Cultura
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3 de dezembro de 2023
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17:54

Sala Redenção apresenta mostra de cinema dedicada a diretoras brasileiras

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Sul 21
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Cena do filme
Cena do filme "Trabalhar Cansa", que será exibido quarta-feira (6) às 19h. Foto: Gabriel Chiarasteli

Quais são os diretores considerados importantes para o cinema nacional? A partir dessa questão, a curadoria da Sala Redenção apresenta a última mostra do ano, em cartaz entre os dias 4 e 15 de dezembro. Intitulada “Além do Cânone”, a programação apresenta obras de realizadoras brasileiras, ao mesmo tempo em que questiona a composição de um cânone cinematográfico composto basicamente por homens.

Juliana Rojas, Flavia Castro, Suzana Amaral, Maya Da-Rin e Lúcia Murat são as diretoras homenageadas em “Além do Cânone”. A mostra reúne cinco longas-metragens produzidos pelas cineastas, entre 2008 e 2012, com o apoio da Agência Nacional do Cinema (Ancine).

Com este recorte, a programação procura não só problematizar a questão de gênero do cânone cinematográfico, mas também ressaltar a importância das leis de incentivo para a diversidade das produções audiovisuais brasileiras.

“Quando se constituiu a história do cinema, criou-se também uma mitologia. Cineastas e seus filmes foram escolhidos para fazer parte de uma série de narrativas que fundamentam a importância da sétima arte e, em seu papel fictício de deuses, guiam e inspiram os reles mortais a seguir seus passos. Quando falamos da trajetória cinematográfica brasileira, alguns diretores vêm à mente: Glauber, Bressane, Coutinho, Neville, Sganzerla, Mojica… Uma epítome de diretores que tornaram-se um modelo para o que o cinema brasileiro pode ser. São, portanto, esses realizadores que chamamos de cânone. Entretanto, quem entra para esse panteão?”, pergunta a curadoria da mostra.

A resposta procura afirmar que ir além do cânone torna-se indispensável a partir do momento em que a validação de quem seriam os “cineastas importantes” não é nem um pouco inclusiva.

“Por mais que o cânone seja uma importante porta de entrada, é isto que ele deve permanecer: um início. Existem muitos cinemas que existem fora dessa bolha de importância – e não é por isso que são piores. De fato, há seres muito mais interessantes nas mitologias além das grandes divindades”, pondera a curadoria.

Para ampliar o debate, a mostra apresenta um bate-papo na próxima quarta-feira (6), às 19h, com as críticas de cinema Daniela Strack e Juliana Costa, acompanhando a exibição do filme “Trabalhar Cansa”.

Todas as sessões contam com entrada franca. A Sala Redenção está localizada no campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333.

Programação:

Trabalhar cansa
(dir. Juliana Rojas, Marco Dutra | Brasil | 2011 | 99 min)

A jovem dona-de-casa Helena resolve realizar um desejo antigo e abrir seu primeiro empreendimento: um mini-mercado. Ela contrata a empregada doméstica Paula para tomar conta das tarefas do lar e de Vanessa, sua filha. Quando seu marido Otávio perde o emprego como gerente em uma grande corporação, as relações pessoais e de trabalho entre os três personagens sofrem uma inversão inesperada.

06 de dezembro | quarta-feira | 19h – Seguida de bate-papo com Daniela Strack e Juliana Costa
11 de dezembro | segunda-feira | 16h
15 de dezembro | sexta-feira | 16h

Diário de uma busca
(dir. Flavia Castro | Brasil | 2010 | 108 min)

Em outubro de 1984, Celso Castro, jornalista com uma longa história de militância de esquerda, é encontrado morto no apartamento de um ex-oficial nazista. A versão oficial da polícia era de que se tratava de uma tentativa de assalto seguida de suicídio. O episódio é o ponto de partida de Flavia, filha de Celso e diretora do filme, para reconstruir a história da vida e da morte do seu pai. As vozes imbricadas das cartas do jornalista e de sua filha constroem um retrato íntimo de uma relação marcada pelo exílio familiar e pela luta armada.

05 de dezembro | terça-feira | 16h
14 de dezembro | quinta-feira | 19h

Hotel Atlântico
(dir. Suzana Amaral | Brasil | 2009 | 107 min)

Um ator desempregado embarca numa viagem sem destino, um voo cego sem instrumentos. Durante a jornada, se depara com situações absurdas, contraditórias e inesperadas, sem relações de causa e efeito. Encontra pessoas bizarras, amores suspeitos e quase a morte. Sempre no fio da navalha, a realidade é apresentada como uma farsa e o absurdo da vida se instala, com eventos ocorrendo inesperadamente, muitas vezes sem explicações lógicas.

06 de dezembro | quarta-feira | 16h
08 de dezembro | sexta-feira | 19h

Terras
(dir. Maya Da-Rin | Brasil | 2009 | 75 min)

Na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, as cidades gêmeas Letícia e Tabatinga formam uma ilha urbana rodeada pela floresta amazônica. As delimitações de fronteira são muitas vezes encobertas pela densa vegetação tropical. Um lugar ritmado pelo fluxo constante de pessoas de origens diversas, onde culturas ancestrais e contemporâneas convivem lado a lado.

07 de dezembro | quinta-feira | 16h
11 de dezembro | segunda-feira | 19h

Maré, nossa história de amor
(dir. Lucia Murat | Brasil | 2008 | 105 min)

Adaptação livre de ‘Romeu e Julieta’ numa favela carioca. A favela da Maré, no Rio de Janeiro, é dividida pela briga pelo poder no tráfico de drogas. Jonatha e Analídia vivem em famílias rivais e se apaixonam ao se conhecerem no grupo de dança da comunidade, coordenado por Fernanda.

04 de dezembro | segunda-feira | 16h
08 de dezembro | sexta-feira | 16h
15 de dezembro | sexta-feira | 19h


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