Educação
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9 de junho de 2022
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11:24

Escola na Restinga pode ficar mais de um mês sem aulas por falta de energia

Por
Luís Gomes
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EMEF Carlos Pessoa de Brum atende cerca de 1,3 mil crianças da Restinga | Foto: Reprodução/Facebook
EMEF Carlos Pessoa de Brum atende cerca de 1,3 mil crianças da Restinga | Foto: Reprodução/Facebook

Desde a última segunda-feira (6), a Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Carlos Pessoa de Brum, que atende cerca de 1,3 mil crianças da Restinga, bairro da zona sul de Porto Alegre, está sem energia elétrica. Com isso, as aulas foram suspensas na terça-feira (7). A falta de luz é resultado de um problema estrutural na rede elétrica da escola e a previsão da Secretaria Municipal de Educação (Smed) é de que ele só poderá ser resolvido em 30 dias.

Vice-diretora da escola, Adriana Guimarães diz que a instituição tem um problema crônico na rede elétrica em razão da fiação que passa por baixo da escola estar muito próxima da rede de encanamento de água. Ela destaca que a direção já vem apontando o problema para a Smed há cerca de cinco anos. “Sempre dizem que é uma obra muito grande e nunca é resolvido”, diz.

Em 2019, a caixa de alta tensão da escola estourou e passou por um conserto emergencial. Contudo, o problema ainda persiste. Durante o final de semana, a iluminação da escola estava em meia fase e, na segunda (6), ficou completamente sem luz. “A direção chamou a manutenção da Smed, os engenheiros da secretaria foram até a escola e detectaram que o problema era realmente sério, grave, e que tem a ver com essa parte que passa por baixo da água”, diz.

Segundo Adriana, os engenheiros informaram que uma reforma geral na rede elétrica, com prazo estimado de 30 dias, uma vez que há necessidade de elaboração do projeto e orçamentos. Enquanto isso, a escola permanece desde terça-feira (7) sem aulas, uma vez que, segundo Adriana, o tempo nublado em Porto Alegre levava as crianças a reclamarem de que não enxergavam o quadro.

“A gente está obviamente sem computador, sem internet, sem telefone. Mas o que mais me preocupa, além dos dois anos das crianças com pandemia sem aulas, que a gente sabe que, na Restinga, não funciona o ensino remoto, a gente tem também a questão da alimentação. São 1,3 mil alunos e muitas famílias dependem da alimentação da escola. Tudo aquilo que a gente tinha em freezers e geladeiras já fui redirecionado para outras escolas, mas os nossos alunos não foram redirecionados para se alimentarem em outras escolas. Não existe a mínima possibilidade da gente ficar 30 dias sem que isso se resolva”, afirma.

Adriana diz que a escola vem questionando a Smed sobre medidas a serem tomadas, mas até a manhã desta quinta-feira não havia recebido um retorno com uma proposta concreta de solução. Ela conta que a escola recebeu uma comunicação do setor de Engenharia da secretaria com a informação de que a direção da escola deveria alugar um gerador com a verba da escola, o que não seria possível. “A gente tem fornecedores de materiais para pagar, não podemos tirar dos fornecedores para dar conta de uma coisa que a Smed tem obrigação de fazer”, diz. “E não temos uma posição da Smed quanto ao pedagógico, o que fazemos com essas crianças, e tampouco temos uma posição enquanto alimentação das crianças. Nós não temos condições de ficar 30 dias fora da escola”, finaliza.

Procurada pela reportagem, a Smed diz em nota que reconhece que o problema na rede elétrica da EMEF Carlos Pessoa de Brum “é grave e merece toda a atenção necessária”. A secretaria também confirmou que o prazo de conclusão da reforma da rede elétrica da escola é de 30 dias, mas pontua que tenta agilizar o processo.

“A secretaria já solicitou a dispensa de licitação para a contratação da empresa especializada e em paralelo a isso, está auxiliando a escola na reprogramação do valor do planejamento financeiro para que seja locado um gerador de energia elétrica e as aulas possam ocorrer”, diz a nota.

A respeito da perda de dias letivos, a Smed diz que os dias que não forem realizados serão compensados.


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