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11 de novembro de 2010
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12:49

Começa o G20 na Coreia do Sul

Por
Sul 21
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Jorge Seadi

Os dirigentes das vinte maiores economias do mundo estão reunidos, a partir de hoje, em Seul, capital da Coreia do Sul, para tratar da “guerra cambial” e da crise econômica que ainda atinge grandes economias como a americana. Esta é a quinta reunião dos principais dirigentes mundiais depois da crise econômica mundial de 2008.

O Brasil está representado pelo presidente Lula e pela presidente eleita Dilma Rousseff, além de auxiliares diretos como o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O encontro dos presidentes termina amanhã.

Até um mês, atrás o grande tema da reunião do G20 seria o de encontrar a melhor maneira de planejar a reforma financeira mundial, mas o prato principal mudou. Nestes dois dias, os presidentes vão discutir uma “guerra cambial” para a qual não há previsão de consenso.

A “guerra cambial” é a decisão unilateral dos países em desvalorizar suas moedas artificialmente. Com esta medida, os produtos ganham competitividade para serem exportados, movimentando o mercado interno. É uma medida que prejudica  principalmente, mercados emergentes como o Brasil, com taxas de juros altas, atrativas para o investidor especulativo. Com a entrada de divisas estrangeiras, a moeda local se valoriza e fica dificil exportar. A única maneira de combater esta política é ter um mercado interno com consumo em alta.

Segundo especialistas, a China está com sua moeda 40% desvalorizada artificialmente, o que dá aos produtos chineses um valor de mercado irreal, mas aumenta as exportações e empurra a crise para outras economias. Alguns países asiáticos praticam a mesma medida usando a China como exemplo. O Japão, uma das maiores economias do mundo, está seguindo a mesma tática com o objetivo de proteger sua economia que passa por um período de desestabilização.

Já Estados Unidos e Inglaterra praticam outra tática: colocam dinheiro no mercado, o que produz o mesmo efeito, desvalorizando a moeda local e fortalecendo as exportações. Recentemente o governo americano anunciou a compra de US$ 600 bilhões em títulos do Tesouro injetando dinheiro no mercado. Houve reclamações sobre medida, inclusive do Brasil. O presidente Obama defendeu a ação dizendo que “assim a economia americana volta a crescer e isto será bom para a economia mundial”.

Até o momento  o Banco Central da União Europeia manifestou sua intenção não mexer no euro. Os dirigentes da UE dizem que mexer com a moeda, artificialmente, provoca distorções no mercado. Mas se a inflação aumentar como consequência desta política distorcida, a União Européia e outros países vão ser obrigados a tomar medidas.

Analistas não acreditam que o G20 termine amanhã com um acordo global. Por isso, o Banco Mundial fez uma proposta de colocar o ouro como padrão cambial em um novo sistema monetário que incluiria o dólar, o euro, a libra esterlina,o yen e o yuan. E, segundo os mesmos analistas, se os países não encontrarem uma solução boa para todos “as medidas protecionistas vão aumentar e países emergentes como China e Brasil vão sofrer duplamente: com entrada forte de capital estrangeiro e com dificuldades de exportação”.

O assunto inicial — a reforma do sistema financeiro mundial — fica para depois.

Com informações do ABC


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