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28 de dezembro de 2012
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16:59

Prefeito eleito de Passo Fundo quer eficiência como marca de gestão

Por
Sul 21
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Luciano Azevedo em um de seus últimos dias de deputado estadual | Foto: Assembleia Legislativa /Divulgação

Júlia Schwarz

Luciano Azevedo, deputado estadual pelo PPS até o último dia 18, irá governar Passo Fundo a partir de 1º de janeiro ao lado de Juliano Roso (PCdoB) e contará com o apoio de pelo menos dez partidos, integrantes da coligação Juntos por Passo Fundo (PRB, DEM, PRTB, PHS, PMN, PV, PRP, PSDB, PPL e PSD). O futuro governo, cujo número de aliados pode chegar a 16, pretende fazer da modernização da gestão sua marca administrativa.

Alegando que “a economia da cidade cresceu, impulsionada principalmente por investimentos privados na matriz industrial, mas a qualidade do serviço público não acompanhou esse crescimento”, Luciano (como é mais conhecido na cidade) defende a necessidade da criação de metas de gestão e avaliações periódicas de seus secretários para garantir a execução de projetos.

O futuro prefeito afirma que seu plano de governo está baseado em uma pesquisa de opinião pública, na qual os passo-fundenses deram notas para os serviços do município e apontaram as melhorias desejadas. Esses anseios serão, segundo ele, o norte que guiará a elaboração dos programas de governo.

Para garantir o cumprimento dos planos almejados, os secretários serão avaliados quadrimestralmente. Mas só eles, faz questão de destacar Luciano. “Considero injusto avaliar os servidores, pois vêm com uma carga de administrações anteriores, de hábitos adquiridos somados às condições de trabalho, que nem sempre são as mais adequadas. Cabe ao secretário que está entrando conosco, conhecendo nossas expectativas e exigências, motivar os funcionários”, argumenta.

Pela ambição das promessas feitas, os secretários terão muito trabalho a fazer, e o orçamento da cidade para os próximos quatro anos terá de ser bem administrado. Só na educação, o novo governo pretende criar 5 mil novas vagas em escolas infantis em um número maior de turnos, inclusive à noite, e com fornecimento de uniforme gratuito para todos os alunos da rede municipal.

luciano azevedo
Sobre alianças: “o mundo é dos diferentes. Se fosse para todos pensarem igual, não precisaríamos nos unir a outros partidos” | Foto: Divulgação

Com vistas a melhorar o atendimento da saúde, o futuro prefeito pretende garantir vacinação domiciliar para os idosos e aumentar o número de leitos. Questionado quanto à viabilidade de concretizar o projeto durante seu governo, devido às limitações de verbas e tempo – a promessa engloba tanto a criação de novos leitos, quanto a contratação de servidores –  Luciano responde que “a saúde é muito mais uma questão de gestão do que de pessoal ou instalações físicas. O Hospital Municipal, por exemplo, tinha 150 leitos em funcionamento e hoje tem apenas 50”. Ele acredita que será possível cumprir suas metas com o recenseamento dos servidores e com uma mudança na gestão da saúde, que será coordenada por Luiz Artur Rosa Filho, médico com experiência em rede públicas.

Segundo seus opositores, uma de suas promessas, a extinção da taxa de esgoto nos locais onde a rede de saneamento já está completa, prejudicaria a execução das demais. A medida, de acordo com a oposição, diminuiria as receitas do município. No entanto, Luciano Azevedo nega que tenha feito essa promessa e rebate: “o que nós dissemos durante a campanha foi que a cobrança era injusta nos termos contratados pelo município junto à Corsan. A empresa é superavitária em Passo Fundo e usa esse lucro para sustentar os serviços em outros municípios”. Em razão disso, afirma que o contrato será estudado para, então, discuti-lo com a Corsan. “Não descartamos entrar na Justiça para que se reduza o valor cobrado pela empresa ao contribuinte de Passo Fundo”, conclui.

Outros dois temas polêmicos envolvem seu futuro governo. Com relação à extensa variedade de ideologias abarcadas pelos partidos que compõem seu governo, que pode fazer com que as secretarias caminhem em direções contraditórias, afirma “o mundo é dos diferentes. Se fosse para todos pensarem igual, não precisaríamos nos unir a outros partidos, seríamos todos de um só”. O outro ponto delicado, e defendido pelo futuro prefeito, é a retirada de 25% das lombadas eletrônicas existentes nas vias da cidade. Embora os acidentes de trânsito sigam aumentando, para Luciano Azevedo as lombadas eletrônicas de Passo Fundo são excessivas. Ele alega que houve falta de diálogo com a população à época que foram instaladas, o que gerou um alto índice de multas.


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