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13 de abril de 2016
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19:15

Governo insiste em votos dissidentes de deputados de PMDB, PSD e PP

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Sul 21
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Governo insiste em votos dissidentes de deputados de PMDB, PSD e PP
Governo insiste em votos dissidentes de deputados de PMDB, PSD e PP
Tarefa conta com o empenho dos ministros da articulação política Ricardo Berzoini e Jaques Wagner. REPRODUÇÃO/EBC
Tarefa conta com o empenho dos ministros da articulação política Ricardo Berzoini e Jaques Wagner. REPRODUÇÃO/EBC

Hylda Cavalcanti

Da RBA

Depois de um dia difícil na busca de votos para derrubar o processo de impeachment, o governo segue tentando, nesta quarta (13), conquistar o maior número de votos em separado por parte de deputados que ainda não se posicionaram. Uma das expectativas dos articuladores do Palácio do Planalto diz respeito à chamada ala governista do PMDB, que ainda tem deputados resistentes a uma posição contra o afastamento da presidenta Dilma Rousseff – mesmo depois da decisão oficial do partido de rompimento com o Executivo. Outra estratégia está voltada para a conquista de dissidentes do PSD.

A tarefa é difícil, mas conta com o empenho dos ministros da articulação política Jaques Wagner (chefe do gabinete da Presidência) e Ricardo Berzoini (secretário de Governo) que mantém contatos com esses parlamentares. E também reuniões com o líder da PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ).

Picciani se diz formalmente contrário ao impeachment. Mas seu pai, o deputado estadual fluminense Jorge Picciani, se posicionou favorável. Os comentários entre líderes da base aliada que trabalham na busca por votos um a um é de que o líder peemedebista aguarda reunião da executiva nacional para, no caso de se posicionar pelo impeachment, ter como justificativa a dar ao Planalto o fato de ter sido uma decisão fechada, com direito a punição aos seus integrantes.

Tudo porque há dúvidas se ele conseguirá dar os mais de 20 votos de peemedebistas que prometeu ao governo. “A palavra de ordem é buscarmos nós mesmos os votos que faltam para barrar o impeachment, deixando de lado a liderança (do PMDB). “Ele (Picciani) não é confiável, mas nesse processo cada dia tem sua agonia”, afirmou um senador, que desde segunda-feira tem se dedicado mais à Câmara do que ao Senado, para ajudar nas negociações.

No caso do PSD, a avaliação de muitos deputados é de que o partido do atual ministro das Cidades, Gilberto Kassab, tem a maioria dos integrantes favoráveis ao impeachment, mas possui divergências que podem ajudar em votos para o governo. Segundo informações dos responsáveis por essas articulações, outros encontros estão sendo realizados com alguns integrantes do PP, partido que já se posicionou pelo impeachment e tem seis votos divergentes, que serão favoráveis ao Executivo, inclusive com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Movimentações de amanhã

“Tudo dependerá de como forem observadas as movimentações sobre os votos da amanhã em diante”, afirmou o cientista político Alexandre Ramalho, da Universidade de Brasília (UnB). Para ele, o governo ainda pode reverter o quadro. “Mas se a tendência continuar sendo de debandada dos partidos da base, como foi observado até ontem, e o governo não conseguir conquistar dissidências, o apoio ao afastamento de Dilma aumentará de forma natural e geométrica”, acrescentou.

No plenário da Câmara e no Salão Verde, a estratégia de muitos parlamentares é conscientizar a população com o discurso de ameaças à democracia. O deputado Paulo Teixeira (PT-SP), vice-líder do governo na Casa, fez um discurso no qual afirmou que o país está vivendo uma conjuntura “de efervescência política em que se erguem bandeiras de ruptura democrática”.

“Sob o princípio da liberdade de expressão consagrado pela própria democracia difundem-se discursos que transbordam até mesmo a moral conservadora e o liberalismo econômico”, disse o parlamentar. “O discurso golpista parece aliar-se a manifestações que beiram o fascismo, exalam o ódio e mostram a face mais cruel do preconceito e da perseguição política.”


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