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9 de maio de 2024
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16:06

RS: Governador alerta para novas chuvas intensas e condição crítica nos próximos dias

Por
Sul 21
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Eduardo Leite fez novo alerta durante entrevista coletiva (Foto: Lauro Alves/Secom)
Eduardo Leite fez novo alerta durante entrevista coletiva (Foto: Lauro Alves/Secom)

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), fez um alerta à população sobre uma nova condição crítica que o Estado viverá entre essa sexta-feira (10) e a próxima segunda-feira (13), quando um novo ciclo de chuvas intensas deverá se abater sobre o território gaúcho. Segundo a previsão dos meteorologistas, a chuva intensa deverá iniciar na tarde desta sexta, com volumes até 120mm, seguindo no sábado com volumes estimados entre 40 e 90mm e aumentando no domingo (com volumes entre 80 e 140mm). 

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As novas chuvas devem atingir principalmente as regiões Norte, Noroeste, Centro, Leste, Região Metropolitana e Litoral Norte. “Não é momento de pedir às pessoas para que voltem para suas casas localizadas em áreas de risco. Nós vamos viver ainda uma situação bastante crítica nos próximos dias”, disse Leite, durante entrevista coletiva no início da tarde desta quinta-feira.

As áreas que já foram duramente castigadas nas últimas semanas, como os Vales do Caí, do Taquari e a Região Metropolitana voltarão a ser atingidas por fortes chuvas, o que pode agravar ainda mais o risco de deslizamentos de terra e de elevação dos níveis dos rios, assinalou o governador. Com as novas chuvas, acrescentou, o nível do Guaíba tende a voltar acima dos 5 metros. “Teremos um momento crítico nos próximos dias que exigirá muito cuidado”, disse Eduardo Leite, chamando a atenção também dos moradores da zona sul do Estado e do Litoral Norte, para onde se deslocaram muitos moradores de Porto Alegre e da Região Metropolitana.

Na entrevista coletiva, o governador afirmou que a prioridade de todas as estruturas de governo segue sendo o resgate de vidas, tanto de pessoas quanto de animais. Leite fez uma menção especial ao resgate do cavalo Caramelo, na manhã desta quinta-feira no bairro Mathias Velho, em Canoas, que despertou atenção nacional. “Toda vida importa para nós”, assegurou. 

O chefe do Executivo gaúcho anunciou que será dada uma atenção especial nos próximos dias à situação das 67.563 pessoas que estão vivendo em mais de 400 abrigos em todo o Estado no momento. Leite anunciou que o governo vai reforçar a segurança dentro dos abrigos, com a incorporação de cerca de mil integrantes da reserva da Brigada Militar que estão sendo chamados e passarão por um rápido processo de treinamento para atuarem no policiamento nos abrigos.

“Muitos desses abrigos devem funcionar por um longo período e vamos procurar melhorar a estrutura desses locais inclusive com a instalação de divisórias para garantir uma maior intimidade para as famílias”, observou. Questionado sobre os episódios de abuso sexual registradas em alguns abrigos, Eduardo Leite afirmou que, nos seis casos identificados, todos os envolvidos já foram presos e que será dada uma atenção especial à situação das crianças, adolescentes e mulheres nos abrigos.

Leite anunciou também os números de um estudo prévio realizado por técnicos do governo do Estado para a reconstrução da infraestrutura pública atingida pelas fortes chuvas e enchentes que atingem o Estado desde o dia 26 de abril. Segundo esse estudo prévio, serão necessários pelo menos R$ 19 bilhões para esse trabalho envolvendo desde a questão da estruturação e segurança dos abrigos para as pessoas desalojadas, reconstrução de pontes e estradas, construção de casas e assistência social, entre outras áreas. Essa estimativa, assinalou o governador, é baseada em cálculos iniciais e o montante final deve envolver um valor ainda maior. O estudo prévio anunciado pelo governo prevê um capítulo para medidas de prevenção e resiliência climática, mas não foi apresentado nenhum valor previsto para investimentos nesta área.

Questionado sobre os anúncios feitos pelo governo federal de recursos destinados a esse esforço de reconstrução, Leite disse que a forma mais rápida de ajudar o Estado é por meio da suspensão, por um longo período de tempo, da dívida com a União. “Disse isso ao presidente Lula. Encaminhando uma solução para a dívida do Estado teremos um caminho muito mais rápido. “Em vez de me mandar dinheiro, é melhor fazer com que esse dinheiro que estou mandando agora para Brasília fique aqui”, defendeu.


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