Da Redação*
Em mensagem à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), mostrou-se indignado com a notícia de que Jair Bolsonaro está atuando pessoalmente na convocação dos atos de 15 de março, que pede o fechamento do Congresso e da corte, e apontou os crimes de responsabilidade que o presidente teria cometido, caso se confirme a ação.
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“O presidente da República, qualquer que ele seja, embora possa muito, não pode tudo, pois lhe é vedado, sob pena de incidir em crime de responsabilidade, transgredir a supremacia político-jurídica da Constituição e das leis da República”, afirmou o ministro.
Para o decano, caso confirmada, a convocação de apoiadores contra o Congresso e o STF revela “a face sombria de um presidente da República que desconhece o valor da ordem constitucional, que ignora o sentido fundamental da separação de Poderes, que demonstra uma visão indigna de quem não está à altura do altíssimo cargo que exerce e cujo ato de inequívoca hostilidade aos demais Poderes da República traduz gesto de ominoso desapreço e de inaceitável degradação do princípio democrático!”
Pouco antes das 10h desta quarta, Bolsonaro se posicionou sobre o assunto. Ele não negou o envio de um vídeo convocando para o ato, mas disse que a interpretação dada ao caso é “tentativa rasteia de tumultuar a República”. “Tenho 35Mi de seguidores em minhas mídias sociais, c/ notícias não divulgadas por parte da imprensa tradicional. No Whatsapp, algumas dezenas de amigos onde trocamos mensagens de cunho pessoal. Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República”, escreveu em seu perfil no Twitter.
Tenho 35Mi de seguidores em minhas mídias sociais, c/ notícias não divulgadas por parte da imprensa tradicional. No Whatsapp, algumas dezenas de amigos onde trocamos mensagens de cunho pessoal. Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 26, 2020
*Com informações da Revista Fórum