Rachel Duarte
A permanência de Ibsen Pinheiro no comando do PMDB gaúcho até dezembro — atendendo ao apelo unânime dos correligionários nesta quinta-feira (01/03) — não muda o cenário de divergências internas no partido sobre manter apoio ao governo de José Fortunati ou lançar candidatura própria nesta eleição. Ibsen será procurado pelo presidente municipal do PMDB, o vereador Sebastião Melo nesta sexta-feira (2). “Eu vou dizer para ele (Ibsen) que, como capital, Porto Alegre merece tratamento especialíssimo. Vou sugerir que ele chame os diretórios dos principais colégios eleitorais e cada um fará o relato sobre onde temos acordo, onde não temos e porque não temos”, disse.
A busca por consenso se dará no processo de conversas entre os diretórios municipal e estadual, principais lideranças do partido e demais interessados no debate. O presidente Sebastião Melo disse que foi sugerida na reunião desta quinta a criação da comissão especial que irá coordenar este diálogo. “Temos que separar a eleição caso a caso, sabendo que sempre a autonomia será dos diretórios municipais. Existem posições diferentes dentro do partido, mas isso é natural. Claro que temos interesses pessoais e coletivos, isso é natural da política e dos seres humanos”, falou.
Logo após o anúncio de sua decisão de permanecer, Ibsen Pinheiro afirmou que, a partir de agora, assume imediatamente o papel de cabo eleitoral número 1 do PMDB no pleito de 2012. Também disse que a legenda é a única com forte capacidade transformadora. “Unidade se faz inevitavelmente pela unificação de conceito em pontos fundamentais”, declarou. E arrematou: “O desafio está aceito por todos nós”.
O presidente municipal defende que o debate sobre as eleições não deve ser feito com fundamentalismos. “Existem duas teses. Um grupo terá que convencer o outro. Eu não quero ser signatário do rompimento do acordo que fizemos com o governo que elegemos”, salientou sobre a hipótese da candidaturar própria do PMDB em Porto Alegre.
Com os diálogos já iniciados entre o PMDB e os demais partidos de oposição ao governo estadual (PP, PSDB,PPS,DEM) para formar um bloco nesta eleição, Sebastião Melo diz que até agora não há garantia nenhuma. “Quem são os aliados? Temos garantias deles? Não podemos ser candidatos de oposição ao governo que ganhamos. Os companheiros que dizem que não vale o acordo (com o PDT) se baseiam no convite do Fortunati para o apoio do PT. Mas, isso não é motivo de rompermos agora. Foi uma derrapada política. Todos cometem”, avalia.
Caso não saia um consenso em tempo hábil para o PMDB escolher qual caminho tomar, a sugestão do diretório municipal do PMDB será de tirar um indicativo por meio de uma pré-convenção. “Estamos prontos para começar a conversar o quanto antes. O fórum de decisão é Porto Alegre, mas, a discussão não tem limite. Pode entrar a nacional, enfim, quem quiser”, disse.
