A Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul (SSP) anunciou nesta quinta-feira (29) que vai disponibilizar mais de 8 mil agentes de segurança para garantir o processo eleitoral no Estado neste domingo (2). Além de mitigar eventuais conflitos e agressões entre militantes de partidos políticos, a força-tarefa irá coibir ações de boca de urna, proibidas pela Justiça eleitoral, e o uso de aparelhos eletrônicos e de armamento nos locais de votação. A venda de bebida alcoólica não será proibida.
O planejamento das ações, que envolveu vários órgãos de segurança em nível estadual e federal, está sendo feito há três meses. Segundo o secretário da Segurança Pública, Vanius Cesar Santarosa, estarão mobilizados 7.137 brigadianos, 533 policiais civis, 421 bombeiros e 12 servidores do IGP para o dia da eleição. Os servidores estarão em regime de plantão, monitorando todas as 8,5 mil seções eleitorais distribuídas pelo Estado e evitando possíveis ocorrências que venham a prejudicar o andamento do processo.
“Nossos servidores foram treinados e estão devidamente capacitados para atuarem de forma que não permitam qualquer situação que prejudique o bom andamento das eleições”, afirmou Santarosa. As ocorrências que venham a ser caracterizadas como “crime de natureza federal”, entre eles o porte de celulares ou armamento nas cabines de votação, serão encaminhadas às delegacias da Polícia Federal localizadas em 13 dos 497 municípios gaúchos, em uma parceria com a Brigada Militar. Nas demais 484 cidades, eventuais detenções serão feitas em um trabalho integrado da BM com a Polícia Civil. Também é crime federal o transporte ilegal de eleitores e a compra de votos.
O comandante-geral da Brigada Militar, coronel Cláudio Feoli, informou que os brigadianos escalados para o próximo domingo vão coibir “qualquer atividade suspeita” que ponha em risco a integridade dos eleitores e o direito ao voto. “A Brigada Militar está mobilizada para garantir a segurança dos eleitores e de todos os envolvidos nas eleições. Além dos policiais militares, 1,5 mil viaturas serão empregadas para que os cidadãos possam exercer com tranquilidade o seu direito ao voto”, garantiu.
Além disso, a SSP vai reforçar a estrutura do Disque Denúncia para receber relatos de intimidações ou de violência contra eleitores. O número é 181. As denúncias são anônimas, garante a Secretaria. A força-tarefa, que além dos efetivos da Brigada Militar, bombeiros e da Polícia Civil reúne também representantes da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Defensoria Pública, Agência Brasileira de Inteligência, TRE, Ministério Público e Polícia Federal, será coordenada pelo Gabinete de Governança Integrada de Segurança Pública.
Em âmbito nacional, as Forças Armadas estarão em 561 localidades de 11 estados. A presença dos militares foi requisitada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como apoio para a garantia da votação e da apuração. O estado que vai receber o maior contingente é o Rio de Janeiro, onde as Forças Armadas devem estar em 167 localidades de diversas zonas eleitorais. O segundo é o Maranhão, que terá apoio em 97 localidades.
Os militares estarão ainda no Acre (21 locais de votação), em Alagoas (2 locais de votação), Amazonas (26 locais de votação), Ceará (36 locais de votação), Mato Grosso do Sul (8 locais de votação), Mato Grosso (31 locais de votação), Pará (78 locais de votação), Piauí (85 locais de votação) e Tocantins (10 locais de votação). Entre as solicitações, estão apoio logístico, inclusive em terras indígenas.
A Polícia Federal informou, pela sua assessoria de imprensa, que utilizará “todo o efetivo disponível” no domingo – cerca de 16 mil agentes federais estão na ativa, de acordo com o Portal da Transparência. Segundo a instituição, “a PF, em conjunto com as demais forças de segurança pública, atuará em cartórios eleitorais, locais de votação e de apuração dos votos, vias públicas e estações de transporte”.
Em Brasília, a segurança será reforçada por câmeras de videomonitoramento e servidores em campo. O acesso ao TSE e a prédios públicos na Esplanada dos Ministérios, como Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF), será bloqueado por grades já a partir do sábado (1º). Além dos policiais militares, a segurança própria dos órgãos vai se somar ao esquema. Mas não está prevista a interrupção do trânsito nas principais vias de acesso a prédios públicos estratégicos para a eleição.
