Saúde
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3 de maio de 2023
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09:56

Médicos do IPE-Saúde decidem estender paralisação ao menos até 23 de maio

Por
Luís Gomes
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Presidente do Simers, Marcos Rovinski, conduziu a assembleia desta terça | Foto: Divulgação
Presidente do Simers, Marcos Rovinski, conduziu a assembleia desta terça | Foto: Divulgação

Os médicos credenciados ao Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do RS (IPE-Saúde) decidiram em assembleia realizada na noite desta terça-feira (2), no auditório do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), estender até o dia 23 de maio a paralisação de atendimentos pelo plano de saúde dos servidores estaduais. O decisão teve apoio de 85% dos médicos que participaram da assembleia, presencialmente ou por meio virtual.

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Uma nova assembleia está prevista para o dia 23 e, caso não haja alteração do quadro que motive o fim da paralisação, os médicos credenciados irão votar se decidem pelo licenciamento temporário de 30, 60 ou 90 dias. A paralisação iniciou no dia 10 de abril e cobra a atualização na tabela de valores pagos à categoria por consultas e procedimentos pelo IPE, que estão congelados há 12 anos.

“Acreditamos na autonomia do profissional e estamos disponíveis para auxiliar tanto no licenciamento temporário quanto, até mesmo, no descredenciamento. Queremos que haja o bom senso do governo e que ele seja célere nas propostas, pois esse é um movimento sério dos médicos, na busca do reconhecimento à altura do trabalho realizado”, destacou o presidente do Simers, Marcos Rovinski.

Em 17 de abril, o governador Eduardo Leite (PSDB) detalhou a aliados uma proposta inicial de reestruturação do IPE. O primeiro pilar da proposta é o de auditoria e regulação, relativo à capacidade do plano de realizar contratações de profissionais, uso de tecnologia e redimensionamento de credenciados. O governo sugere ainda ampliar a negociação dos créditos a receber do plano junto ao Estado e a implantação de novas tabelas de remuneração para os profissionais e instituições credenciadas, buscando qualificar o atendimento e reajustando consultas, visitas hospitalares e procedimentos médicos.

O último eixo envolve o financiamento do IPE. O plano apresentado visa a manutenção do princípio da paridade entre Estado e servidores, com aumento da contribuição patronal, havendo aumento do valor pago pelo segurado, a contribuição de dependentes e a consideração da faixa etária dos segurados como elemento limitador para as mensalidades. Isso ampliaria a alíquota dos titulares de 3,1% para 3,6% e a alíquota do Estado no mesmo patamar. O valor acrescido por dependente seria um percentual definido a partir do valor de referência do titular do plano, conforme a idade do dependente.

O governo sinalizou que as mudanças no modelo de arrecadação do IPE permitiriam aumentar o repasse aos médicos em R$ 140 milhões. Na assembleia desta terça, Rovinski afirmou que a categoria considera o valor insuficiente para contemplar as necessidades de reposição.


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