Política
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29 de julho de 2023
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15:18

Bolsonaro investiu R$ 17 mi enquanto recebia quantia equivalente via Pix, aponta Coaf

Jair Bolsonaro. Foto: Tênia Rego/Agência Brasil
Jair Bolsonaro. Foto: Tênia Rego/Agência Brasil

Do Brasil de Fato

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou que o ex-presidente Jair Bolsonaro investiu R$ 17 milhões em renda fixa. A quantia é equivalente ao que o ex-presidente recebeu por Pix no primeiro semestre de 2023.

Segundo o Coaf, os títulos de investimento escolhidos por Bolsonaro foram Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Recibo de Depósito Bancário (RDB). O conteúdo do relatório feito pelo órgão de controle financeiro sobre o ex-presidente foi divulgado neste sábado (29) pelo jornal O Globo.

O valor milionário que caiu na conta de Bolsonaro entrou por meio de 769 mil transações feitas via Pix ao longo deste ano, até o dia 4 de julho. Ao todo, o ex-mandatário movimentou quase R$ 18,5 milhões.

O Coaf chamou a movimentação de “atípica” e avaliou que ela pode ter relação com doações feitas a partir de uma campanha organizada por apoiadores nas redes sociais. Aliados do ex-presidente alegavam que o dinheiro seria usado no pagamento de multas.

Mesmo assim, uma dívida de Bolsonaro de quase R$ 1 milhão ainda não foi paga. A sanção foi aplicada pelo estado de São Paulo, em função do descumprimento de normas sanitárias durante a pandemia da covid-19.

O ex-presidente afirmou em 29 de junho que já havia arrecadado recursos suficientes para pagar as multas aplicadas, além de futuras novas punições, mas não tornou públicos os valores arrecadados na campanha.

A defesa de Bolsonaro declarou que o dinheiro tem origem lícita e classificou o episódio como “inaceitável e criminosa violação de sigilo bancário”.

O Coaf também apontou movimentação “atípica” e “incompatível” nas contas bancárias do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. No total, Cid movimentou R$ 3,2 milhões em sete meses, entre 26 de junho de 2022 e 25 de janeiro de 2023. A informação também foi revelada pelo jornal O Globo.

De acordo com o relatório, há indícios de “movimentação de recursos incompatível com o patrimônio, atividade econômica ou a ocupação profissional e capacidade financeira do cliente” e “transferências unilaterais que, pela habitualidade e valor ou forma, não se justificam ou apresentam atipicidade”.

Após a divulgação do relatório, a CPMI do 8 de janeiro deve investigar as movimentações financeiras atípicas de Cid, com o objetivo de saber se há relação entre as transações e o financiamento dos atos golpistas alvos do colegiado.


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