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2 de março de 2017
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18:21

Grupos do Condomínio Cênico do Hospital São Pedro acionam Ministério Público

Por
Sul 21
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Reunião contou com presença de representantes dos grupos de teatro e do deputado Pedro Ruas | Foto: Daniel Blasius/Divulgação

Da Redação

Os grupos de teatro do Condomínio Cênico do Hospital São Pedro encaminharam nesta quarta-feira (1º) uma representação ao Ministério Público pedindo uma solução para o impasse que dura desde novembro do ano passado. Na época, o grupo Falos & Stercus – um dos cinco a ocupar o espaço do São Pedro – foi proibido de realizar um espetáculo no local, apesar de ter autorização prévia da Secretaria Estadual da Cultura para tal e o espaço, ocupado por eles há 16 anos, foi interditado pela Secretaria de Saúde, que diz pretender retomar a área. 

A audiência junto ao procurador César Faccioli foi marcada pelo deputado Pedro Ruas (PSOL). No documento entregue, os grupos citam a situação que garantiu a ocupação do espaço dos pavilhões 5 e 6 do Hospital Psiquiátrico São Pedro desde 2002. Apesar de pertenceram à Secretaria Estadual de Saúde, os edifícios históricos, que nunca foram utilizados para internação de pacientes, foram cedidos à Secretaria da Cultura. No início do ano passado, depois de uma nova polêmica sobre a permanência dos grupos no local, as duas pastas entraram em acordo e a Saúde aceitou passar todos os seis pavilhões da parte antiga do São Pedro para a Cultura. Em novembro, entretanto, a decisão que nunca foi assinada, acabou sendo revogada.

O espetáculo do Falos & Stercus foi barrado com a justificativa de uma vistoria que teria concluído que o edifício não oferecia condições estruturais, nem Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI). No momento da vistoria, o representante da Secretaria de Saúde chegou a tentar agredir fisicamente um dos atores que filmava a ação.

Sem local para ensaiar desde então, os grupos Neelic, Oigalê, Povo da Rua, Caixa Preta e o próprio Falos aguardam uma decisão das Secretarias para definir o futuro do Condomínio. Em fevereiro, os atores contaram à reportagem do Sul21 que desde novembro eles têm acesso restrito ao local, podendo apenas retirar materiais guardados ali, mas sem recolocá-los nas salas.

“A gente sempre cumpriu com nosso retorno social, nosso retorno de interesse público. (…) A gente quer trazer uma discussão para a sociedade do uso público desses prédios. São 16 anos que os grupos trabalharam aqui, com projetos próprios, com seus próprios orçamentos, mantiveram o espaço e o retorno de interesse público contínuo. A gente nunca pode fotografar muito ou publicar, mas temos as apresentações que fazíamos para os internos do Hospital, tudo registrado”, disse na época Alessandra Carvalho, do grupo Povo da Rua.

Segundo Ruas, “o tema está muito bem encaminhado, junto à Promotoria da Ordem Urbanística” e com o MP. “Temos que tentar viabilizar os movimentos culturais, um setor que já atua sem recursos e que nos oferece a possibilidade de aprender e desenvolver nosso intelecto”, afirmou o parlamentar”, declarou ainda o deputado.


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