Cinco feiras ecológicas de Porto Alegre/RS decidiram se reunir para tratar a educação ambiental da questão dos resíduos sólidos domiciliares. A iniciativa, prevista para durar ao menos por um ano, será lançada durante a Semana da Compostagem (01 a 07/05/22) com ações presenciais acontecendo simultaneamente nas unidades de feiras participantes.
O principal objetivo é sensibilizar os frequentadores destes espaços estimulando a adoção de práticas em suas residências que otimizem a gestão dos resíduos sólidos domiciliares. Com isso fazer com o que for reciclável chegue em melhores condições nas Unidades de Triagem, gerando trabalho e renda às famílias de catadores e aumentando os índices de material reaproveitado, e incentivando a prática de composteiras urbanas, minimizando o impacto dos resíduos orgânicos.
A iniciativa veio da intenção de aprofundar o debater sobre a questão ambiental, já presente no DNA das feiras ecológicas da capital gaúcha; do fato do público que circula por elas já estarem sensibilizados a temáticas socioambientais e aos baixos índices de aproveitamento dos resíduos gerados nas casas de quem mora nas cidades. Mesmo com 75% dos municípios brasileiros já possuindo algum tipo de coleta seletiva, 97% dos resíduos residenciais ainda são encaminhados para lixões e aterros sanitários. Este quadro acontece em boa parte por falta de informações sobre cuidados simples que as pessoas podem tomar na hora de fazer o encaminhamento daquilo que considera “lixo”.
Cada brasileiro gera, em média, 1kg de resíduo por dia. Destes aproximadamente 50% são orgânicos, oriundos da alimentação humana, e 35% deveriam ser encaminhados para a reciclagem, gerando trabalho e renda a catadores e famílias que atuam nas Unidades de Triagem. Apenas 15% do que hoje vai para o aterro sanitário precisaria estar lá, por ser realmente rejeito, material sem tecnologia disponível para a sua reciclagem ou reaproveitamento (resíduo do banheiro, fraldas descartáveis, fio dental, as máscaras usuais na pandemia).
Boas práticas no manejo dos resíduos nas residências têm, assim, grande potencial para minimizar o impacto ambiental dos resíduos nas cidades. Pode, também, trazer melhores condições de vida às pessoas que trabalham na coleta e usinas de reciclagem e, ainda, promover importante economia ao poder público. Estima-se que os governos das diferentes esferas no país gastem aproximadamente R$ 20 bilhões por ano apenas para fazer a coleta e enterrar os resíduos orgânicos em lixões e aterros sanitários. Em Porto Alegre o Departamento Municipal de Limpeza Urbana estima que este gasto seja de R$120 milhões por ano.
A ação pretende melhorar na cidade de Porto Alegre índices observados no Brasil, como:
• Cerca de 25% do material que chega nas usinas de reciclagem não pode ser reaproveitado simplesmente por estarem sujos.
• Estimativa de que apenas 1% dos brasileiros compostam seus orgânicos em suas residências.
• 97% dos resíduos produzido no Brasil acabam sendo encaminhados para lixões e aterros sanitários por separação ou destinação inadequadas.
• R$ 20 bilhões/ano de gasto público brasileiro para depositar o resíduo orgânico nos lixões e aterros sanitários, dinheiro que poderia ir, boa parte, para educação, saúde, segurança pública e outras áreas importantes.
• Assim como Porto Alegre, muitas cidades no Brasil precisam encaminhar seus resíduos para fora do seu município, gerando custo e gases poluentes no transporte.
O projeto prevê duas frentes de trabalho visando a educação ambiental sobre a temática reciclagem de lixo:
1. Ações de comunicação –peças informativas e de conscientização a serem trabalhadas tanto de forma física (cartazes) quanto de maneira virtual (redes sociais) junto às feiras ecológicas participantes. Assessoria de Imprensa para fomentar a pauta de reciclagem de lixo na mídia. Lives mensais transmitidas pela internet.
2. Ações presenciais – atividades, intervenções, palestras, rodas de conversa, oficinas entre outros, realizados mensalmente de forma itinerante entre as feiras ecológicas participantes.
A ação está sendo organizada pelas seguintes entidades:
• Associação dos Agricultores Ecologistas Solidários do Rio Grande do Sul (Associação Agroecológica) – associação de agricultores ecologistas responsável pela organização e gestão ou cogestão de feiras ecológicas de Porto Alegre/RS.
• Instituto Lixo Zero Brasil – POA – movimento de voluntário para a promoção da educação ambiental em Porto Alegre.
Participam deste projeto profissionais voluntários de diversas áreas, em especial do Fórum dos Catadores de POA, que reúne 21 cooperativas de catadores de materiais recicláveis da capital gaúcha.
Feiras Ecológicas Participantes
1. Feira de Agricultores Ecologistas (FAE) – sábados.
2. Feira Ecológica do Bom Fim (FEBF) – sábados.
3. Feira Ecológica do Menino Deus (FEMD) – quartas e sábados.
4. Feira Ecológica da Auxiliadora – terças.
5. Feira Ecológica da Rômulo Teles – sábados.
Ações Iniciais
Terça-feira – 03/05/2022
• 7h30 às 9h30 – Feira Ecológica da Auxiliadora: oficina de vaso compostor.
Quarta-feira – 04/05/2022
• 14h30 às 15h30 – Feira Ecológica do Menino Deus: oficina de compostagem e correta separação de resíduos.
Quinta-feira – 05/05/2022
• 19h – Live com professor Germano Guttler, criador do método Lages/SC de compostagem, que reduziu em 40% o descarte de resíduos sólidos orgânicos no município catarinense. Transmissão pelo cana do YouTube da Associação Agroecológica.
Sábado – 07/05/2022
• 7h30 às 12h – Feira de Agricultores Ecologistas (FAE): coleta de erva mate e borra de café, coleta de tampinhas para Projeto JÁ (combate à evasão escolar) e oficina de compostagem.
• 7h30 às 12h – Feira Ecológica do Bom Fim: coleta de resíduos recicláveis, roda de conversa sobre compostagem, intervenção artística e oficina de vaso compositores.
• 7h30 às 9h – Feira Ecológica do Menino Deus: roda de conversa sobre embalagens compostáveis e oficina de compostagem.
• 7h30 às 9h – Feira Ecológica Rômulo Telles: roda de conversa sobre correta separação de resíduos e oficina de compostagem.
Com informações da Assessoria de Comunicação Associação Agroecológica
