Política
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22 de junho de 2022
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10:00

Após prometer botar a ‘cara no fogo’ por Ribeiro, Bolsonaro diz que ele responde por seus atos

Por
Sul 21
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Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou na manhã desta quarta-feira (22) a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos.

Em entrevista à rádio Itatiaia, de Minas Gerais, Bolsonaro tratou de se afastar do ministro. “Isso aqui, se tem prisão, é Polícia Federal, é sinal de que a Polícia Federal está agindo. Ele responda pelos atos dele. Peço a Deus que não tenha problema nenhum. Mas, se tem algum problema, a PF está agindo, está investigando, é um sinal que eu não interfiro na PF, porque isso aí vai respingar em mim, obviamente”, disse.

Contudo, em março, logo após as denúncias contra o ministro virem à tona, Bolsonaro saiu em defesa de Ribeiro. “O Milton, coisa rara de eu falar aqui, eu boto minha cara no fogo pelo Milton, minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia com ele”, disse, na ocasião.

As investigações sobre o ex-ministro e os pastores teve como ponta de partido o áudio gravado de uma reunião do MEC e divulgado pela imprensa em março. No áudio, Milton Ribeiro fala sobre o orçamento da pasta, cortes de recursos da educação e a liberação de dinheiro para obras de creches, escolas, quadras ou para compra de equipamentos de tecnologia. “Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, diz o ministro na conversa.

Inicialmente, Ribeiro disse, em nota, não haver nenhum tipo de favorecimento na distribuição de verbas da pasta. Segundo o ministro, a alocação de recursos federais segue a legislação orçamentária. “Não há nenhuma possibilidade de o ministro determinar alocação de recursos para favorecer ou desfavorecer qualquer município ou estado”, diz o ministro na nota.

Contudo, no dia 28 de março, ele pediu exoneração do cargo quando já estava sob investigação do Supremo Tribunal Federal e da Polícia Federal. E, em depoimento à PF em abril, Ribeiro confirmou que o presidente Bolsonaro pediu que ele recebesse um dos pastores suspeitos de atuar pela liberação de recursos do (Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação) dentro do MEC.


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