Opinião
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11 de janeiro de 2023
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14:58

Qual o papel do parlamento gaúcho e do governo reeleito na defesa do estado democrático de direito? (por Bruna Rodrigues)

Bruna Rodrigues (PCdoB) (Foto: Divulgação/CMPA)
Bruna Rodrigues (PCdoB) (Foto: Divulgação/CMPA)

Bruna Rodrigues (*)

O que aconteceu no último domingo (08), no Distrito Federal foi mais um episódio do terceiro turno da eleição, terceiro turno estabelecido e guiado por atos terroristas que já anunciavam que não aceitariam o resultado do voto popular. E chocam o brasil com sua principal característica “a violência”.

É importante salientar que não são mobilizações e/ou atos democráticos, pois desde o princípio exigem o fim do estado democrático de direito e não é novidade que o objetivo desses grupos radicais é a retomada do regime militar.

“O óbvio precisa ser dito!” Como dito pelo Professor Dr. Silvio Almeida em seu primeiro discurso Ministro dos direitos humanos, a sociedade brasileira tem urgências e todas (os) as (os) brasileiras e brasileiros são importantes. Mas essa parcela extremista da população não concorda. Eles são loucos?

Não! Eles são a representação do Brasil colonial, escravocrata, racista, LGBTfóbico, misógino e machista. Para eles o estado deve ser um mediador de privilégios.

Mas eles não andam só, têm representação no parlamento, no exército e nas polícias, sem (esquecer dos diversos  empresários financiadores) contar de grandes empresas financiadoras. Cabe destacar que agiram como sempre anunciaram, atacaram os três poderes com explícita leniência da Polícia e Exército, como já haviam dito em vários momentos. Novidade?

Não! Eles realizaram o que disseram que iam fazer, a ingenuidade do Ministro da Defesa José Múcio é o que me surpreende. Foram muitas as caravanas de grupos extremistas que partiram de vários estados, publicando nas redes sociais o percurso até o ponto de encontro já consolidado e executaram a missão terrorista aos prédios sede dos poderes.

Porque o parlamento gaúcho e todas as casas legislativas tem Tarefa/participação neste momento?

Por que a manutenção do Estado Democrático de Direito é responsabilidade dos representantes do povo, fomos eleitas (os) para representá-las (os). E o povo não concorda com essa barbárie e por este motivo elegeu o presidente Lula.

O governador Eduardo Leite enfrentou essa violência na eleição, e, portanto, sabe qual é o projeto central deles, eles não escondem de ninguém, mas então porque ainda tem acampamento fascista/golpista em Porto Alegre? Vamos esperar estes extremistas instalarem o caos como fizeram em Brasília? Ou vamos dar exemplo ao Brasil, e colocá-los no lixo da história, lugar onde eles merecem estar.

Medidas urgentes do governo gaúcho são fundamentais neste momento:

*É preciso auxiliar na identificação das empresas e pessoas que participaram dessa invasão nas instituições brasileiras.
*Exigir que as prefeituras municipais desmontem todos os acampamentos desses grupos extremistas envolvidos nos atos antidemocráticos.
*Investigar e denunciar todos os parlamentares e influencers gaúchos que incentivaram e/ou participaram dessas mobilizações desde o princípio.
*É preciso cassar os direitos políticos e civis de todos os parlamentares que pactuaram com os acampamentos antidemocráticos que culminaram com os ataques terroristas à sede dos três poderes.

Enquanto parte do parlamento gaúcho, sinto a responsabilidade de exigir que o governo do Estado do Rio Grande do Sul através do governador eleito democraticamente Eduardo Leite, e o legislativo gaúcho se unam em torno da defesa da nossa nação e da nossa tão jovem democracia.

(*)  Vereadora de Porto Alegre e deputada estadual eleita (PCdoB)

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As opiniões emitidas nos artigos publicados no espaço de opinião expressam a posição de seu autor e não necessariamente representam o pensamento editorial do Sul21


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