Eleições 2022
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24 de setembro de 2022
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09:16

Deputados federais candidatos à reeleição receberam 11x mais recursos do que os demais

Por
Luís Gomes
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Arte: Matheus Leal/Sul21
Arte: Matheus Leal/Sul21

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informa que, até esta sexta-feira (23), os 456 candidatos registrados na disputa a deputado federal pelo Rio Grande do Sul já declararam, somados, receitas de R$ 118.529.719,95 para fazerem suas campanhas. A divisão dos recursos, contudo, está longe de ser equitativa, uma vez que os candidatos à reeleição já receberam, somados, R$ 49.062 milhões, o que representa 41% do total dos recursos e 11,2 vezes mais do que as demais 429 candidaturas registradas.

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De acordo levantamento realizado pelo Sul21 a partir de dados disponíveis no portal DivulgaCand, do TSE, os 27 candidatos à reeleição para deputado federal no RS têm, em média, R$ 1.817 milhão para suas campanhas.

A campanha mais rica até o momento é a de Giovani Cherini (PL), que sozinho tem à disposição R$ 3.086 milhões, o que representa 2,6% do total de recursos declarados. A campanha mais barata até o momento é a de Sanderson (PL), R$ 353 mil, em razão de o candidato, até o momento, não ter declarado recursos oriundos de seu partido. O deputado, contudo, é exceção. Segundo o TSE, R$ 108.681.299,78 dos recursos recebidos pelos candidatos a deputado federal pelo RS são de origem pública (91,69%). O PL, de Sanderson, destinou R$ 3 milhões para a campanha de Cherini.

Os 429 demais candidatos somados -- este grupo inclui candidatos que já desistiram, foram barrados e até um falecimento, mas diversos destes receberam recursos -- declararam receitas na ordem R$ 69.467 milhões. Com isso, em média, dispõem de R$ 162 mil para suas campanhas.

No entanto, nem todas essas campanhas são iguais. Há um grupo bem definido de candidatos que não estão na Câmara que também receberam valores expressivos. Deputados estaduais, ex-deputados federais e o senador Lasier Martins (Podemos) e o suplente empossado Paulo Caleffi (PSD) -- 19 candidatos -- somam outros R$ 20.613.415 em recursos declarados até o momento. Em média, esse grupo tem à disposição R$ 1.015 milhão.

Neste grupo, a maior arrecadação até o momento é da deputada estadual Any Ortiz (Cidadania), que declarou até o momento R$ 2.330 milhões para a sua campanha. Já as menores são do deputado estadual Eric Lins (PL), com R$ 247 mil declarados, e Enio Bacci (União), 275 mil.

Juntos, os dois grupos -- 46 candidatos -- somam R$ 69.675 milhões arrecadados, contra R$ 48.854 dos demais candidatos. Em média, os candidatos à reeleição receberam até o momento R$ 1.514 milhão para suas campanhas.

Por outro lado, o grupo que não teve passagens pelo Congresso Nacional ou não está atualmente na Assembleia Legislativa tem à disposição R$ 119 mil para suas campanhas. Ou seja, receberam 12,7 vezes menos do que os candidatos à reeleição e o grupo que inclui deputados estaduais e ex-deputados federais.

Mais uma vez, mesmo entre esse grupo há distorções, uma vez que algumas candidaturas privilegiadas por partidos estão em patamares próximos dos outros dois grupos. Mais sete candidatos declararam ter recebido mais de R$ 1 milhão até o momento.

É o caso de Gold (PTB), que tem à disposição R$ 1.585 milhão, Reginete Bispo (PT), com R$ 1.417 milhão, Denise Pessôa (PT), com R$ 1.370 milhão, Alexandre Lindenmeyer (PT), com R$ 1.351 milhão, Felipe Pedri (PL), com R$ 1.193 milhão, Luciano Azevedo (PSD), com R$ 1.029 milhão, e Mario Bruck (PSB), com R$ 1.015 milhão.

O único novato da lista em disputas para deputado é Pedri, que ocupou diversos cargos no governo de Jair Bolsonaro (PL), entre eles o de Secretário Nacional do Audiovisual. Lindenmeyer é ex-prefeito de Rio Grande e já foi deputado estadual. Luciano Azevedo é ex-prefeito de Passo Fundo e foi deputado estadual. Reginete Bispo é atual suplente do senador Paulo Paim. Denise Pessôa é vereadora em Caxias do Sul. Bruck é presidente estadual do PSB. Gold já disputou diversas eleições, como para deputado federal em 2018.


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