Representantes de entidades sindicais, partidos políticos e movimentos sociais realizaram nesta quinta-feira (23) o “Ato contra o golpismo midiático”. O ato foi realizado no auditório Wladimir Herzog do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e teve início por volta das 19h. Segundo relato de Renato Rovai, editor da Revista Fórum e um dos organizadores do evento, centenas de pessoas estiveram presentes no auditório e uma parte fora dele devido à superlotação.
Altamiro Borges, do Centro de Estudos Barão de Itararé – entidade organizadora do ato, leu documento “Pela ampla liberdade de imprensa no Brasil” em que fala sobre as intenções de quem organizou o ato. ”Neste ato, não queremos apenas desmascarar o golpismo midiático, o jogo sujo e pesado de um setor da imprensa brasileira. Queremos também contribuir na luta em defesa da democracia. Esta passa, mais do que nunca, pela democratização dos meios de comunicação”. O texto lembrou ainda que em países como os Estados Unidos “adotam medidas para o setor”. Altamiro Borges propôs também ações concretas: iniciar campanha de solidariedade à revista Carta Capital, “que está sendo alvo de investida recente de intimidação” e deflagrar campanha nacional que apoie a disseminação da banda larga no país.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo José Augusto Camargo também leu nota, intitulada “Em defesa dos jornalistas, da ética e do direito à informação”. “É legítimo – e desejável – que as direções das empresas jornalísticas explicitem suas opções políticas, partidárias e eleitorais. O que é inaceitável é que o façam também fora dos espaços editoriais. Distorcer, selecionar, divulgar opiniões como se fossem fatos não é exercer o jornalismo, mas, sim, manipular o noticiário cotidiano segundo interesses outros que não os de informar com veracidade”, diz trecho do texto.
Participaram da mesa representantes da CUT, CTB, CGTB, Nova Central Sindical, MST, Altercom, Barão de Itararé, Sindicato dos Jornalistas, PDT, PCdoB e PSB. Pelo PSB quem falou foi a ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina. A socialista foi “a mais aplaudida da noite”, segundo Renato Rovai, e sua fala fechou evento. “Eles (veículos de imprensa) não têm mais o controle dos meios de comunicação como tinham antes. A sociedade civil e as entidades democráticas deste país conquistaram e realizaram a I Conferência Nacional de Comunicação Social. A partir daí, não tem mais retrocesso. O controle público terá que acontecer. Eles não são proprietários destes meios. A sociedade é que é proprietária destes meios”, declarou Erundina.