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10 de agosto de 2018
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18:48

Dia do Basta: Centrais sindicais marcham pelo Centro contra ataque aos direitos trabalhistas

Por
Sul 21
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Os manifestantes seguiram em caminhada pela Alberto Bins, subindo a avenida Borges de Medeiros, até o Palácio Piratini. Foto: Joana Berwanger/Sul21

Giovana Fleck

Por volta das 9h da manhã desta sexta-feira (10), gritos de “Basta!” tomaram conta da rua Alberto Bins, no Centro de Porto Alegre. “Basta de fecharem escolas! Basta de parcelarem os salários! Basta de sucateamento da saúde”, gritavam manifestantes em frente à Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS).

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O Dia Nacional de Mobilização, também chamado de Dia do Basta, foi convocado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) para denunciar políticas e iniciativas do governo Temer. Marcada por manifestações simultâneas em todo o país, a mobilização tinha o objetivo de exigir o fim do desemprego, do aumento do preço do gás de cozinha e dos combustíveis, da retirada de direitos da classe trabalhadora, das privatizações e da perseguição ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A manifestação mobilizou diversas centrais sindicais. Foto: Joana Berwanger/Sul21

Azenira Lazarotto saiu às 6h da manhã de Caxias do Sul. “Trouxe o frio junto comigo”, disse, rindo das rajadas de vento que sopravam com intensidade nas bandeiras e faixas. “Fiz questão de estar aqui porque temos que chamar atenção para esse desmonte. É uma política que não pode permanecer”, afirmou.

Os manifestantes seguiram em caminhada pela Alberto Bins, subindo a avenida Borges de Medeiros, em direção ao Palácio Piratini. “Alguém aí acha que o [José Ivo] Sartori (MDB) vai se reeleger?”, perguntaram representantes sindicais, em cima do caminhão de som. As falas se revezaram entre relatos das consequências da reforma trabalhista, aprovada há mais de um ano, e do aumento do desemprego, que já atinge mais de 13 milhões de brasileiros. “Eu falo por todos os estudantes que sentem medo de não conseguir trabalho: chega de governos que prejudicam os trabalhadores!”, disse uma das manifestantes.

Em frente ao Piratini, a presidente do Centro dos Professores do Estado do RS (Cpers-Sindicato), Helenir Aguiar Schürer, falou em nome dos trabalhadores presentes. Helenir iniciou pedindo um basta ao sofrimento dos servidores públicos em relação ao parcelamento dos salários e à ausência de reajustes. “Não é mais possível que um projeto que ataque os servidores continue”.

A manifestação seguiu pela Borges de Medeiros em direção à Avenida Praia de Belas, onde um ato de encerramento ocorreu em frente ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS). Foto: Joana Berwanger/Sul21

Sandra Galli de Lema se aquecia com as mãos enroladas em uma bandeira do Cpers enquanto acompanhava o ato. Professora há 35 anos, ela conta que passou a se organizar em torno de uma rotina de endividamentos, renegociações e visitas ao banco desde que seu salário começou a ser parcelado – há 32 meses. “Isso tudo para poder continuar dando aula na rede pública. Para poder fazer o nosso trabalho”. Quando perguntada sobre o motivo de estar participando do Dia do Basta, ela resume: “A educação não pode continuar assim”.

A manifestação seguiu pela Borges de Medeiros em direção à Avenida Praia de Belas, onde um ato de encerramento ocorreu em frente ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS). No local, os manifestantes reiteraram que não irão suportar por mais quatro anos as políticas adotadas nas gestões atuais nas esferas federal, estadual e municipal, convidando os funcionários da Justiça para integrar a mobilização. “Precisamos da Justiça do Trabalho do nosso lado. Os interesses da classe trabalhadora tem que ser defendidos. São direitos sociais, precisamos pensar nisso nesse ano eleitoral”, pontuou o diretor do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do RS (Sinpro/RS), Amarildo Cenci.

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Foto: Joana Berwanger/Sul21
Foto: Joana Berwanger/Sul21
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