Eleições 2022
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23 de agosto de 2022
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10:18

Operação de PF mira empresários que defenderam volta da ditadura em mensagens

Por
Sul 21
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Foto: Divulgação/PF
Foto: Divulgação/PF

A Polícia Federal cumpriu na manhã desta terça-feira (23) oito mandados de busca e apreensão em endereços ligados a empresários que participavam de um grupo de WhatsApp em que discutiram a possibilidade de um golpe de Estado caso Jair Bolsonaro (PL) não fosse reeleito presidente nas eleições de outubro. A existência do grupo foi revelada na semana passada por reportagem do portal Metrópoles.

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Os mandados foram expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito que apura a atuação de milícias digitais contra a democracia e as instituições brasileiras.

As ações ocorreram nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará. Segundo o portal G1, a operação teve como alvo os empresários Afrânio Barreira Filho (dono da rede de restaurantes Coco Bambu), Ivan Wrobel (W3 Engenharia), José Isaac Peres (Multiplan), José Koury (Barra World), Luciano Hang (Havan), Luiz André Tissot (Sierra Móveis), Marco Aurélio Raymundo (Mormaii) e Meyer Joseph Nigri (Tecnisa).

Além das buscas, Moraes determinou bloqueio das contas bancárias dos empresários, bloqueio das contas dos empresários nas redes sociais, tomada de depoimentos e quebra de sigilo bancário.

A reportagem do portal Metrópoles publicada no último dia 17 revelou que grandes empresários brasileiros mantêm um grupo em aplicativo de mensagens em que defendem abertamente um golpe de Estado. Uma das discussões sobre um possível golpe ocorreu no dia 31 de julho, quando o empresário José Koury, proprietário do shopping Barra World, no Rio de Janeiro, defendeu abertamente uma nova ditadura.

“Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, declarou, segundo o Metrópoles.

A discussão teve as respostas de vários empresários, entre eles o gaúcho Tissot, que defendeu que um golpe já deveria inclusive ter ocorrido. “O golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo. [Em] 2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais”, publicou.


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