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8 de agosto de 2023
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15:01

Policiais civis fazem ato por reposição salarial e contra criminalização de greve

Por
Luís Gomes
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UGEIRM promoveu ato da Polícia Civil nesta terça-feira (8). | Foto: Luiza Castro/Sul21
UGEIRM promoveu ato da Polícia Civil nesta terça-feira (8). | Foto: Luiza Castro/Sul21

Policiais civis iniciaram nesta terça-feira (8) uma mobilização em todo o Rio Grande do Sul para reivindicar reposição das perdas inflacionárias, o que ocorreu apenas uma vez nos últimos cinco anos, e o descongelamento de promoções. Inicialmente, a categoria iria realizar uma paralisação de 48 horas, mas uma decisão judicial publicada na segunda-feira (7), solicitada pelo governo do Estado, proibiu qualquer ação do tipo, sob pena de aplicação de multa de R$ 50 mil por dia para as entidades envolvidas na convocação.

Em Porto Alegre, a mobilização contou com uma ação diante do Palácio da Polícia. Em razão da decisão judicial, a UGEIRM, sindicato que representa os agentes de polícia — inspetores, escrivães e investigadores –, retirou os cartazes e materiais que faziam alusão à paralisação.

“Achamos que foi um erro do governo Eduardo Leite em criminalizar o movimento dos trabalhadores, principalmente daqueles que desempenham um trabalho de alta periculosidade e penoso também. No momento em que o policial civil está num nível de esgotamento de saúde mental e física muito grande, hoje as metas e as pressões por operações têm adoecido o policial”, diz Isaac Ortiz, presidente da UGEIRM.

 

| Foto: Luiza Castro/Sul21

O presidente do sindicato destaca que, apesar da decisão judicial, a mobilização da categoria será mantida para além das 48 horas de paralisação que haviam sido convocadas. “Houve uma indignação muito grande na categoria por conta dessa decisão judicial. Não pela Justiça, mas pela proposição do governo em criminalizar o nosso movimento”, afirma.

Além da reposição salarial das perdas nos últimos anos — a categoria recebeu apenas a reposição de 6% dada a todo o funcionalismo em 2022 — e da retomada de promoções paralisadas há 18 meses –, a categoria reivindica a volta da simetria salarial entre as funções de comissário de polícia e de capitão da Brigada Militar e a aprovação de um projeto de lei apresentado pelo deputado estadual Leonel Radde (PT). O PL garante a paridade e a integralidade na aposentadoria para todos os policiais civis que ingressaram na instituição até fevereiro de 2020, data em que foi publicada a reforma da previdência dos servidores estaduais, que acabou com esses direitos para a categoria.

“É uma pauta que não seria difícil atender. Nós estamos há cinco anos sem reposição salarial, tivemos apenas 6% de reajuste no governo Leite e faz cinco anos que o governador não conversa com a nossa categoria. Um homem que diz que é do diálogo, mas não é conosco e a gente sabe que não é com o serviço público. Ele preferiu judicializar e criminalizar o nosso movimento em vez de dialogar”, afirma Ortiz.

 

Foto: Luiza Castro/Sul21

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