Eleições 2022
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27 de outubro de 2022
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15:03

NYT diz que 30 de outubro é o dia mais importante para sobrevivência do planeta

Por
Sul 21
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Amazônia e Cerrado são os biomas que mais perderam florestas. Foto: Christian Braga/Greenpeace
Amazônia e Cerrado são os biomas que mais perderam florestas. Foto: Christian Braga/Greenpeace

O jornal norte-americano The New York Times publicou nesta quinta-feira (27) um vídeo-opinião que destaca que o futuro da humanidade depende do resultado das eleições brasileiras do próximo domingo. O vídeo contrasta o aumento do desmatamento da Amazônia durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) com a implementação de políticas de conservação pelo ex-presidente Lula (PT).

Sem expressar diretamente a defesa da vitória de Lula, o vídeo começa dizendo que o desmatamento da Amazônia vem aumentando nos últimos anos. Em seguida destaca a ativista indígena Txai Suruí, salientando que ela processou o governo federal para que ele seja obrigado a adotar medidas contra o aquecimento global. “Um candidato quer salvar a Amazônia e o outro quer queimá-la”, diz Suruí no vídeo, que está todo em inglês.

O vídeo ressalta que a Amazônia tem 10 dez vezes o tamanho da França e que estaria a caminho de se transformar em uma “zona morta”. “Se isso não te assusta, veja isso: um quinto de toda água doce está na Amazônia e as fazendas norte-americanas são irrigadas pela chuva que vêm da Amazônia. Ela tem 390 bilhões de árvores, quase o dobro dos EUA. Derrube-as, e bilhões de toneladas de CO2 atingem a Amazônia. Basicamente, estamos todos fritos”.

A peça afirma que ambos os candidatos são “insanamente falhos”, mas que não é necessário imaginar qual o posicionamento deles sobre a questão ambiental. Em seguida, mostra uma fala de Jair Bolsonaro em que o presidente diz que o desenvolvimento “está acima de tudo” e outra em que ele diz que não irá admitir a fiscalização ambiental.

O artigo destaca que o Brasil tem um sistema impressionante de alertas de desmatamento via satélite, mas que 98% desses alertas nunca são investigados “porque Bolsonaro eviscerou a agência que enfrenta o crime ambiental”.

Alerta ainda que, se Bolsonaro for eleito, irá promover o PL 2633, que facilita a regularização fundiária de terras da União e anistia grileiros e criminosos ambientais. Para o NYT, esta é a legislação mais destruidora do planeta na atualidade. “Vamos chamá-la pelo que é: a lei que recompensa criminosos, ferra a Amazônia e que a Terra queime no inferno”.

De outro lado, lembra que Lula já foi presidente na primeira década do século e que seu governo promoveu plano agressivo de conservação da Amazônia, destacando que ele criou áreas de conservação maiores do que o Reino Unido, aplicou bilhões em multas e criou o sistema de monitoramento via satélite da Amazônia.

O vídeo pondera que a recessão econômica e os escândalos de corrupção, assim como a prisão de Lula, levaram à vitória de Bolsonaro e o resultado disso foram terras indígenas roubadas e ativistas mortos por madeireiros criminosos e fazendeiros.

“Ano passado, 18 árvores foram cortadas a cada segundo e uma área de floresta maior que a Irlanda do Norte perdida para sempre. “Mas, se os brasileiros decidirem destruir a base da vida para a Terra, não é um país soberano? Bom, isso é o que Bolsonaro argumenta e ele é muito popular por causa disso. Pode até ajudá-lo a vencer as eleições.”

O vídeo volta a mostrar a ativista Txai Suruí e os ataques que Bolsonaro fez a ela após sua fala na COP26, em que criticou a gestão ambiental do governo federal. Ao fim, encerra dizendo que ativistas brasileiros estão arriscando tudo para salvar a floresta da qual toda a humanidade depende para sobreviver e que “todos nós desesperadamente precisamos de um novo presidente do Brasil que não irá queimá-la”.


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