Opinião
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3 de março de 2024
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11:34

Economia solidária e criativa no Rock na Praça em Esteio (por Charle Scholl)

Economia solidária e criativa no Rock na Praça em Esteio (por Charle Scholl)
Economia solidária e criativa no Rock na Praça em Esteio (por Charle Scholl)

Charles Scholl (*)

Neste domingo (3), a partir das 15 horas, na Praça Coração de Maria, em Esteio, acontece a primeira edição do Rock na Praça deste ano. A festa em praça pública já é uma tradição de mais de 20 anos na cidade. O Rock na Praça é reconhecido como Patrimônio Imaterial do Município de Esteio, pela Lei Municipal nº 8147/22. Nesta edição conta com a participação das bandas Ultramen, Antibanda, Marginal Zero, Lokos D’ Bira, Inimigo Eu e Psycho Decadence. A comunidade da Região Metropolitana, ao longo destes 20 anos, já esculpiu as características deste histórico festival de música organizado por Ricardo Varela. E a mais evidente é a diversidade. A festa é do rock, mas vem a galera de todas as tribos. Um grande evento cultural.

Nesta edição, a atividade cultural coloca em prática uma aliança estratégica. É a ação conjunta entre os segmentos sociais da economia solidária com a economia criativa. Mas do que trata isso exatamente? Em uma breve síntese, a economia solidária tem como principal objetivo o desenvolvimento humano, ambiental e social, não somente o lucro. Nesse sistema econômico atuam cooperativas e empreendimentos que são organizados a partir dos princípios da autogestão. Já a economia criativa organiza toda a comunidade cultural que afeta a vida de uma imensa teia social. A combinação destas economias promove grandes oportunidades de desenvolvimento local, que foram testadas e aprovadas pela comunidade no decorrer da pandemia de covid-19, que promoveu uma situação crítica em que essa alternativa se tornou evidente para a superação dos impasses.

Na prática, a economia solidária participa das atividades culturais, tal como vai ocorrer no Rock na Praça deste domingo, ao tempo que a comunidade cultural irá integrar a Feira Popular da Economia Solidária e Criativa, que acontece nos bairros em calendário agendado a partir de abril. A combinação das atividades busca promover um ciclo de prosperidade e desenvolvimento da economia local. É uma excelente oportunidade de demonstrar na prática outras perspectivas sobre a economia solidária, que transcendem a ideia de assistência social, para ser compreendida como um sistema econômico eficiente para a promoção do desenvolvimento local.

A produção de redes de relações entre os segmentos que normalmente não se comunicam, propiciam ações coletivas que se tornam mais potentes produzindo os melhores resultados. Nesse sentido, o coletivo Nossa Área Economia Solidária organizou junto aos artesãos e participantes das tradicionais feiras de economia solidária integrantes do Fórum Gaúcho da Economia Popular Solidária de Esteio, a ação integrada com a Univale, cooperativa de recicladores e a com a Ligas Cop, que é uma cooperativa de profissionais de plataformas digitais. O coletivo ainda organiza uma cooperativa popular de consumo que se propõe a produzir acessibilidade a produtos da cesta básica, de higiene e limpeza, por meio de compras coletivas.

O primeiro grande desafio é construir as pontes relacionais e econômicas que garantem a sustentabilidade do empreendimento econômico e social. As ideias postas na prática nos ajudam a escolher os melhores caminhos. Graças ao Rock na Praça estamos construindo todas essas relações de cooperação em praça pública. Um evento na histórica praça Coração de Maria de Esteio que permite um momento de prosperidade, diversão, cultura e desenvolvimento econômico e social sustentável.

(*) Coordenador do coletivo Nossa Área Economia Solidária

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21.


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