Cultura
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6 de abril de 2023
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17:17

Casa de Cultura Mario Quintana recebe lançamento de coleção de moda e arte indígena

Por
Sul 21
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Foto: Divulgação/Monjuá
Foto: Divulgação/Monjuá

Na próxima terça-feira (11), acontece o lançamento da coleção Eclipse, da rede de lojas Monjuá, com estampas exclusivas criadas por artistas da comunidade Kógunh Mág do povo Kaingang de Canela, na Serra Gaúcha. O evento será realizado na Casa de Cultura Mario Quintana e conta com apoio do programa RS Criativo, da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac). A programação começa às 18h30 com um coquetel, seguido de exibição do fashion filme da coleção, e de um desfile de modelos indígenas Kaingang. Além disso, haverá confecção de artesanato Kaingang ao vivo e exposição de fotos sobre o processo criativo.

A coleção é parte do programa Monjuá + Povos Originários, que está em sua quarta edição, e possui sete modelos de peças de outono/inverno, entre camisas e moletons para todos os gêneros, calças, blusas e jaquetas femininas, e busca uma aproximação da moda sustentável. A maioria das peças são feitas em algodão e as estampas desenvolvidas “em muitas mãos” dentro da comunidade Kógunh Mág destacam a harmonia da união com o sol e a lua (Kamé e Kairú). A parceria busca aproximar e valorizar a cultura dos povos ancestrais. Monjuá vem do tupi-guarani e significa “ficar de boca aberta” ou “de queixo caído”, expressão que resgata o propósito de surpresa e de inspirar felicidade. Antes de adotar esta marca, em 2017, a empresa se chamava Três Passos, nome da cidade onde foi fundada, há 59 anos.

A primeira coleção foi denominada Vy’apa (Felicidade) e feita com ilustrações de indígenas de três aldeias Mbyá Guarani, da Barra do Ribeiro: Tekoá Guapoy (aldeia Figueira), Tekoá Yvy Poty (aldeia Flor da Terra) e Tekoá Mirim (aldeia Pequena). Depois, vieram as coleções Terra Original, assinada pela artista indígena Wanessa Ribeiro (de etnia guarani, e natural do Rio de Janeiro); e Proteção, com grafismos da artista visual Auá Mendes (indígena do povo Mura, do Amazonas). Assim, são desenvolvidas “coleções cápsulas” anuais em parceria com artistas indígenas que se envolvem em diferentes processos, desde a criação das estampas à direção de arte e fotografia para as campanhas.

“Esta parceria, surge para criarmos juntos uma coleção de roupas e acessórios com a cultura, imagem, desenhos e outros elementos das comunidades dos povos originários, que possam ser usados em roupas”, destaca o CEO da marca, Felipe Bender. “Esse é um trabalho importante, uma vez que essas aldeias e povo indígena possuem algo muito valioso, que são seus saberes milenares, transmitidos oralmente de geração em geração, por mais de 14 mil anos. Nossa marca vai contribuir com nossa missão e, em contrapartida, também queremos contribuir com as suas comunidades, através do retorno financeiro justo (definido de forma consensual) e da exposição positiva das comunidades”, completa. Bender destaca que tudo é feito e pensado de maneira conjunta. “Mantemos os grafismos e traços originais dos artistas, sem interferências, e, se for preciso qualquer interferência, são eles que autorizam onde e como será aplicada”, explica.


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