Política
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6 de setembro de 2021
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16:30

BM pode abrir sindicância para apurar participação de policiais em atos de 7 de setembro

Por
Sul 21
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Foto: Brigada Militar/Divulgação
Foto: Brigada Militar/Divulgação

O comando da Brigada Militar (BM) divulgou no final de semana uma nota a respeito da participação de policiais militares em atos convocados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro para o dia 7 de setembro.

A nota ressalta que é proibida a participação de policiais em serviço em atos políticos e partidários e que mesmo no caso de participarem em dias de folga ou fora do serviço serão apuradas as condições da participação e, se necessário, poderá ser aberta sindicância para investigar a conduta.

“Até o momento, a Brigada Militar identificou casos isolados de militares estaduais que compartilharam, em suas redes sociais, mensagens alusivas aos protestos. Os casos serão apurados internamente e podem resultar em punições para os envolvidos”, diz a nota.

A declaração foi emitida em resposta a reportagens publicadas nos últimos dias a respeito da participação de policiais militares na organização de atos que ocorrerão pelo País nesta terça-feira. No último sábado (4), o jornal O Globo publicou um levantamento feito com os 26 governos estaduais e o governo do Distrito Federal mostrando que oito governadores têm intenção de punir oficiais e praças que participarem da manifestação.

Nesta segunda-feira (6), GaúchaZH publicou uma matéria informando que ao menos um coronel da BM está participando ativamente na convocação dos atos desta terça. Diz ainda que, dos 114 oficiais da BM, seis deles fazem ou já fizeram manifestações ideológicas ou curtiram páginas de lideranças políticas. Contudo, cinco desses oficiais não fizeram manifestações relacionadas aos atos.

Pesquisa Atlas divulgada nesta segunda aponta que 30% dos policiais militares entrevistados disseram que irão participar com certeza de manifestações desta terça, enquanto apenas 18% dos entrevistados em geral disseram que iriam participar. A pesquisa também apontou que 36% dos policiais militares defendem a instalação de uma ditadura no Brasil, enquanto o apoio a um golpe é de 12% entre a população geral.

A nota da Brigada Militar diz ainda que os policiais têm direito a professar a sua ideologia como qualquer cidadão, mas ressalva que isso não pode extrapolar sua atuação profissional, direta ou indiretamente.

“A Brigada Militar é uma instituição de Estado, com atribuições definidas pelas Constituições Federal e Estadual, com as quais têm compromisso irrestrito e inegociável, e que ostenta a disciplina como valor institucional basilar. Não cabe, portanto, aos policiais militares da ativa externarem tendências partidárias que possam de qualquer forma ser vinculadas ao exercício das suas funções públicas, sob pena de comprometer a imparcialidade exigida pela corporação para o exercício das suas atribuições constitucionais”, diz a nota.


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