Meio Ambiente
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12 de novembro de 2021
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14:09

Feiras ecológicas iniciam campanha para mostrar como fazer do lixo uma solução

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Sul 21
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Ato contra o projeto ocorre nesta sábado (28) na Feira dos Agricultores Ecologistas, na Redenção. Foto: Lenon Veronese
Ato contra o projeto ocorre nesta sábado (28) na Feira dos Agricultores Ecologistas, na Redenção. Foto: Lenon Veronese

As Feiras Ecológicas da Redenção – Feira de Agricultores Ecologistas (FAE) e Feira Ecológica do Bom Fim (FEBF)) – começarão a participar de uma ação contínua que visa promover a melhoria na gestão de resíduos nas residências de quem são seus consumidores. O trabalho será realizado através de uma parceria da FAE, FEBF, Movimento Lixo Zero Porto Alegre, Associação Agroecológica e a Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis da Cavalhada (ASCAT). A campanha parte da premissa de que não existe a alternativa de “jogar o lixo fora”, uma vez que todo resíduo gerado permanece no nosso planeta, gerando impacto no meio ambiente e em todos os seres vivos.

O objetivo da ação é despertar reflexão entre os frequentadores das feiras ecológicas sobre o impacto dos seus hábitos na problemática do lixo e mostrar a importância de alternativas simples e eficientes que tratem tanto os resíduos orgânicos quanto aquilo que pode ser reciclável. “Práticas como minhocários, mesmo em apartamentos, e o manejo e descarte corretos do resíduo reciclável são atitudes ecológicas e cidadãs. E se cada um fizer a sua parte teremos um enorme impacto positivo para toda a humanidade”, diz Paula Moletta, embaixadora do Movimento Lixo Zero Poro Alegre.

Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) o país recicla hoje apenas 2,1% do total de resíduos coletados. A meta estabelecida pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é que este percentual chegue a 20% do material coletado em 2040. “Mas para que isso ocorra é preciso melhorar muito a forma como o material chega nos galpões de reciclagem, pois grande parte do que recebemos precisa ser descartado por estarem, por exemplo, sujos. E aí não tem como aproveitar”, afirma Alex Cardoso, da ASCAT. “E isso tem duas consequências: mais lixo poluindo o planeta e menos gente podendo viver de forma digna a partir do seu trabalho de catador”.

A Virada nas Feiras Ecológicas

O projeto que inicia neste sábado (13) se chama “A Virada nas Feiras Ecológicas – como fazer do lixo uma solução”. Ele inicia com um momento para conectar a agroecologia com a gestão dos resíduos, levando para a Avenida José Bonifácio rodas de conversa dos frequentadores das feiras com integrantes da Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis da Cavalhada (ASCAT) e embaixadoras Lixo Zero.

Em pauta a geração e correta separação e coleta de materiais recicláveis para a garantia de renda dos catadores e a colaboração da sociedade na restauração dos ecossistemas e minimização dos problemas gerados por lixões e aterros sanitários. As feiras estarão sinalizadas com fardos de materiais devidamente identificados indicando visualmente o tamanho do problema gerado para o planeta, dentro da ideia de que “não existe fora”, do ponto de vista do rejeito. Para 2022 existe a expectativa de estender a ação para outras feiras ecológicas da capital gaúcha.

·  Em 2019 o brasileiro produziu 79 milhões de toneladas de resíduos sólidos, um aumento de 18% em relação a 2010.   Este volume é equivalente à geração de 379 quilos de resíduos por ano.

·   Do total dos resíduos coletados, apenas 2,1% é reciclado.

·   Os hábitos dos consumidores estão diretamente relacionados à baixa reciclagem, pois materiais recicláveis sujos ou em meio a alimentos inviabiliza o seu aproveitamento.

·   Aproximadamente 30% dos resíduos sólidos descartados possui valor agregado e potencial para poder retomar à cadeia de produção como matéria prima.

·   Em 2018 apenas 18% da população era contemplada com coleta seletiva e a grande maioria encontra-se na região Sul e Sudeste.

·   No Brasil uma parte importante da coleta dos recicláveis vem dos catadores. Essa profissão é reconhecida desde 2002 no Brasil pelo Ministério do Trabalho e Emprego, e de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações – CBO, estima-se que exista entre 400 a 600 mil catadores. Mas há um número elevado de autônomos dispersos nas ruas e em lixões à procura de materiais recicláveis.

·   66% da população sabe pouco ou nada sobre coleta seletiva e 39% não separam o lixo.


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