Coronavírus
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6 de janeiro de 2023
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11:50

Covid-19: Apesar de recomendação, dose de reforço em crianças ainda não tem previsão no RS

Por
Luciano Velleda
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Ministério da Saúde ressalta que estudos mostram que a terceira dose aumenta em seis vezes o número de anticorpos nas crianças. Foto: Luiza Castro/Sul21
Ministério da Saúde ressalta que estudos mostram que a terceira dose aumenta em seis vezes o número de anticorpos nas crianças. Foto: Luiza Castro/Sul21

A dose de reforço da vacina de covid-19 em crianças de 5 a 11 anos, recomendada na última quarta-feira (4) pelo Ministério da Saúde, ainda não tem previsão de começar a ser aplicada no Rio Grande do Sul. O motivo é a falta de doses suficientes.

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) explica aguardar a remessa de vacinas pelo governo federal e diz que fará a divulgação da dose de reforço (terceira dose) para as crianças dessa faixa etária assim que receber o imunizante.

“Por enquanto, a Secretaria está promovendo um levantamento junto aos municípios para verificar quantas doses foram distribuídas, que não tenham sido utilizadas. Mas não temos estoque de doses para crianças, por isso não há como lançar uma demanda, sem ter o imunizante”, afirma a SES.

A situação em Porto Alegre é semelhante. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS), por sua vez, informa aguardar o envio de novas doses pela Secretaria Estadual da Saúde. De acordo com órgão, os estoques da vacina na Capital estão baixos e não possibilitam a aplicação da dose de reforço em crianças.

Ao recomendar a dose de reforço para todas as crianças entre 5 e 11 anos, a nova gestão do Ministério da Saúde justificou que a orientação considera todos os estudos científicos que apontam para o aumento da proteção com a dose complementar.

Nesta sexta-feira (6), a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, anunciou que a pasta está em negociação com a Pfizer para adiantar a entrega de vacinas pediátricas. “Recebemos o ministério com um desabastecimento de vacinas pediátricas”, afirmou.

De acordo com o ministério, cerca de 3,2 milhões de vacinas para crianças de 6 meses a 4 anos, com previsão de entrega para o fim de janeiro, estão em negociação para adiantamento da carga. No mesmo sentido, há a expectativa de que mais de 4 milhões de vacinas para crianças de 5 a 11 anos também podem ser entregues mais cedo.

O intervalo entre a segunda dose e o reforço deverá ser a partir de quatro meses. A imunização complementar, para as crianças que tomaram a primeira e a segunda dose da Pfizer ou da CoronaVac, deve ser feita com a vacina pediátrica da Pfizer.

O Ministério da Saúde explica que para a análise da recomendação da dose de reforço para esse público, entre outros critérios, foi observado o aumento dos níveis de anticorpos depois da aplicação da dose complementar. No estudo clínico, as crianças avaliadas apresentaram aumento de seis vezes no número de anticorpos após a dose de reforço. Em outra sub análise, o reforço da vacina da Pfizer se mostrou eficaz contra a variante Ômicron, com aumento de 36 vezes na produção de anticorpos nessa faixa etária.

“Esses resultados mostram a importância de completar o ciclo vacinal contra a covid-19, para garantir que os imunizantes atinjam a eficácia completa e protejam contra casos graves e mortes pela doença”, afirma, em nota, o Ministério da Saúde. A pasta destaca que mesmo quem perdeu o prazo recomendado, deve procurar um posto de vacinação.

O ministério também recomenda a administração simultânea de vacinas da covid-19 com os outros imunizantes do calendário vacinal para proteger as crianças contra outras doenças.


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