Economia
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2 de janeiro de 2024
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17:08

Relatório do Ministério da Fazenda evidencia exclusão da mulher no mercado de trabalho

 | Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
| Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Felipe Prestes

O Ministério da Fazenda divulgou no último dia 29 relatório que analisou dados do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) de 2021 e 2022. O levantamento, além de mostrar que 10% dos declarantes de Imposto de Renda concentram 51% da renda total do país em 2022, também trouxe dados sobre a desigualdade de gênero no país. 

De acordo com o estudo – que também utiliza dados do IBGE -, nas declarações de IRPF de 2021, os homens foram 56,8% dos declarantes e as mulheres 43,2%, enquanto os homens eram 48,3% da população em idade ativa e as mulheres 51,7%. Para o Ministério da Fazenda, estes números evidenciam que “a primeira desigualdade está na exclusão do mercado de trabalho”. 

 

Dados do relatório do Ministério da Fazenda | Fonte: Reprodução

O relatório aponta ainda que, mesmo sendo 43,2% do total de declarantes de IRPF em 2021, as mulheres tiveram apenas 37,2% da renda total. Além disto, o rendimento médio de homens no imposto de renda foi de R$146,8 mil ao ano, e o de mulheres foi de R$ 101,6 mil,  o que é 31,8% menor.

O estudo compara os dados do IRPF com os da PNAD Contínua, do IBGE, referentes ao segundo trimestre de 2022, que apontavam que as mulheres recebiam 21,4% a menos que os homens. Como a PNAD mostrou diferença menor que a do IRPF e ela investiga também a população isenta de IR, o Ministério da Fazenda concluiu que “a desigualdade de gênero em relação à renda tende a aumentar nos estratos mais elevados, em especial pelo aumento da participação de outros rendimentos não captados na PNAD, como os de ganhos de capital”. 

A desigualdade é maior ainda em relação à declaração de patrimônio (bens líquidos), em que as mulheres responderam por 29% do total declarado. Os homens declararam em média R$ 433,1 mil em patrimônio, enquanto as mulheres declararam R$ 233,9 mil –  46,1% a menos. 

 

Gráfico mostra que homens concentram mais renda nas faixas salariais mais altas | Foto: Reprodução



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