minha mãe trabalhava no bairro. É um bairro que a minha família viveu 80 anos e a gente conseguiu acompanhar a transformação do bairro também. Antes, era composto por famílias pobres e negras e, na medida em que foi mudando o bairro, as famílias foram saindo porque não tinham condições.

Sul21 — Quando tu acha que começou esse processo? É um processo histórico, mas tu te lembra quando ele acelerou?

Tamyres Filgueira: Eu acho que teve alguns pontos que talvez tenha aparecido mais essa mudança, quando foi um shopping para lá, a gente começou a notar que as casas começaram a virar prédios. Então, as condições de vida para as famílias que viviam lá começaram a mudar. Não tinha mais condições delas ficarem no bairro e nós fomos uma das poucas que ficaram, junto com outros famílias negras. Foi essa perspectiva de cidade que eu tive até a minha adolescência. Aí, quando eu mudei de escola, fui estudar no Julinho do ensino médio, aí eu comecei a ver uma Porto Alegre diferente, comecei a frequentar outros lugares que eu não via. Eu pedi muito para minha mãe para sair da escola do meu bairro porque eu era muito alvo de racismo, e até então eu não sabia o que era racismo. Quando eu saí da escola e entrei no Julinho foi onde me abriu vários caminhos, várias portas, porque eu comecei a ter contato com a política. E aí várias situações que eu passei na minha infância e na minha adolescência naquele bairro, pra mim passaram a fazer sentido. Por exemplo, eu nunca questionei o porquê que a minha mãe não tinha, muitas vezes, dinheiro para comprar comida, porque a gente passou anos não tendo luz em casa, porque os meus pais não podiam pagar a conta de luz. Várias situações que eu não questionava e eu comecei a questionar depois que eu comecei a ter uma consciência de classe, uma consciência mais crítica das situações que eu passava na minha infância e adolescência.

Uma das situações que eu lembro muito, questões que talvez sejam naturais para muitas famílias, passear no seu bairro. O Jardim Botânico ali tem algumas praças e os meus irmãos adolescentes frequentavam. Muitas vezes, eles falavam que eram abordados pela polícia e questionados o porquê de eles estarem ali. Para a polícia, não era aceita aquela resposta vinda deles de dizer: ‘Eu estou passeando, eu estou só sentado na praça, curtindo ali meu horário de lazer’. A polícia duvidava que eles moravam no bairro. Então, eles, por diversas vezes, foram acompanhados da polícia até em casa porque eles queriam de fato ver se moravam naquele bairro. Isso é muito constrangedor, porque a gente não se sente fazendo parte daquele território, porque a todo momento eles falam ‘não são bem-vindos aqui, não pertencem a esse território’.

Sul21 — Tu nos contou agora a história da gentrificação da cidade.

Tamyres Filgueira: A gente sempre viveu essa segregação racial dentro da cidade. E a questão do transporte é uma delas. Hoje, o prefeito Melo utiliza o transporte público para segregar o povo. Eu lembro que na minha infância, por exemplo, em parte da minha adolescência, a questão do passe livre era dia de festa para nós. Tinha um passe livre todo mês e era o dia que a gente se organizava para ir visitar nossa família. Então, a gente ia lá na Glória visitar, ia em Canoas, no Mathias Velho, visitar a nossa família. O prefeito Melo reforça a segregação no momento em que ele estabelece uma passagem cara, que ele não dá uma estrutura adequada nos ônibus, no momento em que ele privatiza a Carris. Eu trabalhei na Carris também, então eu tenho uma visão de dentro da Carris.

Tem várias situações que eu poderia colocar como exemplo de como eu me percebi enquanto mulher negra dentro dessa cidade. Então, acho que com certeza essa questão do transporte público não pode mais ser utilizada como sendo algo que vai segregar o nosso povo. Por isso que a questão da tarifa zero, por exemplo, é uma demanda que tem que estar como pauta prioritária da Prefeitura de Porto Alegre.

Sul21 — Entrando agora na questão mais do debate eleitoral. Como é que foi essa construção para a indicação do teu nome para ser pré-candidata de uma eventual chapa com a deputada federal Maria do Rosário?

Tamyres Filgueira: Primeiro, eu me sinto muito feliz de estar representando o PSOL nessa unidade, muito honrada, porque eu sei que esse é um espaço que poucas mulheres negras conseguem ocupar. Então, eu sei da responsabilidade que é ser uma mulher negra ocupando esse espaço, estando ali representando o nosso povo, em especial a população preta que é historicamente segregada aqui na cidade, historicamente marginalizada aqui em Porto Alegre. Então, eu fico muito feliz e, acima de tudo, a nossa unidade se deu a serviço de um programa. A gente está construindo um programa, iniciando a construção de um programa, em que a gente quer priorizar a participação da população para construir esse programa. Eu acho que a unidade vai representar a o sentimento de mudança do povo de Porto Alegre. A gente quer, de fato, apresentar um programa que mude a realidade do povo, que volte a dar dignidade para o povo.

Hoje são várias demandas. A questão de creche, transporte, saúde, educação. Então, essa unidade já está sendo algo histórico, inédito aqui em Porto Alegre, mas mais do que isso, ter duas mulheres à frente dessa unidade representa muito, porque Porto Alegre, apesar de ser uma cidade muito progressista por um lado, ela é conservadora por outro. Então, ter duas mulheres à frente da Prefeitura com certeza vai ser algo histórico e eu tenho certeza que a gente vai fazer história nesse processo eleitoral, vamos poder eleger pela primeira vez duas mulheres, não uma, de uma vez só para estar à frente da Prefeitura de Porto Alegre.

Sul21 — Eu vou te repetir uma pergunta que eu fiz para a Laura Sito no programa anterior. A última gestão do campo progressista em Porto Alegre terminou em 2004. De lá para cá, foram cinco vitórias do que eu tenho chamado de consórcio de partidos de direita. Mudou o indivíduo que estava no comando da Prefeitura, mas os partidos que compõem a base de sustentação foram sempre os mesmos. Por que dessa vez pode ser diferente?

Tamyres Filgueira: Eu acho que existe uma necessidade objetiva da população de Porto Alegre de mudar. O legado desses 20 anos que tu coloca, desse grupo político. Porque, na prática, teve vários retrocessos, em vários campos da cidade, seja nos serviços públicos, a questão do direito ao lazer, à cultura, teve vários retrocesso. Eu acho que não dá mais para seguir esse projeto. Esse projeto, da forma que tá, não tem mais condições da gente manter aqui em Porto Alegre. Eu acho que essa unidade de esquerda vem com essa tarefa, com esse grande desafio, da gente poder derrotar a extrema-direita aqui em Porto Alegre. E, principalmente, temos o desafio de apresentar um programa que de fato mude a realidade do povo. Eu quero destacar novamente aqui a questão da tarifa zero, a gente não quer fazer mais do mesmo, o discursinho aquele básico, a gente quer, de fato, apresentar projetos que mudem a realidade do nosso povo, a realidade do povo trabalhador aqui de Porto Alegre. A gente quer governar para a maioria, e não para a elite como o Melo faz. Hoje, as políticas, o investimento do dinheiro público da Prefeitura de Porto Alegre tá sendo pra elite de Porto Alegre, não tá sendo pro povo, e aí são várias questões que depois a gente vai entrar. A questão da educação é um escândalo. Estive num ato do HPS, é inaceitável o que está passando a saúde hoje de Porto Alegre. O HPS está com superlotação.

Sul21 — Quais são os principais problemas de Porto Alegre?

Tamyres Filgueira: São vários. Continuando a questão do HPS, estava no ato dos companheiros do Simpa e da associação do HPS e é escandalosa a situação do Hospital de Pronto-Socorro, que sempre foi uma referência nas emergências. Quando a gente tem alguma situação que precisa recorrer de forma urgente, todo mundo vai no HPS. Então, hoje temos superlotação, falta servidores, falta investimento na estrutura, situação precária, e a gente tá lidando com vidas, não é qualquer coisa.

Sul21 — Quando chove tem problema de goteira.

Tamyres Filgueira: Vários vídeos por aí. A questão da educação é um escândalo, A educação virou caso de polícia. É vergonhoso isso. O governo está sendo investigado por conta dessa corrupção, a secretária de Educação foi presa, o presidente do MDB foi afastado, não pode mais ocupar cargo público, por enquanto. É uma situação vergonhosa, e nós não queremos que a cidade seja reconhecida por essa situações. É uma tarefa nossa tentar valorizar os serviços públicos, fazer com que a cidade volte a ser uma Porto Alegre. Tem outras questões em relação à Carris, que eles privatizaram, querem privatizar o DMAE, que tem papel fundamental. Hoje tem uma política consciente dessa Prefeitura e das gestões anteriores de sucatearem do DMAE. Foi a mesma coisa com a Carris. Teve várias tentativas de privatizar e o Melo privatizou. Isso quem perde é a população, porque quem usa os serviços públicos não é o dono da Melnick, não é o grandão lá das construtoras, somos nós que utilizamos. Quando ele deixa de investir no serviço público, quem é prejudicado é o povo de Porto Alegre. A gente quer mudar essa lógica na Prefeitura, não queremos mais ter essa lógica que o prefeito Melo vem tendo de governar para a elite de Porto Alegre, nós queremos governar para o povo de Porto Alegre.

Sul21 — Tu acha que a população tem consciência dessa situação? Porque o Melo, segundo as pesquisas, ele tem, se não uma grande apoio popular, um apoio que indica que ele tem boas chances de se reeleger. Tu acha que existe essa percepção de que o prefeito governa para uma elite?

Tamyres Filgueira: Eu acho que é um processo que a gente vai viver. Eu até acho engraçado quando o Melo se auto intitula zelador da cidade. Eu fico pensando: ‘Poxa, é uma ofensa para os zeladores’. Os zeladores têm uma profissão importantíssima, que é cuidar do patrimônio, cuidar do prédio, e o que o cara fez com Porto Alegre, por favor, é deplorável, é inaceitável. Então, eu acho que o povo está se dando conta de que o Melo, na verdade, só tem discurso, porque, na prática, ele não fez nada para o povo. Então, com certeza esse é um debate que a gente vai levar nesse processo eleitoral, e as pessoas já estão se dando conta muito disso. Tanto é que nas enchentes aí que tiveram, pô, muita gente passou o final de ano, Natal e Ano Novo, sem luz, com a casa alagada, e ele tentando sempre dizer ‘não fui eu’.

Sul21 — Tu acha que esse pode ter sido um ponto de inflexão, a questão das enchentes e da falta de luz, para as pessoas se darem conta de quem tem coisas que estão erradas e que poderiam ou deveriam estar melhores?

Tamyres Filgueira: Com certeza, porque as pessoas viveram na prática o que é o Melo, que ele tá destruindo a cidade. Acho que a questão das enchentes fez o povo entender muito dos processos que Porto Alegre está vivendo, que muitas vezes a Prefeitura tentar mascarar. Eu acho que o povo, sim, está se dando conta e eu tenho certeza que o povo quer mudança, quer mudança de fato.

Sul21 — O discurso do Melo deve ser de continuidade. Talvez ele tenha alguma promessa nova para o segundo mandato, mas o mote da campanha deve ser a continuidade do projeto atual.

Tamyres Filgueira: Eu acho que a máscara dele caiu. Eu acho que o povo tá tão indignado que ali em outubro vai assinar o aviso prévio dele e vai dizer que não dá mais para o Melo ficar à frente da Prefeitura.

Sul21 — Sobre a questão da tarifa zero. É um projeto que tem sido implementado em diversas cidades do País, ainda não em capitais, é uma experiência que tem lastro internacional. O próprio ex-prefeito Marchezan, ainda que não fosse bem tarifa zero, propôs uma redução de tarifa e financiamento por outros meios. Ele já estava desgastado e a discussão não andou muito. A pergunta que fica é: como isso se financia? Como se paga a tarifa zero? Qual é a ideia que está sendo trabalhada? A gente sabe que tem um projeto do vereador Robaina, mas qual é a tua visão?

Tamyres Filgueira: Primeiro, reforçar a importância da gente ter essa política de tarifa zero, que seja uma política de estado, não seja uma política de governo. Tem que estar implementada na Prefeitura independente do governo que tiver, porque, hoje, reforçando, o transporte público não pode ser mais uma ferramenta de segregação do nosso povo. Quem utiliza o transporte público são os trabalhadores e trabalhadoras e a juventude. Eu tenho muito orgulho do PSOL, porque ele está defendendo isso a nível nacional. A gente tem um projeto de mobilidade que está tramitando na Câmara de Deputados que foi escrito pela Erundina, deputada federal. Aqui em Porto Alegre, o Robaina escreveu um projeto de lei sobre a implementação do tarifa zero. Já tem mais de 100 cidades no Brasil que estão aplicando a tarifa zero. Os relatos que a gente tem é de que isso só ajudou as cidades, em várias aspectos. Na questão da distribuição de renda, a questão da economia como um todo, as pessoas deixaram de gastar com a passagem e começaram a gastar dinheiro em outros setores.

Sul21 — Passam a circular mais pela cidade.

Tamyres Filgueira: Exatamente, passam a circular mais, ocupar mais os espaços. Isso até é uma questão, porque isso vai ajudar o povo a voltar a ter o direito ao lazer. Hoje, quem mora lá na Restinga, não consegue ir numa Redenção, quem mora aqui na Bonja. São várias questões positivas que estão em volta da tarifa zero.

Sul21 — Para usar um termo que os liberais gostam, gera um círculo virtuoso de ganhos de produtividade para a cidade. Digamos, teria uma explicação liberal para defender isso também.

Tamyres Filgueira: Teria. E a questão da tarifa zero é o direito à cidade. A gente quer fazer com que a maioria da população tenha esse direito, porque quem utiliza o ônibus não vai ser a elite dos bairros nobres aqui de Porto Alegre, e sim os trabalhadores. No projeto do Robaina, eu acho que a gente tem que pensar várias formas de financiamento, mas uma delas é que, hoje, as empresas retiram ali os 6% dos trabalhadores e essa contribuição que eles pagam parte da passagem, do deslocamento, isso pode continuar fazendo com que as empresas paguem esse valor, e aí nesse sentido as empresas maiores, que têm mais fluxo de caixa, pagariam mais para poder subsidiar o transporte público e a tarifa zero. Claro que também, devido aí à relação com o governo federal, a gente vai buscar o incentivo do governo federal e ver outros meios de financiamento. Mas o que a gente quer colocar, e eu acho que o Robaina está fazendo um trabalho muito importante de já começar a conscientizar o povo de que é possível, porque realmente tem uma dificuldade de entender que o transporte público pode ser gratuito, pode ser uma tarifa zero. Nesse sentido, a gente tá fazendo um giro com a população para popularizar esse projeto e a população agarrar.

Sul21 — Só para entender, a principal fonte de financiamento não seria um recurso novo, seria uma conversão desse recurso que as empresas já destinam para o trabalhador, na forma dos 6%, isso iria direto para o sistema, que deixaria de cobrar do indivíduo.

Tamyres Filgueira: Isso.


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