Política
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26 de fevereiro de 2024
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18:59

PSOL vai formalizar apoio à pré-candidatura de Maria do Rosário no próximo sábado

Por
Luís Gomes
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Luciana Genro, Tamyres Filgueira e Maria do Rosário durante evento na Lomba do Pinheiro em janeiro | Foto: Pitta Klein/Divulgação
Luciana Genro, Tamyres Filgueira e Maria do Rosário durante evento na Lomba do Pinheiro em janeiro | Foto: Pitta Klein/Divulgação

A reunião do diretório municipal do PSOL prevista para o próximo sábado (2) irá formalizar o apoio do partido à candidatura do PT para a Prefeitura de Porto Alegre. Na prática, isso significa a formalização do apoio à deputada federal Maria do Rosário, pré-candidata do PT ao Paço Municipal.

A deputada estadual Luciana Genro (PSOL) diz que, desde dezembro, quando o partido apresentou o seu nome como pré-candidata à Prefeitura, já havia a indicação para a construção da unidade da esquerda na disputa para a Prefeitura de Porto Alegre.

“E eu acredito que chegou o momento de concretizar essa decisão de unidade, retirando meu nome, para que a gente possa acelerar também o processo de construção do programa. Nós temos caminhado bem nas discussões entre as direções dos partidos, sobre as diretrizes programáticas, mas ainda falta ouvir a cidade. A gente quer fazer plenárias nos bairros, com as categorias, os segmentos sociais, e, para isso, é importante que a gente já esteja com a chapa montada”, diz.

O encontro de sábado também irá ratificar a indicação de Tamyres Filgueira como pré-candidata à vice-prefeita.

Presidenta municipal do PT, a deputada estadual Laura Sito diz que, até às 18h, ainda não tinha sido comunicada oficialmente sobre a decisão de formalização do apoio do PSOL, mas saudou a decisão.

“Nós vemos com ótimos olhos a gente conseguir ter uma unidade histórica da esquerda em Porto Alegre. Imaginemos aqui que nós e o PSOL, desde que eles saíram do PT e fundaram o partido, nós não estivemos juntos em nenhuma eleição no primeiro turno. E isso, ironicamente, é o mesmo período que nós não vencemos mais nenhuma eleição em Porto Alegre, desde 2004. Então, nós acreditamos que estar juntos pode dar uma outra condição para a gente realizar um debate qualificado sobre a cidade”, diz.

Laura pontua que a união é resultado de um processo que começou em 2022, quando o PSOL indicou Pedro Ruas para ser candidato a vice-governador de Edegar Pretto e Roberto Robaina para suplente de Olívio Dutra na disputa para o Senado. Na mesma linha, também inclui o anúncio já feito de apoio do PT à candidatura de Guilherme Boulos em São Paulo.

Para Luciana Genro, há dois aspectos fundamentais em disputa na eleição de Porto Alegre em 2024: o enfrentamento à extrema-direita e os problemas da gestão do prefeito Sebastião Melo (MDB). A deputada avalia que a derrota do prefeito, que se aproximou do bolsonarismo na campanha de 2020, faz parte de um processo de evitar que as prefeituras continuem sendo trampolins para esse espectro político.

“Agora, para a gente conseguir ir além das militâncias e do eleitorado que já se identifica com a esquerda, a gente precisa ter propostas que dialoguem com os problemas da cidade e o Melo está muito enfraquecido diante da sua péssima conduta na zeladoria da cidade. A situação de degradação dos serviços públicos, dos postos de saúde, das creches, principalmente as conveniadas, a falta de vagas para as crianças, a própria privatização da Carris, a gente tem, inclusive está estudando a possibilidade de reverter. Esse tema do transporte, para nós é essencial, por isso que uma das propostas que o PSOL contribuiu com o debate programático é a tarifa zero, esse vai ser um dos eixos da nossa campanha em termos de propostas concretas para a cidade”, afirma.

Uma vez formalizada o apoio, a chapa de união da esquerda contaria com as federações PT-PCdoB-PV e PSOL-Rede. Laura Sito diz que ainda existem conversas em âmbito municipal, estadual e federal com PDT e PSB, com uma reunião agendada com os socialistas para esta semana.

“Para nós, era fundamental que conseguíssemos ter todo o campo num primeiro turno já reunido. Não sabemos se é possível, porque uma chapa para a prefeitura só tem dois espaços. Sempre é complexo garantir que todo mundo possa se enxergar, possa ter um espaço de protagonismo, mas nós seguiremos nesse esforço. E, se não for possível estar num primeiro turno, nós caminhamos numa direção que nos leva a estar juntos no segundo turno”, diz.


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