Da Redação
Em entrevista ao jornalista José Datena, da Rede Bandeirantes, nesta sexta-feira (23), Michel Temer (PMDB) diz que seu governo “vai desbaratar o crime organizado”. A afirmação veio acompanhada da afirmação sobre criação de um Ministério Extraordinário de Segurança Pública, anunciado no início do mês. “Com isso, teremos a possibilidade de coordenar a segurança em cada estado, unificar os serviços de inteligência, criar a guarda nacional”.
A segurança é a pauta principal do emedebista com o apresentador conhecido por conduzir programas policiais na televisão. “Neste momento, a segurança pública é a nossa pauta prioritária, mas o sucesso depende do apoio de todos: sociedade civil, Justiça e Ministério Público. Tenho a absoluta convicção de que a intervenção na segurança dará certo e o Rio de Janeiro servirá de modelo para o País”, afirmou Temer.
Esta semana, um dos marqueteiros que se reuniu com Temer para discutir estratégias de propaganda sobre a intervenção militar no Rio de Janeiro, afirmou ao jornal O Globo que ele pretendia utilizar a ação em sua campanha para presidência em outubro. O Planalto negou que a presença do Exército no Rio vise as eleições, mas não negou que Temer seja candidato.
Segundo o jornal Correio Braziliense, na terça-feira (20), depois da Câmara dos Deputados apoiar a intervenção na capital carioca, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC), que já se apresenta como pré-candidato, afirmou: “Temer já roubou muita coisa aqui, mas o meu discurso ele não vai roubar, não (…) É uma intervenção política que ele está fazendo. Ele agora está sentado, lá não sei aonde, tranquilo, deitado. Se der certo, eu vou torcer para que dê certo, glória dele. Se der errado, joga a responsabilidade no colo das Forças Armadas”.
Em breve, vou anunciar o Ministério Extraordinário da Segurança Pública e, com isso, teremos a possibilidade de coordenar a segurança em cada estado, unificar os serviços de inteligência, criar a guarda nacional. Vamos desbaratar o crime organizado. pic.twitter.com/mqP2n5mqCz
— Michel Temer (@MichelTemer) February 23, 2018
Em setembro do ano passado, o mesmo Temer foi denunciado pelo então Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) como “chefe de organização criminosa”. Ele se referia a esquemas de desvios de recursos e obstrução de investigação sobre o grupo do PMDB na Câmara, que teriam iniciado em 2006 e seguiram.
“Desde meados de 2006 até os dias atuais, Michel Temer, Eduardo Cunha, Henrique Alves, Geddel Vieira Lima, Rodrigo Loures, Eliseu Padilha e Moreira Franco, na qualidade de membros do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), com vontade livre e consciente, de forma estável, profissionalizada, preordenada, com estrutura definida e com repartição de tarefas, agregaram-se ao núcleo político de organização criminosa para cometimento de uma miríade de delitos, em especial contra a Administração Pública, inclusive a Câmara dos Deputados”, afirmava a denúncia, de acordo com a Reuters.
No domingo (18), o próprio Datena também afirmou que pode ser um nome para as eleições.
Se o Huck diz que não está saindo do cenário, eu digo que estou apenas entrando!
— Datena (@DatenaOficial) February 18, 2018